sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Crowdfunding

Os empreendedores estão muito interessados em entender e saber mais sobre crowdfunding. Conseguir pequenas quantias de muita gente como forma de obter recursos para um empreendimento promete crescer no Brasil e se tornar uma maneira importante para conseguir criar ou desenvolver projetos.

Imaginem que eu quisesse tornar o meu blog semanal numa maneira de discutir com amplitude aspectos do empreendedorismo e levar essas conversas a uma plateia mais ampla. Aspectos polêmicos seriam trazidos e pessoas seriam chamadas para tratar de pontos importantes para regulamentações governamentais, políticas públicas e práticas vencedoras para empreender.

Eu poderia lançar uma campanha pela Internet para arrecadar recursos para viabilizar esta ideia: caso eu conseguisse motivar pessoas a doarem recursos financeiros para este projeto, estaríamos diante de um caso de sucesso de crowdfunding,

Seria discutível chamar de crowdfunding se eu fosse constituir uma empresa para explorar este tipo de negócio e transformasse os doadores em meus sócios. Setores do empreendedorismo consideram que isso não seria mais crowdfunding uma vez que os investidores poderiam estar aderindo pela possibilidade de obter uma recompensa financeira em troca de sua doação, tirando a característica de idealismo que o crowdfunding carrega.

Você acredita que poderia dar certo este modo de conseguir os fundos para iniciar sua empresa? E a sua empresa, como poderia se beneficiar do crowdfunding? Pense bem e fique sabendo que o crowdfunding tem tido mais resultado para o trabalho criativo como blogging, jornalismo, carreiras musicais e realização de filmes, embora também existam exemplos de empresas startup que foram geradas a partir de recursos obtidos por esse processo.

Outras correntes não associam o crowdfunding à questão societária, isto é, consideram apenas a forma de obter os recursos para erigir o empreendimento, podendo aceitar que haja apenas a doação como também a participação acionária, passando os doadores a serem acionistas do empreendimento.

O crowdfunding não é algo tão novo assim: em 1997, fãs americanos do grupo inglês de rock Marillion financiaram inicialmente uma excursão do conjunto e depois a edição e publicação de seus primeiros álbuns. Desde então tem havido outros casos que mostram uma tendência de que as pessoas adeptas de alguma ideia, de algum artista ou grupo musical ou diretor cinematográfico estão dispostas a financiar o trabalho dos seus ídolos.

Para empreendimentos direcionados a realizar ações que sensibilizam as pessoas e que podem ter grande alcance social podem ser também viabilizados pelas contribuições de milhares de pessoas através da divulgação do empreendimento através da Internet. Teremos aí mais um caso de crowdfunding.

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Empreendedor bom está sempre bisbilhotando

A criatividade é uma característica muito desejável em um empreendedor. Mas, esta criatividade só fica aguçada na medida em que é posta em prática. As ideias que os empreendedores têm ao redor do mundo e que saem publicadas nos livros e artigos dessa área é que servem de informação básica e ao mesmo de tempo de desafio para o empreendedor que pretende ser criativo.

Assim sendo, não basta ao empreendedor ficar pensando e tentar imaginar inovações para que consiga gerá-las. Ele precisa se manter atualizado sobre o que os demais estão fazendo e conhecer quais as ideias que estão sendo experimentadas para que se sinta desafiado a colocar sua criatividade em ação e conseguir ser inovador.
Por isso mesmo dizemos que o empreendedor é um sujeito ligado e atento, que busca avidamente saber o que está sendo criado em sua volta para que possa imaginar a próxima inovação. O empreendedor deve ser um leitor, assíduo e que obedece a uma disciplina de leituras continuas: livros, blogs, artigos e filmes sobre os temas do empreendedorismo.


Vamos ver como você está nestes aspectos:
- Você foi ver o filme sobre a criação do Facebook?
- Você leu algo sobre a forma de levantamento de fundos chamada crowdfunding?
- Você leu quantos livros este ano?
- Você já leu alguma coisa sobre as oportunidades para as pequenas e médias empresas crescerem em 2011?

Bem, conforme suas respostas a essas perguntas, vamos aconselhá-lo a repensar seus planos para 2011 e mudar o direcionamento que vem dando a sua vida de empreendedor. Mas, se suas respostas mostraram que você está sendo pelo menos um empreendedor bisbilhoteiro, curioso em saber tudo o que se passa em sua volta, vamos lhe dizer para planejar mantendo suas características.

É importante cruzar o novo ano tendo feito o seu planejamento: aplique a velha analise SWOT para relacionar seus pontos fortes e fracos e para identificar as oportunidades e ameaças. Não esqueça de nosso conselho: Empreendedor bom está sempre bisbilhotando.


Para todos os leitores nossos votos de boas festas e muita saúde.

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

A FINEP anuncia os presentes de Natal do empreendedor

A notícia da FINEP foi entusiasmante para milhares de empreendedores da área tecnológica em todo o país: “Uma nova edição do PRIME (Primeira Empresa Inovadora) será lançada até o final deste ano. Incubadoras que atuarão como operadoras descentralizadas em todo o País serão selecionadas por meio de carta-convite.” Esta notícia, publicada em nove de dezembro, não foi a única que a FINEP nos guardou para este Natal. Também anunciou, no mesmo dia, que promoveu, na semana de 22 a 26 de novembro de 2010, o 2º Seminário de Avaliação do Programa de Subvenção Econômica. O objetivo era avaliar a contribuição do Programa, que começou em 2006, a partir do resultado observado.

Ficou claro que os projetos de subvenção induziram as empresas a desenvolver a cultura da inovação, mas, de modo geral, ainda há falta de Recursos Humanos especializados no mercado.

Este aspecto final salta aos olhos de todos que acompanharam os projetos, mas é muito importante que as agencias governamentais tenham chamado a atenção em seus relatórios para este ponto fraco de nossas empresas que querem desenvolver a inovação tecnológica. Precisamos formar mais e melhores recursos para poder concorrer no difícil objetivo de recuperar o tempo perdido na inovação.

Os jovens empreendedores estão encontrando dificuldade para suprir suas empresas de gente com preparo para inovar e as universidades precisam tomar providências urgentes para reverter este quadro.

Mas, os empreendedores que atuam na área tecnológica estão trabalhando em seus planos de negócios, de tal forma a que estejam prontos a responder a oportunidade dada nesta segunda edição do Programa PRIME, quando irão disputar os recursos importantes oferecidos pela FINEP.

As estatísticas do empreendedorismo brasileiro melhoram muito com o Programa PRIME, não apenas pela ampliação da quantidade de empresas geradas no ano, mas pela qualidade que estas empresas terão, havendo recursos para viabilizá-las e pelo acompanhamento que terão pelas melhores incubadoras do país.

Por isso, estamos considerando que a FINEP saiu na frente e deu o presente de Natal para nossos empreendedores.

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Um parque tecnológico requer sinergia e integração

Estamos vivendo um momento em nosso país em que o empreendedorismo está dando mais um importante passo: trata-se do fortalecimento de seu compromisso com a inovação e, simultaneamente, do desenvolvimento de empresas que nasceram nas incubadoras de tal forma que alcancem um patamar superior ao que possuíam quando se graduaram em pouco tempo.

Vamos explicar melhor: de um lado, a percepção de que o diferencial maior que a empresa pode almejar é obtido através da inovação. Isso leva a uma estratégia de associação aos laboratórios de pesquisa e de busca de mercados capazes de valorizar este tipo de diferença.

De outro lado, a preparação das empresas nascentes para vencer seus dois abismos iniciais, de um modo integrado e sequencial: o primeiro é o da sobrevivência, quando ela mostra que é capaz de superar o desafio inicial e se estabelecer no mercado. O segundo abismo é passar imediatamente deste estágio para o próximo desafio, que é ganhar escala e musculatura para enfrentar uma concorrência maior.

O local mais apropriado para que estes acontecimentos floresçam é um parque tecnológico: ali é possível encontrar todos os atores que fazem sentido para se conseguir chegar a estes resultados. O parque abriga laboratórios de pesquisa, muitas vezes ligados à Universidade, recebe empresas do mercado interessadas em desenvolver suas pesquisas nesse ambiente, possui incubadoras capazes de apoiar a criação de novas empresas, cria empresas nascentes com alto potencial de rápido desenvolvimento e que buscam a inovação e, ainda, tem relacionamento próximo aos agentes investidores, que procuram bons projetos e empresas de maturação rápida.

Este elenco de atores do Parque Tecnológico é certamente capaz de criar sinergia e conseguir uma integração entre seus interesses de forma a gerar resultados surpreendentes e extremamente superiores à mera soma de suas contribuições individuais.

Isso é o que estamos assistindo no Brasil, especialmente em 10/12/2010, data em que está sendo inaugurado em Porto Alegre o Portal TECNOPUC, constituindo-se em belo exemplo para todos os que pretendem criar inovação e integrar competências de agentes fundamentais habilitados a obter resultados brilhantes.

Parabéns aos que estão vivendo esta experiência vencedora no TECNOPUC: vamos ter certamente muitos frutos dessa união.

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Não basta o casamento da Pesquisa com a Inovação

Recebemos do José Alberto Aranha, diretor do Instituto Genesis, uma mensagem que nos faz revisitar o tema de nosso ultimo blog. Diz Aranha: “Só acrescentaria ao artigo que a ligação da empresa com a universidade tem que ser feita por um personagem que é o empreendedor”.

Meu caro leitor, o Aranha está corretíssimo: sem o empreendedor o casamento não vai acontecer, quando muito haverá um namoro que não se traduzirá em produtos ou serviços inovadores para a sociedade.

Como atrair o empreendedor para o ambiente em que se encontra a Pesquisa? Como construir enfim um ambiente de Inovação?

Muitas vezes, o pesquisador que está no ambiente de Pesquisa se transforma no empreendedor: como isso acontece? Na verdade, as Universidades têm incluído cursos de empreendedorismo em seus currículos: inicialmente visam despertar o empreendedor que existe em cada um de nós. Caso haja um interesse maior, são oferecidos mais cursos e até mesmo podem ser construídos domínios adicionais à formação de origem do aluno.
Isso significa que o empreendedorismo faz parte da formação do aluno universitário e isso pode significar que ele poderá mais adiante ter um olhar típico do empreendedor: vai observar a realidade pensando em como aproveitar as oportunidades que surgem e como fazer com que efetivamente aconteçam.

Os laboratórios e os centros de pesquisa são locais extremamente propícios para se encontrar oportunidades, para quem tem o olhar do empreendedor: enquanto o pesquisador puro está em busca da compreensão de como funcionam as coisas, para depois entender porque funcionam daquela maneira, o empreendedor parte do mesmo ponto, mas quer saber o que podemos fazer com aquelas revelações para mudar a vida das pessoas.

É nesse ponto que vai nascer o empreendimento inovador: a busca da oportunidade de modificar a vida das pessoas é uma preocupação do empreendedor. Ele precisa da ajuda do pesquisador para ir além da busca do como e porque: pretende dar utilidade ao que aprendemos, para que as pessoas incorporem esse conhecimento que adquirimos às suas vidas.

