A precária situação europeia faz a todos nós lamentar muito: afinal, aqui no Brasil tivemos muito desta cultura em nossa formação. Aprendemos a viver com os portugueses, na colonização e depois passamos a sofrer as influencias da França e da Inglaterra, seja na estrutura escolar, na culinária ou na música.
Se pensarmos nas levas de imigrantes que recebemos do velho continente, podemos até dizer que o Brasil tem pelo menos uma amostragem de cada país da Europa aqui dentro. Isso foi uma das coisas boas que recebemos de lá: a diversidade de suas culturas, que se juntaram à africana, asiática, árabe, judaica, indígena que também temos por aqui.
Esta diversidade cultural nos deu os pioneiros do empreendedorismo tão bem relatados nos livros do nosso querido e brilhante mestre Jacques Markovitch, ele mesmo um dos resultados dessa diversidade, pois oriundo do Egito e de cultura judaica.
Será que a Europa não poderia se reinventar, valendo-se de sua própria diversidade cultural? Em vez de considerar que as velhas soluções que sempre deram certo irão salvar a Europa desta crise, não seria uma boa ideia buscar inovações que implantassem de forma mais abrangente os ideais que aprendemos e passamos a acreditar, voltados à igualdade, fraternidade e liberdade?
A tecnologia poderia e deveria ser agregada a essa nova versão da Europa: como consequência, todo o ensino poderia ser repensado e os valores permanentes da velha cultura ser aprendidos pelos milhões de europeus, inclusive os imigrantes negros e árabes, de modo mais rápido, mais atraente e eficaz. Isso ampliaria o nível cultural da massa e, ao lado da modernização que poderia trazer, também aportaria uma nivelação nos conceitos e valores de toda essa gente. Seria necessário também que houvesse uma integração desses povos, aceitação de mudanças e sinergias positivas, o que não nos parece estar acontecendo com frequência.
Ainda a tecnologia poderia ser usada para imaginar o funcionamento de uma nova sociedade. Esta teria de ser capaz de atender, ao mesmo tempo, de modo satisfatório, os requisitos macroeconômicos impostos pelo mercado e o desejo das pessoas de viver em um mundo que as considerasse mais. Um mundo que é reclamado por gente nas ruas e que permite a cada um satisfazer seus desejos de segurança social, sem que para isso tenha de trabalhar de modo incessante e sem ter a possibilidade de usufruir seus bons momentos. Como equilibrar os pratos da balança do trabalho com a do lazer?
Enfim, a Europa precisa explorar suas potencialidades e as múltiplas oportunidades que se apresentam, até mesmo pela mudança das condições, tanto do lado das suas populações, como do lado das ofertas tecnológicas. Além disso, as lideranças dos grandes países se curvarão a essa invasão empreendedora e aceitarão que as decisões sejam tomadas levando em conta mais fatores do que o PIB de cada país.
sexta-feira, 4 de novembro de 2011
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário