segunda-feira, 24 de maio de 2010

Você é melhor do que pensa que é

Uma das características do empreendedorismo é mobilizar as pessoas para realizar seus sonhos. Nesse momento acontece algo muito importante: o empreendedor, movido pela sua vontade, terá de enfrentar diversas dificuldades para conseguir atingir seus objetivos.

Nesse momento é que o empreendedor identica a necessidade de buscar conhecimento em várias áreas e também de mudar sua atitude em relação ao mundo. É quando conquista a atitude pró-ativa, pelo exercicio de sua motivação empreendedora.

Gradativamente vão sendo vencidas as dificuldades e novas vão aparecendo, mas a motivação obtida pela vitória nas batalhas anteriores e o conhecimento adquirido no processo, levam o empreendedor a se empenhar em vencer os novos obstáculos.

Depois de algum tempo, ao atingir o seu primeiro objetivo maior, o empreendedor ao olhar para trás percebe que ele se superou e que jamais poderia pensar que conseguiria chegar a este novo patamar.

Então é que ele descobre que ele é maior do que pensa que é: ele percebe que novas fronteiras de sua presumivel capacidade de realização poderão ser superadas.

Você é certamente uma dessas pessoas!

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Teoria dos abismos

O ciclo de vida de um empreendimento apresenta estágios: passar de um a outro é um processo descontínuo, em que uma súbita mudança de patamar, assemelha-se a pular sobre um abismo. Ou se consegue pular ou o risco era desaparecer ou, na melhor das hipóteses, a retornar a um estágio anterior, ficando com seqüelas a serem curadas.

Para mudar de estágio é fundamental planejar com muito cuidado e definir a estratégia para vencer o desafio e ultrapassar o abismo. O investidor sabe reconhecer esses riscos e também tem pleno entendimento de que o premio pela vitória é proporcional ao risco assumido. Isso significa que somente investirá se ficar convencido de que o plano é viável, de que o empreendedor será capaz de liderá-lo e saberá como vencer o abismo.

Vamos fazer a correlação entre a maturidade dos empreendimentos e os abismos:

Abismo da sobrevivência – é o que precisa ser vencido para um empreendimento sair da fase nascente e entrar na fase nova ou emergente. Consiste em criar seus primeiros produtos e serviços e conseguir implantar nos seus primeiros clientes – é o que se chama fazer a prova de conceito, não somente de produtos e serviços, mas também do modelo de empreendimento. Consistirá inclusive em verificar a validade de sua forma de comercialização. Ao chegar ao final deste estágio, o empreendimento nascente se transforma em emergente, evoluindo para vencer um novo abismo.

Abismo da estagnação – é aquele que um empreendimento emergente enfrenta para sair dessa fase e entrar na de estabelecido ou desenvolvido. As condições para essa passagem requer um plano estabelecendo o objetivo a atingir ao final de um tempo definido como a conquista de maior clientela ou fatia de mercado ou a diversificação do mercado (escalabilidade).

Esses objetivos vão requerer a criação ou melhoria dos produtos e serviços, em organizar-se melhor para aprimorar seu desempenho e reduzir seus custos, em estabelecer mecanismos que tragam receitas recorrentes.

Na linguagem dos investidores utiliza-se o termo “tranche de investimento”. Quer dizer uma etapa do investimento total que o empreendimento vai necessitar. Com duas ou três "tranches de investimento" o empreendedor consegue levar o seu empreendimento da fase novo (emergente) para a de estabelecido (desenvolvido) e o abismo da estagnação estará atravessado.

Abismo da globalização

O empreendedor pode ou deve ter o sonho de continuar a trajetória de evolução do seu empreendimento, que já está estabelecido. Para continuar seu caminho de crescimento é necessário replanejar objetivos e rever as condições para atingi-los.

Geralmente, esse estágio do empreendimento requer recursos volumosos para realizar a evolução pretendida. Este é um abismo mais difícil de ser vencido. Por exemplo, a competição deve levar em conta um universo mais amplo, em que os competidores podem vir de qualquer parte. Os fatores que podem influir nos custos não são somente aqueles que seguem regras nacionais, podem aplicar taxações de países diferentes e atingir o trabalho e as barreiras alfandegárias. Em termos de tecnologia, devem ser avaliados cenários que considerem o desenvolvimento mundial.

Neste panorama fica claro que a ampliação do desafio vai requerer um aumento proporcional dos recursos necessários para enfrentá-lo e dificilmente o empreendedor vai conseguir de um investidor que o apóie em todo o caminho, desde o seu inicio. Haverá mais do que antes a necessidade de vencer o abismo imenso com etapas e planos exequíveis para cada uma delas.