Há mais um aspecto que requer formação e perfil – a gestão do projeto e do negócio a ser implantado. O empreendimento terá sucesso com uma boa ideia, a percepção da viabilidade de sua aplicação e a administração de sua construção, negociação e gerenciamento.

Nem de longe é fácil fazer isso acontecer: por isso mesmo, se reconhece que existe algo mais além da pesquisa. É esse o sentido da inovação. Para que este casamento entre a Pesquisa e a Inovação seja bem sucedido, são essenciais as figuras do empreendedor e do gestor: obrigado Aranha por nos ajudar a compreender mais esse aspecto do processo da inovação.

domingo, 28 de novembro de 2010

A Pesquisa casa com a Inovação

Vamos tomar emprestada essa frase do Instituto Genesis da PUC–RJ "do saber ao fazer acontecer". É um casamento com muita chance de chegar a um final feliz.

A produção dos laboratórios das Universidades, responsáveis pela Pesquisa, com seus programas de mestrado e doutorado, alimenta as incubadoras de empresas mantidas naquela entidade, dando origem a produtos inovadores que podem ser desenvolvidos ou fabricados pelas empresas, a partir dos resultados da pesquisa realizada.

Ao longo de alguns anos, acontecerá a esperada transferência do investimento em pesquisa para a sociedade, por meio de novos produtos e serviços e a Inovação estaria coroando o processo de pesquisa e desenvolvimento.

Mas este não é o único caminho – há outras opções, e a Petrobrás é um bom exemplo de comportamento proativo no relacionamento com a área de pesquisa da Universidade. Em geral, as empresas, especialmente as grandes, têm assumido uma posição refratária à aproximação com a Universidade e esta tem aceitado como natural esta situação.

Entendemos a dificuldade da grande empresa: ela mobiliza toda a sua competência gerencial para cumprir metas difíceis de venda dos produtos e serviços que ela já dispõe. Não sobra fôlego para se abstrair dessa luta pelo mercado, para pensar no futuro e colaborar com os pesquisadores mostrando a eles como pensa e de que necessita seu cliente. Em alguns casos, monta áreas próprias de pesquisa e desenvolvimento muito específicos.

Mas, sem esse esforço por parte das empresas, somente por acaso é que a Inovação irá ocorrer. Vai ser necessário que a empresa compreenda o que o laboratório está estudando e que imagine a possibilidade de se utilizar aquela pesquisa para gerar um novo produto ou serviço.

É a sistematização desse tipo de relacionamento, em que a empresa acompanha o que os laboratórios estão pesquisando e estes avaliam o que as empresas trazem como desejo ou necessidade de seus consumidores. Assim é que se alcançam as condições para construir o ambiente de inovação.

Nesse ambiente, espaços de informalidade em que as pessoas conversam e pensam em alternativas, que parecem sonhos num primeiro momento, é que acontecem as inovações. Na maioria, estas ideias são passos iniciais, em que produtos e serviços sofrem modificações relativamente pequenas e que se constituem em inovações incrementais. Muitas vezes só se lança no mercado um novo produto depois de juntar várias dessas inovações incrementais agregadas.

A inovação disruptiva gera produtos realmente novos, que alteram a maneira como as pessoas vivem, se relacionam e resolvem problemas: ela ocorre mais raramente, mas tem um caráter radical. Quando acontece, abre um espaço muito grande para novas inovações complementares.

Mas, voltando ao casamento da Pesquisa com a Inovação: vale a pena tentar a criação desses ambientes de inovação, compostos de laboratórios de pesquisa, de empresas e seus departamentos de criação, alimentando as incubadoras de empresas. Não podemos continuar olhando a inovação de longe, precisamos chegar perto e exercê-la mesmo que no início tenhamos dificuldades e fracassos. Este talvez seja o preço de aprender.

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

O significado do segundo lugar

Você pensou que o assunto fosse o vice no mundial de vôlei feminino? Foi um belo segundo lugar, mas vamos falar dos resultados da Pesquisa do GEM – Global Entrepreneurship Monitor feita em 2010. Foi apurado que temos no Brasil 19 milhões de empreendedores, o que representa um aumento de 26,6% do que havia sido computado em 2009. Naquela pesquisa o Brasil tinha 15 milhões de empreendedores. Este foi o fato mais comentado durante a Semana Global de Empreendedorismo, que teve um resultado excelente para a divulgação da área.

Como se explica um crescimento tão grande de um ano para outro? Sem dúvida que o esforço das universidades em oferecer cursos de empreendedorismo e das incubadoras, em abrir espaço para a formação de novas empresas, ajuda bastante a ampliar a quantidade de empreendedores.

O Programa Prime da FINEP foi um fator diferenciador: não havia sido feito nenhum movimento de abertura de novas empresas tão grande, num único ano, quanto o provocado pela FINEP. Claro que muitos empreendedores se esforçaram para cumprir as exigências do Prime e conseguiram receber os benefícios do programa, resultando na abertura de cerca de 1.800 empresas.

Talvez o principal agregador de novos empreendedores nessa contagem tenha sido consequência da entrada em vigor da Lei do Micro Empreendedor Individual, ocorrida em julho de 2009. Certamente, estes microempreendedores não estavam em nenhuma contagem, uma vez que não tinham registro como empregados e nem como empreendedores. Isso sem contar que não podiam se beneficiar do seguro social da aposentadoria do INSS e nem eram reconhecidos para o atendimento pelo INAMPS/SUS.

Foi um belo resultado o que o país obteve: maior pelo significado do que pelos números, apesar destes serem muito expressivos. O significado de incluir milhões de brasileiros nas estatísticas é importante, mas melhor é o reconhecimento de seu posicionamento na economia e na vida social do país e esse é o valor adicionado pela Lei do Micro Empreendedor Individual. Já o efeito do Programa Prime da FINEP foi de abrir espaço para jovens empreendedores viabilizarem seus sonhos e este é mais um significado de peso, até mesmo porque se trata de um programa, isto é, algo que todos esperamos que venha a se repetir a cada ano, devidamente aprimorado se houver necessidade.

Observando tudo isso, podemos extrair a palavra chave que inspirou o empreendedorismo brasileiro em 2009 e inicio de 2010: inclusão. Procurou-se abrir espaços para incluir quem tivesse uma contribuição e mobilizasse sua vontade de vencer, cumprindo as regras estabelecidas na seleção da FINEP, ou, obedecendo a requisitos da lei para comprovar sua qualificação ao cadastramento.

Ganha o empreendedorismo, mas o país ganha mais. Convidamos os 11 milhões de empreendedores que foram incluídos a frequentarem nosso blog. Você que nos lê, diga, por favor, a pelo menos um desses empreendedores recém-chegados ao grupo que venha nos visitar. Estamos seguros que quem vier ficará pertencendo ao nosso incrível mundo dos empreendedores que se estimulam e estudam juntos os problemas que o empreendedorismo precisa enfrentar.

sábado, 13 de novembro de 2010

Aprendendo com o esporte.

Esta é a semana Global de EMPREENDEDORISMO de 2010: vamos poder ver muitas apresentações, mostrando feitos importantes de empreendedores brasileiros e até estrangeiros.

É muito bom quando temos analogias para serem usadas no aprendizado de novos conceitos: claro que o exemplo dos empreendedores, que serão mostrados durante a Semana Global, servirá como motivação para quem está precisando de um empurrão para vencer.

Entretanto, queremos usar a analogia como um mecanismo de aprendizagem. O esporte é onde vamos buscar esses traços em comum. Todos assistiram nessas duas últimas semanas a eventos esportivos em que atletas se superaram e mostraram que o sucesso e o fracasso muitas vezes estão separados apenas por pequenos detalhes.

Sabemos que o talento brasileiro pode ser essencial para o sucesso de um empreendedor, mas há momentos em que não basta esta característica, por mais diferenciadora que seja. Lembrem, por exemplo, quando uma empresa está nos últimos dois meses do ano e precisa fechar sua cota de vendas: é um desafio que requer o talento, mas também a competência, a dedicação e todo histórico do relacionamento com os clientes e muito mais. Mas, talvez o que vá fazer a diferença seja a garra da equipe de vendas, lutando para cumprir uma meta difícil e aparentemente acima da sua capacidade.

O comportamento vencedor da equipe de vendas se assemelha muito a de um time de voleibol jogando uma partida decisiva: é muito comum que ao comparar as duas equipes adversárias de uma final, tenhamos a impressão de que há uma diferença muito pequena entre elas. Quem irá vencer é algo quase imprevisível, mas o que se observa na maioria desses jogos é que a garra é que faz a diferença. Isso é uma questão de momento e de atitude.

O empreendedor deve observar com muita atenção o exemplo do esporte: especialmente em nosso país, onde os recursos disponíveis para transformar uma ideia em um empreendimento de sucesso são quase sempre limitados. Caberá ao empreendedor superar as dificuldades e chegar ao sucesso, usando toda sua competência, o que aprendeu nos livros e na vida profissional, especialmente aportando sua vontade de vencer para criar os detalhes que vão fazer a diferença.

Estamos vivendo um momento em que esse fator precisa ser valorizado: um país emergente para ter um progresso rápido deve superar dificuldades estruturais muito grandes. A mão de obra que se encontra fica aquém daquela que precisamos, pois há muitas deficiências no ensino. Os recursos financeiros são disputados por muitas carências, com o governo capturando uma parcela enorme da disponibilidade existente para suprir seu custeio. A sociedade nem sempre aceitará apoiar uma empresa nascente, comprando seus produtos e serviços, pelo risco que estes empreendimentos apresentam. Os investidores, os poucos que são conseguidos, estão apontando os ganhos que poderiam obter com as altas de juros que o mercado paga e com riscos menores do que o empreendedor oferece.

Tudo isso pode ser assustador para quem quer empreender, mesmo com os exemplos positivos que serão apresentados na Semana Global: mas, nossa esperança é que o empreendedor brasileiro seja como um esportista vencedor. Mesmo levando em conta todas as adversidades, continue a empreender e a vencer as dificuldades, pela força extraordinária de sua vontade.

A vontade é a principal característica do ser humano: mais do que a inteligência, essa encontrada em muitas outras espécies. Só o ser humano a tem e que faz toda a diferença.

Apesar de tudo, esta Semana Global encontrará a vontade do empreendedor brasileiro, superando as insuficiências de varias naturezas que tem que enfrentar.

sábado, 6 de novembro de 2010

Implantando uma Empresa, o novo livro da COLEÇÃO DE EMPREENDEDORISMO.

Esta semana estamos comemorando o lançamento do terceiro livro da COLEÇÃO DE EMPREENDEDORISMO – Implantando uma empresa, a partir do Plano de Empreendimento.

Agora estamos com a espinha dorsal da série completa e convidamos os professores e empreendedores para escrever os demais livros da COLEÇÃO.

Sentimos falta de uma obra que trate de empreendimentos culturais, área em que o Brasil poderia gerar muitas ações e empregos com grande sinergia com o talento brasileiro.

Em nossa opinião, existe uma contribuição muito grande que os empreendedores brasileiros poderiam dar em projetos para o desenvolvimento local e regional, integrando múltiplos aspectos e gerando espaços em que as pessoas mudam seu patamar de vida, com aumento da escolaridade, da formação de profissionais, a geração de negócios diversos, ajudando o crescimento do PIB da região atingida, buscando soluções de urbanismo mais humanas, criando habitações seguras e confortáveis para as pessoas.

Serão bem vindos os que propuserem livros nestas e em outras áreas do empreendedorismo, dispondo-se a escrever de modo didático para apoiar as ações de nossos empreendedores.

Agradecemos a todos os leitores que enviarem suas avaliações sobre o nosso novo livro.

Convite:
Convidamos a todos para verem, pessoalmente ou pela Internet, a Exposição “Pioneiros e Empreendedores”, que está no Rio de Janeiro, aberta até o dia 28 de novembro de 2010, no Museu Histórico Nacional. Na Internet você pode ver em http://www.pioneiroseempreendedores.com.br/, site da exposição, num Tour Virtual.
Montada pela equipe do Prof. Jacques Markovitch, da USP, como resultado de trabalho multidisciplinar, utiliza as modernas técnicas encontradas em museus do primeiro mundo.

No link http://video.globo.com/Videos/Player/Noticias/0,,GIM1346618-7823-EXPOSICAO+CONTA+A+TRAJETORIA+DE+EMPREENDEDORES+QUE+AJUDARAM+A+MUDAR+O+BRASIL,00.html, há uma reportagem do Jornal Nacional da Rede Globo de TV.
O Instituto Genesis da PUC-Rio está apoiando a organização da exposição, divulgando seu site e as reportagens sobre o assunto.

sábado, 30 de outubro de 2010

REE Brasil – O material apresentado está disponível

A REE Brasil de que tratamos há duas semanas precisa ser revisitada. Agora os trabalhos apresentados estão disponibilizados para todos no site do evento. Você visita o link http://www.reebrasil.org.br/materiais.html e pode ter acesso ao material.

Por exemplo, você poderá ver o que foi dito no Workshop especial: Técnicas de ensino inovadoras pelo Prof. Marcelo Salim, fazendo o download desta palestra e lendo o seu texto. Do mesmo modo, veja o que o Prof. Marcelo Nakagawa mostrou para seus pares com o título de “Innovative teaching”.
Se você quiser saber como andam as pesquisas sobre o empreendedorismo no Brasil, leia o material que foi trazido pelos Profs. Candido Borges, Pesquisador da Universidade Federal de Goiás e Marianne Hoeltgebaum, Pesquisadora da FURB. Nesse item senti até falta do que a Profa. Vania Nassif da Universidade Mackenzie falou no evento.

A professora da Universidade de Virginia, Saras Sarasvathy, falou de sua metodologia, Effectuation: elementos da competência empreendedora. Para se informar a respeito veja em http://www.effectuation.org/.

Enfim, está tudo disponibilizado para quem foi ao evento poder rever e aprofundar alguns aspectos. Para os demais que lá não estiveram, está criada a possibilidade de conhecerem a essência daquilo que foi apresentado.

Noutro dia eu estava em aula descrevendo o que é um Parque Tecnológico e qual a sua importância e me lembrei da apresentação do Prof. Luis Humberto Villwock, da PUC-RS e Gestor de Relacionamento do TECNOPUC, um dos mais importantes parques tecnológicos do país. Sua apresentação está lá no material do REE Brasil 2010: podemos nos preparar para o próximo REE Brasil em Porto Alegre, em 2011, no mesmo mês de outubro, entre os dias 13 e 15. Caros professores de empreendedorismo coloquem em sua agenda de 2011 este encontro especial.

Aos estudantes que frequentam este blog pode parecer que os temas de hoje são dirigidos somente a professores, mas muito deste material pode ser importante para seu caminho no empreendedorismo.

Gostaria de mencionar também um evento importante que ocorreu dia 25 de outubro no CEFET / RJ: foi organizado por alunos da Universidade e para eles apresentado, sob a orientação da Profa. Elizabeth Freitas. O nome do evento: Empreendedorismo verde – abordando novos conceitos. Os mais de 400 estudantes que assistiram e participaram saíram entusiasmados. Parabéns Profa. Elizabeth Freitas pelo belo trabalho de seus alunos que souberam captar sua concepção do evento e transformá-lo em sucesso, de modo tão empreendedor.

Aproveite o feriado para ver todo o conteúdo de que tratamos hoje neste blog.

Não deixe de ir votar: reflita bem antes de decidir como você quer que seja o futuro de nosso país.

sábado, 23 de outubro de 2010

A cegueira não atinge somente os olhos

O empreendedor muitas vezes está numa de fase de grande entusiasmo pelas suas ideias e tende a enxergar seu sonho maior do que realmente aparece para as outras pessoas.
Nesse estado é comum que se tenha convencido de que seu projeto de empreendimento é algo perfeito e sabe dizer, de modo emocionado, todos os aspectos positivos do empreendimento, que o tornam muito importante e mesmo essencial.
Sob o ponto de vista da emoção, necessária para o sucesso do empreendedor, este sentimento sobre o seu empreendimento é bastante saudável e até mesmo ajuda a conseguir apoio de seguidores e apoiadores.
Entretanto, o empreendedor deve tomar cuidado com a cegueira, aquela que não atinge os olhos, mas a que contamina a mente. Esta cegueira é que faz que pessoas inteligentes e cultas muitas vezes se coloquem numa posição em que não são mais capazes de considerar e entender objeções ou até meros avisos sobre riscos e dificuldades a serem enfrentadas.
O processo educacional, muitas vezes, até desenvolve nos empreendedores uma habilidade de parecer que estão levando em conta o que é dito por quem critica aspectos ou simplesmente aponta fraquezas de seu empreendimento, mas no fundo a atitude desses empreendedores quando tomados da cegueira mental é apenas mais sofisticada, parecendo aceitar a critica, mas na realidade se colocando em posição defensiva, parecendo ouvir, mas tendo apenas a preocupação de defender a cria.
Os empreendedores não são os únicos seres que adotam por vezes uma posição de cegueira mental. Isso é também característica de todos nós, seres humanos que se apaixonam por ideias e convicções e que nos colocam numa posição de incapacidade de considerar as objeções com inteligência, tomando-as como colaboração e avaliando as possibilidades de melhorar os planos, em face das observações recebidas.
A inteligência do empreendedor também compreende esta atitude receptiva ao recebimento de criticas, propostas de melhorias, advertências sobre riscos. A pobreza das posições maniqueístas, onde um lado é o único certo não é um caminho aceitável para quem pretende trabalhar com a colaboração de uma equipe.
Empreendedor: aprenda a ouvir e avaliar todas as ideias e observações, por mais criticas e duras que sejam; não aceite a cegueira mental como linha comportamental.

sábado, 16 de outubro de 2010

REE Brasil

A REE - Roundtable on Entrepreneurship Education é um evento para professores de empreendedorismo analisarem formas de ensino que possam ser mais eficazes para a aprendizagem dos alunos. Foi criado pela Stanford University na Califórnia, tem edições para os Estados Unidos, a América Latina, a Europa, a Ásia e o Oriente Médio. Pela primeira vez, um país fora dos Estados Unidos faz uma edição nacional e isso ocorreu no Brasil, em Águas de São Pedro, estado de São Paulo, pela eficaz parceria da Endeavor, do SEBRAE e do SENAC.
Certamente foi o melhor evento para professores brasileiros de empreendedorismo que até agora não tinham tido uma oportunidade tão importante para a troca de suas experiências, discussão de dificuldades e alternativas para vencê-las no processo de formação de empreendedores e na geração de novos e saudáveis empreendimentos.
Vieram abrilhantar nosso evento duas professoras de universidades americanas excepcionalmente brilhantes: Theresa Lina Stevens do Stanford Technology Ventures Program (STVP) e Saras Sarasvathy da Darden Business School da Universidade de Virginia.
Podemos dizer que foi impressionante a quantidade de professores brasileiros que vieram participar, mostrando a pujança e o crescimento do ensino de empreendedorismo no país e a grande dedicação dos professores em pesquisar e buscar novos métodos e caminhos para formar melhores empreendedores e gerar mais empreendimentos inovadores.
Foram representantes de universidades de vários estados brasileiros do Piauí ao Rio Grande do Sul, que trouxeram inúmeras contribuições para os participantes, com relato de experiências inteligentes que ampliam a qualidade do ensino de empreendedorismo no país.
Foi também atribuído pela primeira vez o Prêmio Educação Empreendedora como um estímulo e reconhecimento das entidades patrocinadoras do REE Brasil de trabalhos e experiências relevantes de professores. Este primeiro premio foi para o Piauí, mostrando a valorização pelo resultado obtido por um jovem professor de Picos, cidade que fica a 200 km da capital Teresina.
Foi tão rico o ambiente, os trabalhos apresentados e os resultados alcançados neste REE Brasil que pretendemos trazer outros tópicos para nosso blog e para isso convido os participantes que os apresentaram a me escreverem com textos para serem postados, descrevendo de modo sucinto o que apresentaram no evento. Estou contando com vocês.

sábado, 9 de outubro de 2010

Modelo de negócios

Um empreendedor não deve imaginar que sua empresa vende como todas as suas similares: não se trata da quantidade ainda, mas a forma de apresentar seus produtos e conseguir ganhar dinheiro com eles. É o que se chama de modelo de negócios.
Conforme o modelo de negócios, vamos trazer ou afastar vendas e estaremos optando por um caminho que pode ser de sucesso ou fracasso. Os conservadores poderão dizer que para evitar o risco é melhor vender com os demais concorrentes. Isso nos leva ao Oceano Vermelho, invariavelmente.
Devemos então buscar um diferencial no modelo de negócios e analisar com cuidado que fatia do mercado queremos conquistar, tanto sob o ponto de vista qualitativo como quantitativo. A escolha de um nicho onde tenhamos conhecimento do que os clientes querem e precisam pode significar o abandono de outros segmentos de mercado, mas vai nos assegurar maior capacidade de atender aos clientes de uma maneira exclusiva.
Para um país jovem como o nosso, existem muitos nichos mal atendidos: é importante saber caracterizá-los e criar o conhecimento na empresa para criar soluções altamente inovadoras e competitivas. Outro aspecto é que cada nicho pode ter um forte potencial para crescer e se constituir em verdadeiros Oceanos Azuis para quem os elege.
Financiamento é outro ponto importante para conseguir clientela: se pudermos fazer nossos clientes nos pagarem com o que ganham pela adoção de nossas soluções, estaremos também conseguindo ser muito atraentes. Muitas vezes isso se consegue pela simples associação da nossa receita ao lucro do cliente produzido pelas nossas soluções.
O modelo de negócios é definido no inicio da elaboração: vale a pena refletir bastante nesse aspecto antes de ir adiante à formulação do plano do negócio. Teste o seu modelo de negócios para ver como vai funcionar e corrija o que for necessário.

