segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Modelo de negócios

É bastante interessante a mobilização que existe atualmente para melhorar a qualidade do trabalho de construção do modelo de negócios de uma empresa. As contribuições de Alex Osterwalder são bastante boas para que os empreendedores consigam definir um modelo de negócios que esteja pensado com maior profundidade. Do mesmo modo, a ênfase em testar a aceitação de mercado do produto, ainda que em uma amostra reduzida, é também uma providencia importante, que pode evitar perda de tempo e de investimentos em algo que não terá valor agregado para os clientes imaginados.

Outro ponto que temos observado é o excesso da valorização destes mesmos aspectos: a percepção que agora se faz do modelo de negócios seguindo o “canvas” proposto pelo Osterwalder e aí já temos o plano de negócios. Isto é um exagero perigoso e que certamente vai resultar na omissão de estudo de muitos aspectos importantes do Plano de Negócios. O resultado é que a falta de exploração desses aspectos pode ocasionar ampliação de riscos e surpresas quanto ao investimento necessário.

As ideias de Osterwalder são complementares à elaboração do Plano de Negócios, aumentando sua qualidade por ter sido feito um trabalho mais detalhado de estudo do modelo de negócios. Do mesmo modo, testar o mercado, ainda que com um produto simplificado, também é uma maneira de evitar desperdícios: não isenta o empreendedor de buscar informações mais detalhadas sobre este mesmo mercado, como seu dimensionamento, sua possível segmentação e outros aspectos que normalmente são desenvolvidos quando se faz um plano de negócios completo.

Certamente, quando se segue o modelo de Osterwalder, não se vai adiante antes de vencer as dificuldades encontradas com o modelo de negócios. Por isso mesmo, pode ser obtida economia de esforço e de tempo ao adotar este método.

Passada a etapa de aprofundamento daquele modelo e verificado o interesse do mercado, o Plano de Negócios deve seguir seu caminho normalmente e o empreendedor que consiga fazer um plano completo terá maior chance de sucesso e obterá maior segurança na implantação do empreendimento.

Assim creio que devemos tomar cuidado com a minimização da importância do planejamento e com as ideias de que não vale a pena fazer o esforço de construção de um plano mais abrangente. O fato de conseguirmos melhorar e aprofundar uma parte do todo não implica em que ficaremos dispensados de fazer o Plano de Negócios completo.

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Implantando uma empresa a partir de seu planejamento

A percepção de que um empreendedor precisa planejar seu empreendimento vem sendo disseminado faz muitos anos e talvez tenhamos chegado a incluir este conhecimento na nossa cultura empreendedora. Ainda encontramos muitos empreendedores que compreendem a necessidade de planejar, mas não estão preparados para fazer o Plano de Negócios e precisam de ajuda.

No entanto, os Planos de Negócios que os empreendedores apresentam, inclusive para se candidatar a uma vaga em uma incubadora, são geralmente insuficientes para implantar a sua empresa. Como é natural, se preocupam mais com o modelo de negócios e com as estratégias que serão seguidas. A busca de conhecimento sobre o mercado que a empresa vai atuar é muito precário na maior parte dos casos de empreendedores que estão começando. A maneira de implementar a empresa geralmente não aparece com o detalhamento necessário.

Por isso, os empreendedores iniciais muitas vezes passam pela perplexidade de ter conseguido uma vaga na incubadora, mas não conseguem ter a clareza de como começar seu negócio nascente.

Para evitar esta situação, que acaba por representar perda de tempo ou desperdício de esforços mal direcionados, é que o empreendedor necessita ser preparado para implantar seu Plano de Negócios, isto é, transformar em realidade a empresa de seus sonhos.

Um conselho básico que posso dar a esses empreendedores é preparar um “Plano de 100 dias”, definindo o que será feito da implantação da empresa neste período. Essa etapa do planejamento pretende abranger os aspectos mais essenciais da empresa, de tal forma que se estiverem implantados, a empresa poderá realizar seu objetivo principal, em um prazo mais curto e conseguir dar vida ao empreendimento.

No “Plano de 100 dias” só devem constar as atividades que são necessárias para esse funcionamento da empresa em suas condições mínimas, fazendo apenas aquilo que está descrito no Plano de Negócios como a essência para a existência da empresa operando.

O empreendedor necessita também melhorar seus conhecimentos sobre diversas áreas que deverão estar presentes em sua empresa: a financeira, de gestão de pessoas, o controle de projetos, etc.

Esses conhecimentos precisam ser desenvolvidos no empreendedor: muitas vezes, o empreendedor fez um curso superior em uma área de especialização e não teve a oportunidade de aprender conceitos de gestão de empresa.

Em nossa COLEÇÃO de EMPREENDEDORISMO publicamos o livro denominado “Implantando uma Empresa”, cuja finalidade é exatamente apoiar o empreendedor quando ele precisa passar além do Plano de Negócios e tornar a empresa projetada em papel numa realidade.

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

O V SEMINARIO DE EMPREENDEDORISMO IEL vai ocorrer na FIRJAN

No próximo dia 21 de novembro, de 8:30 às 12 horas, o Instituto Euvaldo Lodi – IEL estará promovendo na Federação das Industrias do Rio de Janeiro - FIRJAN o V SEMINARIO DE EMPREENDEDORISMO.