Entretanto, existem empreendimentos que, desde a sua concepção foram imaginados para ser globais – é o que se denomina um empreendimento “born to be global” ou nascido para ser global. Nesse caso, estágios destinados a atravessar o abismo da globalização devem necessariamente conduzir ao objetivo, vencendo dificuldades que estão no caminho da globalização.

È possível perceber que cada abismo somente será superado caso alguns requisitos sejam preenchidos:

- Capacidade de criar um planejamento competente e onde é considerada a hipótese de vencer um abismo em etapas, cada uma com seu plano específico;

- Existência de mecanismos de financiamento disponíveis e sensíveis a correr os riscos associados a cada abismo de que participa;

- Gerenciamento inteligente e com a persistência de rever e refazer até obter o sucesso.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Empreendimentos para Desenvolvimento Local - uma nova visão

Gestores públicos anunciando intenções - o tom é geralmente o seguinte: vamos construir cinco escolas em nossa administração...

Lamentavelmente, tal tipo de afirmativa é um mau prenúncio. Não pelo que se propõem a fazer e não somente pelos gastos públicos decorrentes. O que nos parece ruim é a visão mutilada do objetivo que está atrás de cada iniciativa da administração pública.

Explicando: construir uma escola pode ser uma alternativa, mas, por si só não irá beneficiar a população do local. Para que isso aconteça é necessário bem mais do que a instalação física de uma escola. Para funcionar são requeridas ações adicionais, como contratar e treinar professores, equipar as escolas com sistemas informatizados e áudio-visuais modernos, mobilizar os pais dos alunos para apoiarem e. sobretudo, pensar que são conjuntos articulados de ações que não terminam nunca. Sempre teremos que fazer mais uma alguma coisa, ainda que todos os objetivos que haviamos definidos em um dado momento tenham sido cumpridos. Nem que seja fazer a manutenção do que foi feito. Por isso, fica tudo mais claro se definirmos uma meta que englobe todas as ações a serem feitas e que seja mobilizadora: por exemplo, se a meta for aumentar em 20% a média dos alunos das escolas de um bairro na prova do ENEM, comparado com o que foi conseguido nos três últimos anos. A meta precisa ser quantificável e mensurável, de modo que se possa verificar o seu cumprimento. Objetivos vagos e imprecisos não podem ser acompanhados e nem é possível verificar seu cumprimento.

Em nosso exemplo, para o objetivo definido, podemos estabelecer algumas daquelas ações:

- estabelecer a estratégia didática a ser adotada para o ensino, a partir da crítica ao ensino atual;

- definir os recursos necessários para a adoção dessa estratégia;

- levantar o padrão atual dos professores e treiná-los para atuar na nova diretriz;

- adquirir os equipamentos didáticos necessários para a sua implantação;

- convocar os pais a participarem do processo, conseguindo obter apoio para atingir o objetivo pretendido;

- definir metas intermediárias realistas, mensuráveis e que permitam controlar o progresso do programa;

- estabelecer e implantar métodos de medição da qualidade do ensino e da aprendizagem, como, por exemplo, provas simuladas do ENEM para treinar os alunos com apuração de índices intermediários.

Talvez haja ações a mais para conduzir-nos ao resultado pretendido. Mas, para este objetivo vimos que talvez não fosse necessário construir uma escola, melhor seria usar adequadamente as instalações e o pessoal existente.

Ao atingir este objetivo, estaremos conquistando maior qualidade de ensino e aprendizado pelos alunos. Vencida esta etapa, passaríamos a definir novos objetivos para horizontes de tempo seguintes e nos mobilizando para atendê-los.

Como se pode perceber pelo exemplo dado, se a administração pública raciocinasse coordenadamente como se fosse um conjunto de empreendimentos, seus órgãos teriam planos para cada horizonte de tempo, com objetivos sendo perseguidos e resultados medidos, sempre em beneficio para a localidade e seus moradores.

Nessa nova maneira de pensar a gestão pública será necessária a participação de diversos atores e a colaboração entre seus órgãos atuando focados para chegar a um objetivo.

De modo análogo ao que fizemos no caso da educação, podemos ter empreendimentos governamentais na área de saúde, turismo, segurança pública, transportes e muitas áreas mais.

Essa nova perspectiva permitirá estabelecer objetivos permanentes para iniciativas para desenvolvimento local, como fizemos com o de melhoria de ensino.

Cada objetivo permanente se decompõe em metas para cada período de tempo, sendo planejadas as ações e mobilizados os recursos necessários. Certamente, isso levará a um planejamento mais eficaz, cuja conseqüência será uma execução mais focada e a utilização mais objetiva das verbas estatais.

Esta é a percepção nova para a condução de empreendimentos para desenvolvimento local. Convido os governos a caminharem deste modo. Adotem uma pitada de empreendedorismo em suas gestões.