sábado, 2 de outubro de 2010

Plano de 100 dias

Um empreendedor imagina seu empreendimento face uma oportunidade, levanta informações, imagina um modelo de negócios, busca seus diferenciais competitivos e uma estratégia para ganhar mercado. Em seguida, organiza suas ideias e faz o planejamento do empreendimento.
Com um plano do empreendimento na mão conquista adeptos, podendo passar pelo processo de seleção da incubadora de uma entidade de fomento ou Universidade ou entrar diretamente no mercado.
Dinheiro é um problema sempre, mas procurando os membros da família, os amigos e, por vezes, um Bussiness Angel consegue convencer alguém a entrar no negócio.
Parece que todos os grandes problemas estão resolvidos, mas nessa hora de colocar o empreendimento de pé é que a coisa pega: são tantos os requisitos a implantar, são muitos os objetivos que precisam ser alcançados para que o empreendimento seja um sucesso.
É exatamente nessa hora que aconselhamos o empreendedor a usar o Plano de 100 Dias. Mas, o que é isso? Imagine que você fosse implantar primeiro uma configuração reduzida do empreendimento de seus sonhos. Apenas o suficiente para que ele pudesse funcionar, com um mínimo de clientes e de produtos e serviços, mas que já tivesse as principais características do empreendimento do sonho. Como um empreendimento bebê!
Esta é exatamente a maneira que acredito ser a melhor para começarmos a ver o empreendimento operar. Já se pode fazer a prova do conceito de seu modelo de negócios e corrigir a tempo o que for necessário.
Muitas dificuldades que precisam ser vencidas para que o empreendimento possa estar completamente implantado ficam para depois, só serão tratadas quando o que é básico para a operação de sua fase inicial estiver funcionando.
Mas, porque o nome de Plano de 100 Dias: temos que colocar o empreendimento em funcionamento em 100 dias? O tempo 100 dias é apenas uma sugestão, que pode ficar adequada para muitos empreendimentos, e que para outros vai requerer recalcular o tempo: conforme haja necessidade de desenvolver um software ou montar uma fábrica antes de começar operar, pode ser que seja preciso mais enquanto uma loja pode ser colocada operacional em 50 dias, podemos ajustar o horizonte do plano.
O importante não é o numero de dias, mas o conceito: deve ser o menor tempo possível para que se coloque o empreendimento operacional, de tal forma a poder comprovar sua viabilidade, numa configuração simplificada.

sábado, 25 de setembro de 2010

OS CRIADORES DE RIQUEZA

Um conjunto de pessoas, especialmente as que militam em grupos que defendem políticas de transferência de renda como forma de chegar à Justiça Social, acredita que programas de distribuição de renda são criadores de riqueza.
Este é certamente um engano que os empreendedores não devem cometer: a geração de riqueza se faz pelo trabalho útil para a sociedade. Em “Uma investigação sobre a Natureza e as Causas da Riqueza das Nações” Adam Smith, pai da economia moderna, afirma que a pobreza não tem causas, pois é o estado natural do ser humano.
As desculpas de que uma pessoa é pobre por razões como " a outra ser rica" ou "pela espoliação do patrão ou do estado ou dos poderosos" não tem consistência no entendimento de Adam Smith: para se criar riqueza e multiplicá-la é necessário que o homem faça uma especialização em uma área de trabalho de seu gosto ou preferência e que contribua com seu esforço, dedicação e capacidade empreendedora. Hoje poderíamos até traduzir este pensamento em algo como “só o trabalho é capaz de construir riqueza”.
Os empreendedores tem um papel especial no processo de criação de riqueza, especialmente se considerarmos os diferentes tipos de empreendedorismo agindo de modo integrado: de um lado, a criação de novas empresas, gerando produtos e serviços que são oferecidos ao público e que resultam na oportunidade da criação de empregos variados. De outro, o empreendedor social, com sua sensibilidade para as carências das comunidades procurando atendê-las, mas ao mesmo tempo buscando a autossuficiência para esses grupamentos. Os governos mudando sua atitude para a prática de um empreendedorismo para desenvolvimento local, com projetos consequentes e integrados, com a continuidade que só os empreendimentos bem planejados são capazes de prover.
As ilusões de que "tira de uns para dar a outros" não leva à solução dos problemas da sociedade: é preciso aumentar a riqueza como nos ensina Adam Smith para que seja possível ter mais e equacionar de modo adequado a todas as necessidades. O mais importante não é distribuir, mas provocar a inclusão de todos os que puderem contribuir para a construção da riqueza. A solução está em criar mais emprego e preparar um indivíduo para exercê-lo, que receberá pelo seu trabalho e poderá ter o orgulho de se sentir participante do processo de desenvolvimento da sociedade em que vive.

sábado, 18 de setembro de 2010

Modelos de negócios em busca do Oceano Azul

O empreendedor que adquire o hábito de observar a realidade constata, a cada dia, mudanças no mundo que vivemos. Cada tipo de negócio está se reinventando: levando em conta as possibilidades oferecidas pela tecnologia e promovendo a inclusão, de forma a ampliar o mercado para que mais pessoas possam ter acesso aos bens e serviços oferecidos pelas novas tecnologias.

Isso poderia se traduzir como mudanças nos modelos de negócios em busca do Oceano Azul*, reduzindo a pressão da concorrência e aproximando a oferta da necessidade dos consumidores e da sua possibilidade de pagar por eles.

Esta nossa última frase parece ser de simples percepção, até, de certo modo, poderíamos dizer que ela tem uma inspiração de marketing, podendo ser uma mensagem padrão das empresas que estão querendo se situar no Oceano Azul e encontrar uma nova atmosfera de relacionamento com seus clientes.

Entretanto, ela tem também seu lado ameaçador: os que não estão se reposicionando e que continuam a viver no Oceano Vermelho, até mesmo se acostumando com a vida nessas condições tão adversas, podem estar se aproximando de uma porta que os leva a sair do mercado.

Meu caro empreendedor: não pense que pintar nuvens terríveis e predizer o fim do seu negócio é algo que nos traga prazer. Nem pense que estamos fazendo isso para lhe vender livros ou que somos exagerados e afinal o Oceano Vermelho é uma contingencia natural dos que vivem no mundo dos negócios.

O que pretendemos é que você mude de lado: saia da acomodação de achar que os negócios são assim mesmo e gaste uma parcela do seu tempo para olhar além do seu dia a dia. Verifique se o que você oferece é exatamente o que os seus clientes gostariam de receber: para fazer esta análise não se preocupe com o que os seus concorrentes estão fornecendo, mas com o que o seu potencial cliente sonha em receber. Procure entender porque o cliente não compra o que você e seus concorrentes oferecem.

Mudar não é fácil. Precisa ter muita disposição para fazer tudo o que é obrigatório para a sobrevivência imediata de sua empresa e ainda ter forças para pensar nisso tudo e promover a mudança, quando não há nem certeza de sucesso nessa nova forma de modelo de negócios.

Mas, se você não fizer este esforço e se não tiver a alegria necessária para testar novos modelos certamente você enfrentará a tristeza da derrota. Mas, será que a situação de nossa empresa é tão dramática que necessita de uma nova postura em relação a seu modelo de negócios que seja tão radical? Já ouvimos esta pergunta de diversos empreendedores e é claro que a resposta depende de cada caso.

Quando você acha que sua empresa está fazendo tudo de um modo competente e que tem sabido se relacionar com sua clientela, mas ainda assim não consegue ter lucro e os ganhos não satisfatórios para que os investidores possam se estimular em continuar a injetar recursos no empreendimento, certamente essa é a hora de ligar o alerta e prestar atenção no seu modelo de negócios. Ele está precisando ser revisto.

Não é esse o único sintoma que você deve observar, embora ele seja bastante típico: olhe sempre para frente e imagine para onde sua forma de agir o está levando. Projete o futuro e perceba se ele é promissor ou caminha cada vez mais para o Oceano Vermelho. Também nessa hipótese você deve repensar o modelo de negócios.

Não se desespere se constatar que seu modelo de negócios está esgotado ou em vias de levá-lo ao fracasso: há sempre um caminho que poderá recolocá-lo no Oceano Azul, desde que você esteja atento e não tenha medo de mudar.

* A Estratégia do Oceano Azul - Como Criar Novos Mercados e Tornar a Concorrência Irrelevante - Autores: Kim, W. Chan; Mauborgne, Renée

domingo, 12 de setembro de 2010

Uma única história e Chimamanda Adichie

Todos nós recebemos uma enorme quantidade de informação a cada dia e com o progresso da Internet e seus recursos isso se tornou algo mais forte ainda.

Em contrapartida, vivemos sempre em busca da verdade, da verdadeira história, da razão maior de cada coisa.

Aparentemente, o volume de informação que nos é oferecido poderia ajudar a encontrar a verdade que buscamos, mas observamos que há muita repetição da mesma história nos diversos jornais, revistas, mídia em geral.

Nossa pressa e falta de tempo diante de tantos desafios da vida tem nos levado a aceitar uma única historia para explicar cada coisa ou, em outras palavras, a aceitar que fontes diferentes repetindo a mesma história significariam origens diferentes concordando ou convergindo a uma verdade.

A apresentação da escritora nigeriana Chimamanda Adichie dura cerca de dez minutos, mas vale a pena para refletirmos sobre a importância de obtermos várias historias sobre cada assunto para formarmos a nossa compreensão e estabelecermos os caminhos que vamos escolher em nossas vidas.

Um ponto forte no discurso de Chimamanda Adichie é quando ela nos mostra que a forma de aproximarmos os seres humanos fica facilitada quando cada um de nós conhece varias historias que servem para refletir mais nossa igualdade do que nossas diferenças.

Por incrível que pareça, eu imaginei como os empreendedores são adeptos de conhecer varias histórias: cada versão é uma visão da realidade e ajuda a compor uma interpretação multicolorida e com mais dimensões. Essa é uma das portas de entrada para a inovação: conseguir ver de modo multidimensional para poder explorar melhor as possibilidades oferecidas em cada realidade.

