sábado, 24 de julho de 2010

CONTRA A PIRATARIA, MAS SEM COMETER INJUSTIÇAS

Hoje recebi alguns DVDs comprados na Amazon.uk e uma deles veio para ser reproduzido somente na Zona 2, o que impossibilita que possamos ver aqui no Brasil.
Algumas reflexões seguidas de testes que foram feitos e que vou contar para vocês. Uma das reflexões é se seria justo que as pessoas não pudessem comprar livremente seus DVDs gravados com obras de arte como uma grande orquestra ou um musical da Broadway em qualquer lugar e com o direito de reproduzi-lo em qualquer lugar também. Afinal dizem que o mundo é globalizado...
O argumento de que é preciso proteger direitos contra a pirataria é algo justo, mas a pergunta é até ponto? Seria razoável que um DVD comprado legalmente não pudesse ser reproduzido? Não haveria outra forma de proteção mais inteligente.
Claro que tentamos em todos os aparelhos de DVD da casa e nenhum deles aceitou reproduzir um DVD para a Região 2 e trata-se de algo comprado na maior empresa de vendas de DVD da Internet, sem pirataria. O penalizado foi o comprador e não o pirata.
Depois, colocamos no computador para ver se era possível reproduzir: afinal o software do computador é vendido em todo o mundo e poderia ser mais amigável neste ponto. Primeiro, usamos o Windows Media Player e ele logo levantou a questão da região: só se você mudar sua região usual para a região daquele DVD, mas o preço é que para voltar depois vai ser um problema. Desistimos...
Finalmente, ainda no computador, fizemos uso do Real Player e conseguimos ver o nosso DVD. Mas, esta novela não termina aí: vocês devem estar perguntando o que o empreendedorismo tem a ver com isso?
Esta parte da resposta é simples: podemos mostrar inicialmente que se trata de um problema de marketing. Até que ponto é razoável incomodar o consumidor que não está praticando a pirataria e até mesmo aquele é como nós francamente contrário, em nome de tentar evitar o sucesso do pirata? Os especialistas de marketing devem estar preocupados com esse ponto faz muito tempo, até porque a resposta a isso é complexa: de acordo com o nível educacional de cada população, encontramos atitudes diferentes em relação à pirataria. Pelo menos, sabemos que vai ser difícil encontrar uma solução única.
Mas, o aspecto mais interessante é que esta situação que constatamos se constitui em uma oportunidade: certamente difícil de ser aproveitada, pois vai ser necessária muita criatividade para corrigir essa não-conformidade. O vencedor do desafio vai precisar encontrar uma solução que evite ou reduza substancialmente a pirataria, mas que não seja tão incomoda e injusta com o consumidor bem intencionado.
Aí está um desafio que os empreendedores poderiam gastar algum tempo refletindo, para, quem sabe, encontrar uma solução que ajude a sociedade a ficar mais feliz, preservando os direitos dos artistas e autores e, ao mesmo tempo, sem cometer injustiças.

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