Desta vez o evento terá o tema RIO EMPREENDEDOR, motivado pelo fato de que o Rio de Janeiro está atraindo a atenção de todo mundo, pelos inúmeros eventos de primeira grandeza que vai sediar, como a Olimpíada e a Copa do Mundo.

Estas oportunidades trazem perspectivas importantes para a cidade e para seus empreendedores. Por isso, o debate deste V SEMINARIO DE EMPREENDEDORISMO IEL focará a forma de aproveitar este momento favorável para a cidade. Como os jovens empreendedores poderiam se mobilizar para encontrar caminhos para que seus empreendimentos se situem no centro dessas oportunidades.

Empresários cariocas estarão mostrando sua visão empresarial dessas oportunidades de negócios no Rio e abordando projetos, segmentos estratégicos e oportunidades para o estado e o município.

Certamente lá estarei para trazer minha contribuição a este debate e sobretudo minha esperança de que os nossos jovens empreendedores estarão atentos para se posicionar de forma proativa, trazer sua criatividade e capacidade de inovação de forma a aproveitar os eventos que estão chegando, cuidando para que seus empreendimentos venham para durar e gerar um legado positivo para nossa cidade e estado.

Para os empreendedores que estejam interessados em se aprofundar nesse tema, convido a virem se encontrar conosco nesta oportunidade. Inscrições pelos telefones de contato na FIRJAN (4002 0231 para os ligam do Rio de Janeiro e 0800 0231 231 para os que ligam de fora) ou pelo formulário http://www.firjan.org.br/data/pages/2C908CEC338BEBD801338E2717624F69.htm. No site da FIRJAN – www.firjan.org.br podem ser encontradas mais informações.

Gostaríamos de demonstrar a nossa satisfação pelo apoio que o evento vem recebendo do Conselho de Jovens Empresários da Federação, nossa esperança para a construção da FIRJAN do futuro.

Recomendo a todos os meus alunos e leitores que venham se somar aos empreendedores que já estão inscritos no evento e que certamente encontrarão a motivação de mudar o Rio para melhor.

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

O empreendedorismo precisa invadir a Europa

A precária situação europeia faz a todos nós lamentar muito: afinal, aqui no Brasil tivemos muito desta cultura em nossa formação. Aprendemos a viver com os portugueses, na colonização e depois passamos a sofrer as influencias da França e da Inglaterra, seja na estrutura escolar, na culinária ou na música.

Se pensarmos nas levas de imigrantes que recebemos do velho continente, podemos até dizer que o Brasil tem pelo menos uma amostragem de cada país da Europa aqui dentro. Isso foi uma das coisas boas que recebemos de lá: a diversidade de suas culturas, que se juntaram à africana, asiática, árabe, judaica, indígena que também temos por aqui.

Esta diversidade cultural nos deu os pioneiros do empreendedorismo tão bem relatados nos livros do nosso querido e brilhante mestre Jacques Markovitch, ele mesmo um dos resultados dessa diversidade, pois oriundo do Egito e de cultura judaica.

Será que a Europa não poderia se reinventar, valendo-se de sua própria diversidade cultural? Em vez de considerar que as velhas soluções que sempre deram certo irão salvar a Europa desta crise, não seria uma boa ideia buscar inovações que implantassem de forma mais abrangente os ideais que aprendemos e passamos a acreditar, voltados à igualdade, fraternidade e liberdade?

A tecnologia poderia e deveria ser agregada a essa nova versão da Europa: como consequência, todo o ensino poderia ser repensado e os valores permanentes da velha cultura ser aprendidos pelos milhões de europeus, inclusive os imigrantes negros e árabes, de modo mais rápido, mais atraente e eficaz. Isso ampliaria o nível cultural da massa e, ao lado da modernização que poderia trazer, também aportaria uma nivelação nos conceitos e valores de toda essa gente. Seria necessário também que houvesse uma integração desses povos, aceitação de mudanças e sinergias positivas, o que não nos parece estar acontecendo com frequência.

Ainda a tecnologia poderia ser usada para imaginar o funcionamento de uma nova sociedade. Esta teria de ser capaz de atender, ao mesmo tempo, de modo satisfatório, os requisitos macroeconômicos impostos pelo mercado e o desejo das pessoas de viver em um mundo que as considerasse mais. Um mundo que é reclamado por gente nas ruas e que permite a cada um satisfazer seus desejos de segurança social, sem que para isso tenha de trabalhar de modo incessante e sem ter a possibilidade de usufruir seus bons momentos. Como equilibrar os pratos da balança do trabalho com a do lazer?

Enfim, a Europa precisa explorar suas potencialidades e as múltiplas oportunidades que se apresentam, até mesmo pela mudança das condições, tanto do lado das suas populações, como do lado das ofertas tecnológicas. Além disso, as lideranças dos grandes países se curvarão a essa invasão empreendedora e aceitarão que as decisões sejam tomadas levando em conta mais fatores do que o PIB de cada país.