Recomendo a vocês que vejam a palestra de Chimamanda Adichie em:
http://www.ted.com/talks/lang/por_br/chimamanda_adichie_the_danger_of_a_single_story.html

Certamente serão dez minutos inesquecíveis. Boa palestra!

domingo, 5 de setembro de 2010

INDEPENDENCIA E EMPREENDEDORISMO

A palavra independência vem à tona exatamente quando comemoramos mais um aniversário da nossa independência e, no contexto do empreendedorismo, refletimos sobre quais os fatores que poderiam ajudar a criação de um ambiente mais favorável para que cada cidadão possa exercer sua vontade empreendedora.
Certamente, o ambiente como um todo passa a ser mais favorável a empreender quando aumenta a competência do empreendedor e isso se faz através do ensino de disciplinas de empreendedorismo. Estudar mais as técnicas e ampliar os conhecimentos sobre planejamento e gestão de empreendimentos é indispensável para melhorar os resultados do empreendedorismo e intensificar a criação de empreendimentos. Quem sabe, não tem medo e se encoraja a empreender.
Ainda sobre o ambiente, a ação das incubadoras já ficou provada neste Brasil: é necessário discutir como fazê-las mais atuantes e capazes de apoiar maior numero de empreendimentos. Nesse caso me vem à mente o exemplo de Israel: o governo percebeu que os empreendedores necessitam de um empurrão inicial sob a forma de recursos financeiros e é conveniente conviver em um ambiente empreendedor onde pudessem ter apoio de mentores experientes. Isso se materializou na opção do governo de considerar as incubadoras estratégicas e dotar-lhes com os recursos necessários para que se aparelhassem para dar aos empreendedores a mentoria necessária. Para os empreendedores reservou uma quantia capaz de garantir seu empreendimento nos primeiros dois anos de vida, desde que fosse um projeto que tivesse a aprovação e a supervisão da incubadora responsável.
Alguns anos após a adoção destas medidas, o que se viu foi um interesse muito forte do capital privado em investir nas empresas incubadas e o governo em Israel deu o segundo passo de seu programa: passou a estimular os fundos de capital semente para que investissem nas incubadoras e em suas empresas de modo integrado, aumentando os recursos disponíveis para os empreendedores desenvolverem seus empreendimentos.
O resultado disto está aí: para cada dollar investido pelo governo israelense nas incubadoras e empresas nascentes, os fundos de capital semente investem 7 dollares neste mesmo sistema. Este passo está sendo extremamente benéfico para aquele país, pois o empreendedorismo e a inovação tem um papel preponderante em seu PIB.
A Endeavor está procurando entrevistar os candidatos à presidência da república com o intuito de conseguir sua definição de uma agenda para o empreendedorismo. Certamente, isso será bom para o empreendedorismo no nosso país e contribuirá para ampliar sua independência. País onde seus filhos conseguem encontrar terreno propicio para realizar seus sonhos é certamente um país mais independente.

sábado, 28 de agosto de 2010

A educação e a tecnologia

Vamos fazer uma primeira reflexão sobre o futuro da educação e a oferta de recursos que a tecnologia nos apresenta. Evidentemente, antes de se tratar do efeito da tecnologia, cabe constatar que a educação na sociedade da informação em que vivemos ampliou sua importância no sentido horizontal. Educação não ficou mais importante para as camadas que já participavam da chamada intelectualidade: para ela, o desafio de se manter atualizado passou a ser mais difícil. Quando falamos em ampliação no sentido horizontal, nos referimos à necessidade de que mais gente perceba hoje que precisa ampliar seu patamar de conhecimentos (e em alguns aspectos, aprofundar) para conseguir um importante espaço de trabalho no mercado.
Posto isto, para as entidades de ensino, surge o desafio de oferecer seus cursos a um maior numero de pessoas. Para cada uma, o desafio é manter-se estudando continuamente, uma vez que há necessidade de atualização e de aprofundamento do conhecimento.
A tecnologia vem em seu auxílio oferecendo maior acesso aos meios de comunicação e trazendo a Internet como um parceiro essencial onde se podem encontrar cursos, espaços de discussão de temas, locais para publicação do conhecimento de forma que ele seja disponibilizado a pessoas que façam parte de uma tribo classificada.
Esta junção da necessidade com a oferta que a tecnologia nos aporta, vem no momento certo, mas aponta para uma reformulação significativa do ensino: a oferta de conteúdos, assim como a imensa variedade de temas, certamente deve aumentar, e o uso da mídia digital será intensificado. Para viabilizar esta nova era o preço unitário do conteúdo oferecido vai diminuir, devendo aumentar o ganho dos seus fornecedores, em face da ampliação do mercado.
Não haverá apenas um crescimento da quantidade de pessoas procurando conteúdos, mas o tempo que cada um irá dedicar a aprender algo novo será maior, o que se viabilizará pelo melhor aproveitamento do tempo, substituindo deslocamentos pela utilização de Internet ou pelo acesso pelos telefones celulares. Será primordial cuidar da produtividade do leitor.
Também a forma de levar essas informações aos seus interessados vai mudar: haverá necessidade de repensar como facilitar a aprendizagem nessas novas mídias.
Para os leram o célebre artigo de Peter Drucker sobre o ensino à distância que foi divulgado em 1995 poderão dizer que a sua profecia já se realizou e que agora estamos surfando um novo estágio. Dizia o velho mestre:
"O planejamento não é uma tentativa de predizer o que vai acontecer. O planejamento é um instrumento para raciocinar agora, sobre que trabalhos e ações serão necessários hoje, para merecermos um futuro. O produto final do planejamento não é a informação: é sempre o trabalho." (Peter Drucker)

Atenção aos jovens empreendedores: aí está um filão imenso de oportunidades a serem exploradas.

domingo, 22 de agosto de 2010

As empresas nascentes e sua trajetória até a adolescência.

Nas duas últimas semanas falamos muito sobre empresas que chegaram ao sucesso e que já estão caminhando na direção de se tornar empresas de capital aberto. Entretanto, o caminho é longo para se chegar neste ponto e vale a pena tratar desse assunto.
Uma empresa começa a ser concebida pela atitude de seu empreendedor, observando a realidade e procurando uma oportunidade em sua área de interesse. Há necessidade de seguir um método nesta busca: observar a realidade em busca de não conformidades. É nelas que estão as oportunidades de mudar. É aí que se podem encontrar as pérolas.
Você busca encontrar a forma de solucionar a não conformidade: imagine a cena - um egípcio no deserto tenta decifrar um enigma sob a ameaça de um animal tenebroso que o irá trucidar se não encontrar a solução. Esta é a maneira como os empreendedores se encontram quando já conseguiram capturar a oportunidade e ainda não acharam a maneira de estabelecer um negócio que efetivamente a aproveite e crie valor para as pessoas que quiserem vencer aquela dificuldade.
Muitas empresas assim se formam, começam e vão dando certo. Seus empreendedores se sentem felizes. Mas, a maioria não se contenta só com isso: se chegaram até ali querem ver seu empreendimento crescer e ganhar escala. Nessa hora é preciso planejar de novo e projetar como crescer o percentual ambicionado no tempo devido, com os recursos que foram conseguidos.
Nesse momento começamos uma nova etapa: essa é uma fase difícil e dela pode resultar uma empresa que decolou e que vai voar alto. Mas, a maioria das vezes, o que temos é uma empresa "adolescente".
A empresa adolescente é aquela que não sai do estágio de nascente para se constituir numa empresa estabelecida: vive todo o tempo aos sobressaltos, ora com boas vendas e com problemas de entrega na data e na qualidade esperada pelos seus clientes, ora com problemas de vendas abaixo do ponto que podem torná-las lucrativas.
As causas desta adolescência prolongada são muitas e podem ser resumidas em uma só palavra: gestão. Má gestão é um mal das empresas emergentes que não conseguem passar a ser empresas estabelecidas e que ficam no caminho, como eternas adolescentes.
Escrevam-nos para enviar características que você tenha observado numa empresa adolescente.

domingo, 15 de agosto de 2010

Empreendedorismo brasileiro atinge a maturidade: os casos MODULO e AFFERO.

Ainda estamos comemorando o sucesso da MODULO, que ao fazer 25 anos com muito brilhantismo, nos faz pensar em como o empreendedorismo evoluiu neste país durante este quarto de século.
Não havia cursos para capacitar o empreendedor para planejar seus empreendimentos nem existiam incubadoras que lhes dessem apoio na implantação de suas empresas: a MODULO viveu esta época e seus sócios sabem a falta que tudo isso fez.
Por outro lado, a AFFERO, formada a partir de três empresas originalmente incubadas no Instituto Genesis da PUC-Rio, Eduweb, Quickmind e Milestone, cobre um amplo espectro das necessidades da área de recursos humanos das empresas, especialmente em ensino à distancia, gestão de competências e de conhecimento.
Hoje, muitas universidades oferecem cursos na área de empreendedorismo, além do SEBRAE, Endeavor e outras entidades. O ensino de empreendedorismo é fundamental para orientar o empreendedor e ampliar a probabilidade de sucesso de seus empreendimentos.
Incubadoras já são aproximadamente 450: a maioria delas está em Universidades e muitos projetos são desenvolvidos em conjunto com seus laboratórios. A capacidade instalada dessas incubadoras está em cerca de 6.000 empresas incubadas residentes simultaneamente e mais a possibilidade de orientar muitas empresas não residentes.
Hoje, se Fernando, Alberto e Álvaro fossem criar a MODULO a partir do zero, estamos convencidos de que poderiam chegar onde estão agora com maior segurança e rapidez, em face desses recursos oferecidos.
Por isso, já estamos podendo trazer exemplos de empresas que nasceram sob a égide de incubadoras e seus empreendedores fizeram cursos que lhes orientaram em como planejar e implantar seu empreendimento. Já sabemos até criar uma grande empresa, líder de segmento, capaz de atrair investidores para acelerar seu desenvolvimento.
Não pensem, entretanto, que estamos com o jogo ganho: há muito por fazer e vamos tratar disso nos próximos posts e gostaríamos de receber de vocês as sugestões de quais os pontos importantes que precisam ser desenvolvidos pelo empreendedorismo brasileiro.

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Empreendedorismo brasileiro atinge a maturidade e gera empresas líderes de mercado – MODULO faz 25 anos

Há cerca de cindo anos, quando Aranha e eu conversávamos sobre o estágio de evolução do empreendedorismo brasileiro, ficamos felizes com tudo que havia sido alcançado até então e, em seguida, pensamos sobre o que ainda estava para ser feito.
Nossa conclusão foi que, até aquele momento, havíamos aprendido a desenvolver empresas pequenas, com o trabalho conjunto do ensino de empreendedorismo e das incubadoras que auxiliavam os jovens empreendedores. Mas, não havíamos conseguido criar empresas grandes, que fossem líderes de sua área de atuação no mercado. Isso ainda estava faltando.
Desde então, nos impusemos o objetivo de ajudar ou, pelo menos, de participar da torcida para que esta barreira fosse rompida. Enquanto isso, três jovens empreendedores – Fernando Nery, Alberto Bastos e Álvaro Lima, todos da mesma turma da UFRJ - trabalhavam incessantemente para transformar a MODULO em uma empresa líder do mercado, na área de informática, com soluções para automatização de GRC – Governança, Riscos e Compliance, com atuação em desenvolvimento de software, consultoria e educação, sempre buscando soluções inovadoras.
Hoje, nossa MODULO está completando 25 anos e o empreendedorismo brasileiro comemora com ela o expressivo sucesso obtido. Inclui-se aí uma importante atuação internacional e a participação com grande destaque em projetos que lhe asseguram o direito de poder dizer que estão mudando o Brasil.
O exemplo da MODULO já tem seguidores: mais empresas que nasceram sob a égide do empreendedorismo estão na liderança de seus mercados e, em alguns casos, este posicionamento é alcançado através de fusões, incorporações e investimentos de capital de risco.
Algumas dessas jovens empresas brasileiras que tem conquistado posições de liderança nasceram nas incubadoras de empresas, aliás, em franca evolução no Brasil, e, outras, como a MODULO, não tiveram a oportunidade de contar com o apoio de uma incubadora, pois não existiam ainda à época em que foram fundadas.
Nosso blog está iniciando esta semana parabenizando a MODULO, em nome do brilhante trabalho feito pelos seus sócios empreendedores e pelos investidores que acreditaram na competência e apostaram na capacidade destes empreendedores criarem valor.
O exemplo da MODULO continuará a ser seguido. Vamos usar este blog para, de vez em quando, trazer algumas histórias do empreendedorismo brasileiro. Fernando, Alberto e Álvaro, muito obrigado pelo estímulo que estão nos trazendo! Saudações empreendedoras! Continuem a mudar o mundo!

sábado, 31 de julho de 2010

Porque transformar projetos em empreendimentos quando o tema é desenvolvimento local.

Todos já se cansaram de assistir um dos dois filmes muito batidos:
- Projetos para desenvolvimento local que atrasam, acabam custando mais que o planejado, mas enfim ficam prontos e produzem o resultado esperado. Só que tempos depois, tem-se a percepção de que o problema renasceu e muitas vezes com cores mais dramáticas;
- Projetos para desenvolvimento local que acabam por não se realizar ou se realizam de modo parcial e tem-se a sensação de que não valeu, pois o objetivo não foi atingido.
A causa disso é que estamos usando o instrumento errado para resolver o problema. Projetos tem inicio e fim planejado e ao terminarem o objetivo pretendido deve estar atingido. A maioria dos problemas de desenvolvimento local são permanentes e se resolvem com a realização de diversas atividades e de projetos. Mas, é necessário que se tenha a percepção do objetivo que é algo mais perene.
Vamos exemplificar: quando se pensa em construir uma marginal para resolver os problemas de trânsito em S.Paulo é , no mínimo, ingenuidade. Mesmo que se haja atingido a solução pretendida no dia da inauguração da hipotética marginal, não vai demorar muito para que o problema retorne e venha a nos olhar ameaçadoramente.
Se imaginássemos um empreendimento cuidando do assunto e se ocupando permanentemente em melhorar o trânsito na cidade, ele deveria ter um planejamento, que se renovaria a cada ano, os clientes (a população) seriam ouvidos de tempos em tempos para que fossem revistos os objetivos, a interligação entre as diversas ações seria feita com naturalidade e o sucesso do empreendimento seria medido pela opinião publica, que daria sua nota, considerando o quanto o transito está melhorando.
Já sei: alguns leitores devem estar pensando que este órgão existe e nem por isso o problema está tendo o tratamento que estou propondo e os resultados que apontamos não tem sido atingidos. Você sabe porquê?
É que os orgãos existentes não estão fazendo seus planos de empreendimentos do mesmo modo como uma empresa privada faz: falta metodologia, preparo, sistematização e a orientação no sentido de avaliar a opinião pública.
Vamos evoluir em relação a isso, passando a imaginar como deveria ser o planejamento dos orgãos da administração para que efetivamente conseguissem obter resultados que fizessem a população se convencer que seu dinheiro pago a titulo de impostos está sendo bem empregado.
Planejar é uma caracteristica essencial para o empreendedor.

sábado, 24 de julho de 2010

CONTRA A PIRATARIA, MAS SEM COMETER INJUSTIÇAS

Hoje recebi alguns DVDs comprados na Amazon.uk e uma deles veio para ser reproduzido somente na Zona 2, o que impossibilita que possamos ver aqui no Brasil.
Algumas reflexões seguidas de testes que foram feitos e que vou contar para vocês. Uma das reflexões é se seria justo que as pessoas não pudessem comprar livremente seus DVDs gravados com obras de arte como uma grande orquestra ou um musical da Broadway em qualquer lugar e com o direito de reproduzi-lo em qualquer lugar também. Afinal dizem que o mundo é globalizado...
O argumento de que é preciso proteger direitos contra a pirataria é algo justo, mas a pergunta é até ponto? Seria razoável que um DVD comprado legalmente não pudesse ser reproduzido? Não haveria outra forma de proteção mais inteligente.
Claro que tentamos em todos os aparelhos de DVD da casa e nenhum deles aceitou reproduzir um DVD para a Região 2 e trata-se de algo comprado na maior empresa de vendas de DVD da Internet, sem pirataria. O penalizado foi o comprador e não o pirata.
Depois, colocamos no computador para ver se era possível reproduzir: afinal o software do computador é vendido em todo o mundo e poderia ser mais amigável neste ponto. Primeiro, usamos o Windows Media Player e ele logo levantou a questão da região: só se você mudar sua região usual para a região daquele DVD, mas o preço é que para voltar depois vai ser um problema. Desistimos...
Finalmente, ainda no computador, fizemos uso do Real Player e conseguimos ver o nosso DVD. Mas, esta novela não termina aí: vocês devem estar perguntando o que o empreendedorismo tem a ver com isso?
Esta parte da resposta é simples: podemos mostrar inicialmente que se trata de um problema de marketing. Até que ponto é razoável incomodar o consumidor que não está praticando a pirataria e até mesmo aquele é como nós francamente contrário, em nome de tentar evitar o sucesso do pirata? Os especialistas de marketing devem estar preocupados com esse ponto faz muito tempo, até porque a resposta a isso é complexa: de acordo com o nível educacional de cada população, encontramos atitudes diferentes em relação à pirataria. Pelo menos, sabemos que vai ser difícil encontrar uma solução única.
Mas, o aspecto mais interessante é que esta situação que constatamos se constitui em uma oportunidade: certamente difícil de ser aproveitada, pois vai ser necessária muita criatividade para corrigir essa não-conformidade. O vencedor do desafio vai precisar encontrar uma solução que evite ou reduza substancialmente a pirataria, mas que não seja tão incomoda e injusta com o consumidor bem intencionado.
Aí está um desafio que os empreendedores poderiam gastar algum tempo refletindo, para, quem sabe, encontrar uma solução que ajude a sociedade a ficar mais feliz, preservando os direitos dos artistas e autores e, ao mesmo tempo, sem cometer injustiças.

sábado, 17 de julho de 2010

REDES SOCIAIS VIRTUAIS E COMÉRCIO VIA INTERNET

Esta semana, Flavio Berman, um dos empreendedores que criou o Kone, esteve conversando comigo e vale a pena trazer para vocês os temas que tratamos, sobretudo para quem acha que vender pela Internet é algo que basta ter um bom site e o resto se arranja. Certamente esta posição é o cúmulo da ingenuidade.

Temos visto que as redes virtuais têm progredido tanto, que cada um de nós já pertence a várias delas e temos a percepção de que está se formando um congestionamento: começamos a não aceitar entrar para nenhuma nova rede. Mas, pior que isso, é a constatação de que está dando muito trabalho para manter os contatos com os amigos de rede e não temos tido um resultado que seja compensador.

Numa primeira análise, sentimos falta de algum fator que servisse de razão para aglutinar as pessoas: um interesse comum ou uma causa. Seria aprofundar o conceito da rede social para que se tivesse dentro de cada rede, onde participam pessoas que se conhecem e que podem ter alguns pontos comuns de interesse, uma divisão em categorias. Cada categoria abrigaria um subconjunto da comunidade da rede, pela identificação de uma área de interesse comum.

Um indivíduo poderia pertencer a uma comunidade, se inscrevendo na rede virtual, mas, adicionalmente,deveria se inscrever em categorias que representassem o seu gosto, interesse cultural, esportivo, gastronômico, econômico, etc.

Bem, isso tudo deve parecer bastante lógico e simples para todos os leitores, mas nesse ponto é que começa o problema: vamos supor uma categoria já devidamente povoada e que tenha interesse comum em algum ponto, Para ficar mais claro, vamos exemplificar: digamos que a categoria seja constituída de amantes de filmes musicais.

Se imaginarmos o comercio pela Internet, essa categoria deveria receber dos anunciantes informações que fossem vinculadas a filmes musicais. Seria um processo previsto nos sistemas que gerenciam o relacionamento com os clientes de determinado interesse.

Entretanto, a percepção que temos é que esta categoria não ficará satisfeita por muito tempo recebendo os mesmos tipos de anúncios ou de informações. Cada membro desta categoria vai pretender receber algo mais personalizado, que leve em conta o seu comportamento pessoal.

Toda esta conversa vem a delinear uma figura que seria um animador de categoria: um indivíduo que poderia ser conhecedor dos mecanismos de CRM (Consumer Relationship Management) e dos recursos de comunicação pela Internet e que estivesse assessorado por um especialista no tema da categoria, em nosso exemplo, seria um expert em filmes musicais. Assim, ele poderia enviar para cada membro da categoria apenas as mensagens que efetivamente pudessem lhe interessar.

Este texto teve por objetivo mostrar a necessidade de aprofundar nosso conhecimento sobre o tema, para que se compreenda que vender pela Internet, de modo consistente e sistemático, requer a implantação de mecanismos mais sofisticados e baseados em conhecimentos sobre cada tema de venda. Também será necessário associá-los aos recursos oferecidos pela informática e pela Internet. Seria uma venda de relacionamento, porém virtual.

Voltaremos a este tema com as questões vocês venham a levantar e outras reflexões que serão feitas.

sábado, 10 de julho de 2010

NEM TUDO O QUE RELUZ É OURO

Um modelo de negócios que seja viável e que ao mesmo seja desafiador pela inovação que apresenta é um importante ingrediente para o empreendedor e seus apoiadores se entusiasmarem.
A partir daí, levando em conta que se conseguiu identificar uma boa oportunidade, para a qual foi imaginada uma idéia que orientou não somente o modelo de negócios, mas ainda a construção de um plano de negócios bastante claro e detalhado para ser implantado, este é o ponto em que muitos empreendedores chegam e param.
A luz refletida pelo brilho do que parece ser uma promessa de sucesso paralisa o empreendedor, como se fosse uma magia que o encanta apenas em pensar como será aquele negocio funcionando.
Mas, nem tudo o que reluz é ouro e não é com a atitude de admiração pela concepção que o empreendedor vai se realizar. Também é preciso responder às expectativas dos seus seguidores, apoiadores e investidores: a realidade é a única resposta que interessa.
A gestão para a implantação do plano de negócios é talvez uma etapa com menor charme e que cheira mais a suor, mas ela é inevitável. Meu caro empreendedor, não vale dizer que já teve a idéia e que planejou tudo com a profundidade e os elementos necessários para que os gestores profissionais façam a sua parte e implantem o novo empreendimento.
Esta ilusão de que o pai da criança só participa da concepção é um erro que o empreendedor não pode cometer. O verdadeiro empreendedor quer ver seu sonho realizado e para isso deve estar disposto a enfrentar a gestão da implantação. Mas, isso é um trabalho diário e cheio de detalhes: é nesse ponto que vai ficar claro que espécie de empreendedor você é.
Buscar auxílio de quem sabe mais é algo essencial e que não pode deixar de ser feito. Bons empreendedores procuram se cercar de pessoas competentes para ajudá-lo a atingir seus objetivos. Estudar nos livros é também uma medida eficaz. Você deve procurar os que lhe ensinam como implantar seu empreendimento a partir do seu planejamento.
Não tenha medo de errar: claro que você vai fazer todo o possível para evitar os erros, mas eles virão. Faz parte do caminho de quem faz: sempre é possível corrigí-los, desde que você esteja atento ao passo a passo da sua tarefa.
Bom trabalho e não esqueça que disciplina e persistência são ingredientes fundamentais e que devem estar no seu “kit” de empreendedor.

sábado, 3 de julho de 2010

APRENDENDO COM A DERROTA

Em primeiro lugar, é necessário dizer que a paixão é um tema que interessa ao empreendedorismo: a visão consagrada dos empreendedores é que o sucesso requer razão e paixão em doses corretas a cada momento. Mas, a paixão é essencial, tanto quanto a razão.

Todos nós brasileiros ficamos muito contentes em ver a nossa seleção no primeiro tempo do jogo com a Holanda, mas nossa dor foi muito grande no segundo tempo, quando tudo deu errado. Fomos eliminados antes da hora: nossa percepção era de que estávamos disputando o hexa e que tínhamos alta probabilidade de ganhar.

Essa é a hora em que o empreendedor vai passar da dor da derrota, que chamamos de fracasso, para a reflexão de como vamos enfrentar o futuro. Vamos explicar que fracasso para o empreendedor é um dos resultados possíveis de uma determinada ação: significa que não houve o resultado esperado, que chamamos de sucesso. Claro que existem os estágios intermediários: sucesso relativo, sucesso parcial e fracasso parcial.

O importante para o empreendedor é sair do momento ruim em que estamos convivendo com a dor do fracasso para o momento seguinte: a reflexão sobre o que aprendemos com aquele fracasso para que possamos definir o futuro.

Muitos empreendedores se acostumaram a conviver com o fracasso, uma vez que é um resultado possível de cada uma de suas ações e os seres humanos erram muitas vezes: no caso do empreendedor praticante desde cedo ele aprendeu que é preciso ter tolerância em relação ao erro. Isso não significa perdão ou esquecimento, nem irresponsabilidade.

Significa que vamos aproveitar cada fracasso para aprender, através da reflexão sobre o que aconteceu. Mas, como fazer esta reflexão? Há um método?

Sim, o método consiste em:
- Revisar o que aconteceu, fazendo com que sua equipe chegue a um acordo sobre os fatos relevantes e as condições ambientais, assim como sobre o roteiro do que ocorreu e que levou ao resultado indesejável. O resultado desta etapa é uma história do que aconteceu em que o grupo considere que estão alinhados todos os fatos relevantes que determinaram o resultado ou foram relevantes para alcançá-lo;
- Analise dos pontos que que deveriam ser evitados ou modificados em futuras ações semelhantes e poderiam causar a mudança do resultado. Trata-se de um exercício em que cada idéia de mudança é testada pela verificação de sua efetividade para produzir resultado diferente. Só ficam as idéias ou conjunto de idéias que mudariam o resultado;
- Estabelecer uma estratégia de como implantar as idéias capazes de gerar o resultado sucesso em vez do fracasso que obtivemos. Nesta estratégia, vamos considerar também os recursos necessários e colocar no tempo cada atividade a ser feita.

Pode parecer complicado, mas com a prática na utilização deste método você passa a realizar suas etapas quase que instintivamente. Em muitos fracassos, levando em conta que você já adquiriu o habito de planejar, serão poucas as atividades que necessitarão ser alteradas para alcançar o sucesso. É como se houvesse um refinamento gradativo de sua competência em planejamento.

Faça isso a serio em sua vida, em cada fracasso, e continue a ser empreendedor, sem temer o fracasso, mas aumentando sua probabilidade de sucesso.

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Doações a projetos sociais no Brasil - as nossas limitações legais

Vivemos um momento importante no que diz respeito ao reconhecimento da sociedade brasileira de que os investimentos na área social são os que trazem maior retorno. Esta afirmação é o resultado de pesquisas realizadas nos últimos anos e que foram importantes para a compreensão de três aspectos, no que se refere ao financiamento dos empreendimentos sociais no Brasil.

São as seguintes:
a) É preciso planejar os empreendimentos sociais, da mesma forma como se faz com os empreendimentos que visam lucro – isso é fundamental para o melhor aproveitamento dos recursos que, no Brasil, ainda são de pequena monta para estes empreendimentos;
b) È necessário que a estratégia dos empreendimentos sociais seja direcionada a obter sua auto-suficiência, de tal forma que os doadores tenham a percepção de que o empreendimento para o qual concorreram com seus recursos conseguiu se auto-sustentar e poderá ter duração indeterminada, sem que haja aportes de novas doações – esta constatação é estimulante para os doadores voltem a doar, ainda que para novas organizações, mas sobretudo garante a continuidade da prestação do beneficio a que se propõe;
c) Nosso percentual de gastos, em relação ao PIB brasileiro, com os empreendimentos sociais é muito inferior ao que o de outros países. Certamente a causa disso é a inadequação da legislação brasileira nesse assunto. Assim, é necessário rever a nossa legislação, permitindo às pessoas, físicas e jurídicas, serem estimuladas a doar mais do que hoje em dia.

Com relação ao ultimo item acima, vamos nos valer de dados recolhidos na Revista Exame de 7 de abril de 2010, a saber:
- No Brasil as doações de pessoas físicas ficam sujeitas ao mesmo imposto aplicado sobre heranças que é de 4% sobre o valor transmitido. Nos Estados Unidos, a transmissão da herança a entidades sem fins lucrativos é livre de impostos;
- No Brasil, as doações de pessoas físicas a fundos sociais públicos, podem ter deduções de imposto de renda até 6% do imposto devido. Nos Estados Unidos, doações para instituições de caridade podem ser abatidas do imposto de renda até o limite de 50% da renda bruta;
- Para empresas, a legislação brasileira permite o abatimento de 2% do lucro operacional para doações com fins sociais, enquanto nos Estados Unidos este limite é de 10% de toda renda tributável das empresas.

Como se pode ver desses dados, sem aprofundar muito a analise do assunto, podemos dizer que uma elevação ainda que pequena das isenções e benefícios fiscais para estimular empresas e pessoas físicas poderá levar o país a empregar um volume muito maior em empreendimentos sociais e com isso obter resultados valiosos na luta contra a exclusão no país.

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Plano é fundamental, mas não é suficiente

É muito importante que o empreendedor compreenda a importância de planejar seu empreendimento antes de tentar transformá-lo em realidade. Mas, é preciso não ter a ilusão de que, depois de feito um plano que receba a aceitação e aprovação entusiasta dos que o lêem, tudo está resolvido.

A transformação daquele conjunto de folhas de papel, que é o plano de empreendimento, em uma empresa funcionando e conseguindo desempenhar seu objetivo, é algo bastante complexo e que vai requerer muito do empreendedor.

O que o empreendedor precisa conhecer para transformar um plano em uma empresa operando em regime? Este é o tema de nosso próximo livro na COLEÇÃO DE EMPREENDEDORISMO. Vamos orientar o empreendedor no passo a passo da implantação de sua empresa., a partir de seu planejamento.

O novo livro está sendo esperado nas livrarias para o final deste ano e já está em fase final de preparação pelos autores que são Helene Kleinberger Salim, Carlos Frederico Corrêa Ferreira e Cesar Simões Salim.

Vocês vão saber mais sobre este assunto gradativamente, a medida que o livro esteja mais próximo de sua aparição nas livrarias.

domingo, 13 de junho de 2010

Conceito de Estratégia

O desafio de entender com clareza este conceito é um ponto de grande importância para quem tem de trabalhar com o planejamento de uma empresa.

A maneira mais simples que posso apresentar aos alunos para que entendam o significado de estratégia é considerar que esta palavra é sinônimo de caminho. Como tal, supõe-se que estamos em um determinado ponto e que temos a intenção de ir para um outro ponto, também bem especificado, ainda que futuro e ainda não atingido. Assim, temos uma situação atual e uma futura e a estratégia é o caminho, ou conjunto de ações, para ir dessa situação atual para uma outra futura.

Comentários, exemplos, sugestões e dúvidas são bem-vindos.

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Estratégia 3D

Com o título acima, certamente você pensou que iríamos tratar da tecnologia aplicada ao cinema, em particular dos filmes Avatar e Alice? Isso deixaremos para outros especialistas. Pretendemos analisar a situação particularmente especial que encontramos no Brasil, composta por várias características, mas deixando de lado qualquer conotação política.

Um ponto importante é que os países emergentes agora são vistos como a esperança para superação e redução dos efeitos da crise econômica. Claro que a China está liderando esse grupo, aspecto relevante devido a seu porte. Mesmo sem considerá-la, o conjunto desses países é relevante com as contribuições dadas por Índia, Rússia (apesar de suas dificuldades internas), África do Sul, Austrália, Polônia e Brasil.

Outro ponto fundamental é o processo de inclusão. No caso do Brasil, nos últimos três anos, cerca de 18 milhões de habitantes foram integrados ao mercado consumidor. Houve o crescimento das classes C e D que caracterizou novos hábitos de consumo e outras maneiras de vender.

Mas a evolução não é apenas uma questão de mercado. Trata-se também da sustentabilidade. O próprio termo pode ter sentidos diferentes. O mais usado até agora tem sido a sua relação com o meio ambiente. Diz-se que o crescimento é sustentável quando é possível manter sua forma de trabalho, gerando resultados e sem causar impactos negativos nas comunidades do entorno. O termo ainda pode significar o crescimento com políticas e estratégias éticas não só com o meio ambiente, mas com empregados, consumidores e investidores.

Se observarmos o Brasil dos últimos quinze anos, notamos que muitas empresas brasileiras se tornaram de grande porte e com atuação no mercado internacional. Nos anos 70 do século passado, poderíamos citar duas ou três grandes empresas brasileiras e, provavelmente, todas eram estatais. Hoje, elas são de porte significativo no mundo, em diversas áreas, inclusive naquelas em que a tecnologia é a base do negócio, como no caso da Embraer. Podemos citar grandes empresas brasileiras em diversos setores: Banco Itaú, Vale, Gerdau, Brasil Foods, entre outras.

O mercado interno cresceu e ganhou características diferentes. O exterior se abriu a produtos brasileiros, além das tradicionais commodities. Superamos uma crise econômica gigantesca antes de diversos países ricos. Em contrapartida, continuamos a ter graves problemas internos, não só de infraestrutura física, mas também a falta da formação de mão-de-obra, a inadequação dos sistemas de educação e de saúde em todos os níveis. Tudo isso, ao lado de oportunidades relevantes para nos tornarmos grandes exportadores que preveem crescimento alto para o nosso mercado interno. Se tomarmos como referência tais fatores, veremos que é necessário repensar a estratégia das empresas.

Teremos de estabelecer uma nova metodologia para pensar a atuação das empresas brasileiras, considerando essas novas dimensões. É comum procurarmos o estabelecimento de metas e a forma de cumpri-las, do mesmo modo como quando tínhamos de ampliar o mercado interno e atender a cotas de exportação, muitas das quais vinham definidas pelas matrizes estrangeiras. Entretanto, novas dimensões se acrescentam. A primeira, representada por uma visão do futuro, considerando a evolução do processo de globalização e as oportunidades e ameaças que resultam daí para projetar a empresa sem se prender ao que ela é hoje. A segunda, seria a sustentabilidade, tomada sob o aspecto da preservação do meio ambiente, mas com foco em políticas e ações empresariais mais permanentes e que contribuam para sua incorporação à marca.

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Você é melhor do que pensa que é

Uma das características do empreendedorismo é mobilizar as pessoas para realizar seus sonhos. Nesse momento acontece algo muito importante: o empreendedor, movido pela sua vontade, terá de enfrentar diversas dificuldades para conseguir atingir seus objetivos.

Nesse momento é que o empreendedor identica a necessidade de buscar conhecimento em várias áreas e também de mudar sua atitude em relação ao mundo. É quando conquista a atitude pró-ativa, pelo exercicio de sua motivação empreendedora.

Gradativamente vão sendo vencidas as dificuldades e novas vão aparecendo, mas a motivação obtida pela vitória nas batalhas anteriores e o conhecimento adquirido no processo, levam o empreendedor a se empenhar em vencer os novos obstáculos.

Depois de algum tempo, ao atingir o seu primeiro objetivo maior, o empreendedor ao olhar para trás percebe que ele se superou e que jamais poderia pensar que conseguiria chegar a este novo patamar.

Então é que ele descobre que ele é maior do que pensa que é: ele percebe que novas fronteiras de sua presumivel capacidade de realização poderão ser superadas.

Você é certamente uma dessas pessoas!

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Teoria dos abismos

O ciclo de vida de um empreendimento apresenta estágios: passar de um a outro é um processo descontínuo, em que uma súbita mudança de patamar, assemelha-se a pular sobre um abismo. Ou se consegue pular ou o risco era desaparecer ou, na melhor das hipóteses, a retornar a um estágio anterior, ficando com seqüelas a serem curadas.

Para mudar de estágio é fundamental planejar com muito cuidado e definir a estratégia para vencer o desafio e ultrapassar o abismo. O investidor sabe reconhecer esses riscos e também tem pleno entendimento de que o premio pela vitória é proporcional ao risco assumido. Isso significa que somente investirá se ficar convencido de que o plano é viável, de que o empreendedor será capaz de liderá-lo e saberá como vencer o abismo.

Vamos fazer a correlação entre a maturidade dos empreendimentos e os abismos:

Abismo da sobrevivência – é o que precisa ser vencido para um empreendimento sair da fase nascente e entrar na fase nova ou emergente. Consiste em criar seus primeiros produtos e serviços e conseguir implantar nos seus primeiros clientes – é o que se chama fazer a prova de conceito, não somente de produtos e serviços, mas também do modelo de empreendimento. Consistirá inclusive em verificar a validade de sua forma de comercialização. Ao chegar ao final deste estágio, o empreendimento nascente se transforma em emergente, evoluindo para vencer um novo abismo.

Abismo da estagnação – é aquele que um empreendimento emergente enfrenta para sair dessa fase e entrar na de estabelecido ou desenvolvido. As condições para essa passagem requer um plano estabelecendo o objetivo a atingir ao final de um tempo definido como a conquista de maior clientela ou fatia de mercado ou a diversificação do mercado (escalabilidade).

Esses objetivos vão requerer a criação ou melhoria dos produtos e serviços, em organizar-se melhor para aprimorar seu desempenho e reduzir seus custos, em estabelecer mecanismos que tragam receitas recorrentes.

Na linguagem dos investidores utiliza-se o termo “tranche de investimento”. Quer dizer uma etapa do investimento total que o empreendimento vai necessitar. Com duas ou três "tranches de investimento" o empreendedor consegue levar o seu empreendimento da fase novo (emergente) para a de estabelecido (desenvolvido) e o abismo da estagnação estará atravessado.

Abismo da globalização

O empreendedor pode ou deve ter o sonho de continuar a trajetória de evolução do seu empreendimento, que já está estabelecido. Para continuar seu caminho de crescimento é necessário replanejar objetivos e rever as condições para atingi-los.

Geralmente, esse estágio do empreendimento requer recursos volumosos para realizar a evolução pretendida. Este é um abismo mais difícil de ser vencido. Por exemplo, a competição deve levar em conta um universo mais amplo, em que os competidores podem vir de qualquer parte. Os fatores que podem influir nos custos não são somente aqueles que seguem regras nacionais, podem aplicar taxações de países diferentes e atingir o trabalho e as barreiras alfandegárias. Em termos de tecnologia, devem ser avaliados cenários que considerem o desenvolvimento mundial.

Neste panorama fica claro que a ampliação do desafio vai requerer um aumento proporcional dos recursos necessários para enfrentá-lo e dificilmente o empreendedor vai conseguir de um investidor que o apóie em todo o caminho, desde o seu inicio. Haverá mais do que antes a necessidade de vencer o abismo imenso com etapas e planos exequíveis para cada uma delas.

Entretanto, existem empreendimentos que, desde a sua concepção foram imaginados para ser globais – é o que se denomina um empreendimento “born to be global” ou nascido para ser global. Nesse caso, estágios destinados a atravessar o abismo da globalização devem necessariamente conduzir ao objetivo, vencendo dificuldades que estão no caminho da globalização.

È possível perceber que cada abismo somente será superado caso alguns requisitos sejam preenchidos:

- Capacidade de criar um planejamento competente e onde é considerada a hipótese de vencer um abismo em etapas, cada uma com seu plano específico;

- Existência de mecanismos de financiamento disponíveis e sensíveis a correr os riscos associados a cada abismo de que participa;

- Gerenciamento inteligente e com a persistência de rever e refazer até obter o sucesso.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Empreendimentos para Desenvolvimento Local - uma nova visão

Gestores públicos anunciando intenções - o tom é geralmente o seguinte: vamos construir cinco escolas em nossa administração...

Lamentavelmente, tal tipo de afirmativa é um mau prenúncio. Não pelo que se propõem a fazer e não somente pelos gastos públicos decorrentes. O que nos parece ruim é a visão mutilada do objetivo que está atrás de cada iniciativa da administração pública.

Explicando: construir uma escola pode ser uma alternativa, mas, por si só não irá beneficiar a população do local. Para que isso aconteça é necessário bem mais do que a instalação física de uma escola. Para funcionar são requeridas ações adicionais, como contratar e treinar professores, equipar as escolas com sistemas informatizados e áudio-visuais modernos, mobilizar os pais dos alunos para apoiarem e. sobretudo, pensar que são conjuntos articulados de ações que não terminam nunca. Sempre teremos que fazer mais uma alguma coisa, ainda que todos os objetivos que haviamos definidos em um dado momento tenham sido cumpridos. Nem que seja fazer a manutenção do que foi feito. Por isso, fica tudo mais claro se definirmos uma meta que englobe todas as ações a serem feitas e que seja mobilizadora: por exemplo, se a meta for aumentar em 20% a média dos alunos das escolas de um bairro na prova do ENEM, comparado com o que foi conseguido nos três últimos anos. A meta precisa ser quantificável e mensurável, de modo que se possa verificar o seu cumprimento. Objetivos vagos e imprecisos não podem ser acompanhados e nem é possível verificar seu cumprimento.

Em nosso exemplo, para o objetivo definido, podemos estabelecer algumas daquelas ações:

- estabelecer a estratégia didática a ser adotada para o ensino, a partir da crítica ao ensino atual;

- definir os recursos necessários para a adoção dessa estratégia;

- levantar o padrão atual dos professores e treiná-los para atuar na nova diretriz;

- adquirir os equipamentos didáticos necessários para a sua implantação;

- convocar os pais a participarem do processo, conseguindo obter apoio para atingir o objetivo pretendido;

- definir metas intermediárias realistas, mensuráveis e que permitam controlar o progresso do programa;

- estabelecer e implantar métodos de medição da qualidade do ensino e da aprendizagem, como, por exemplo, provas simuladas do ENEM para treinar os alunos com apuração de índices intermediários.

Talvez haja ações a mais para conduzir-nos ao resultado pretendido. Mas, para este objetivo vimos que talvez não fosse necessário construir uma escola, melhor seria usar adequadamente as instalações e o pessoal existente.

Ao atingir este objetivo, estaremos conquistando maior qualidade de ensino e aprendizado pelos alunos. Vencida esta etapa, passaríamos a definir novos objetivos para horizontes de tempo seguintes e nos mobilizando para atendê-los.

Como se pode perceber pelo exemplo dado, se a administração pública raciocinasse coordenadamente como se fosse um conjunto de empreendimentos, seus órgãos teriam planos para cada horizonte de tempo, com objetivos sendo perseguidos e resultados medidos, sempre em beneficio para a localidade e seus moradores.

Nessa nova maneira de pensar a gestão pública será necessária a participação de diversos atores e a colaboração entre seus órgãos atuando focados para chegar a um objetivo.

De modo análogo ao que fizemos no caso da educação, podemos ter empreendimentos governamentais na área de saúde, turismo, segurança pública, transportes e muitas áreas mais.

Essa nova perspectiva permitirá estabelecer objetivos permanentes para iniciativas para desenvolvimento local, como fizemos com o de melhoria de ensino.

Cada objetivo permanente se decompõe em metas para cada período de tempo, sendo planejadas as ações e mobilizados os recursos necessários. Certamente, isso levará a um planejamento mais eficaz, cuja conseqüência será uma execução mais focada e a utilização mais objetiva das verbas estatais.

Esta é a percepção nova para a condução de empreendimentos para desenvolvimento local. Convido os governos a caminharem deste modo. Adotem uma pitada de empreendedorismo em suas gestões.

sexta-feira, 30 de abril de 2010

Nosso primeiro Post

Este é o nosso primeiro encontro com vocês, leitores da COLEÇÃO ELSEVIER DE EMPREENDEDORISMO. A interação entre os escritores dos livros e os leitores é muito importante para sabermos quais as impressões que vocês tiveram e que podem nos trazer, para que cada livro seja aprimorado nas suas futuras edições e suas dúvidas e questionamentos sobre conceitos, exemplos e ideias transmitidas possam ser esclarecidas.

Discussões sobre temas e a aplicabilidade de métodos e de estratégias expostos nos livros são muito bem-vindas.

A COLEÇÃO está permanentemente em construção, isto é, suas propostas sobre temas para os livros e o que é prioritário para sua atuação como empreendedor serão consideradas. Podemos incluir um assunto ou decidirmos a priorização da publicação de um livro em relação a outro, a partir de suas sugestões. Por isso, não deixe suas ideias na gaveta: envie para nosso Blog.

Já recebemos manifestação de um leitor sobre o livro recém-lançado INTRODUÇÃO AO EMPREENDEDORISMO e vamos trazer a vocês uma de suas frases:

“Em minha opinião o subtítulo "Despertando a atitude empreendedora" não poderia ter sido melhor. Foi exatamente isso que aconteceu. Sinto-me motivado cada vez mais a persistir em meus sonhos. A abrangência dos temas mostrou um livro completo, exato e atualizado. Além do mais, a cada capítulo a certeza de que "é possível!" se tornava maior. Minha expectativa com relação ao livro com certeza foi excedida.” – Gustavo Mendes.

É evidente que esta frase é um grande estímulo para nós autores do livro. Nossa intenção é essa mesma: mostrar ao leitor que é possível empreender no Brasil. Ainda que muitas condições não sejam ainda ideais e que faltem alguns mecanismos para ampliar a possibilidade de sucesso do empreendedor, estamos convencidos de que vale a pena empreender. Esta nossa posição não se baseia naquilo que aprendemos nos livros, mas na vivencia de 15 anos com empresas nascentes, praticamente todas com poucos recursos financeiros, mas com muita garra e dedicação.

Escrevam para nós e apresentem suas dúvidas, suas ideias e sugestões.

Cesar Salim