Vamos tomar emprestada essa frase do Instituto Genesis da PUC–RJ "do saber ao fazer acontecer". É um casamento com muita chance de chegar a um final feliz.
A produção dos laboratórios das Universidades, responsáveis pela Pesquisa, com seus programas de mestrado e doutorado, alimenta as incubadoras de empresas mantidas naquela entidade, dando origem a produtos inovadores que podem ser desenvolvidos ou fabricados pelas empresas, a partir dos resultados da pesquisa realizada.
Ao longo de alguns anos, acontecerá a esperada transferência do investimento em pesquisa para a sociedade, por meio de novos produtos e serviços e a Inovação estaria coroando o processo de pesquisa e desenvolvimento.
Mas este não é o único caminho – há outras opções, e a Petrobrás é um bom exemplo de comportamento proativo no relacionamento com a área de pesquisa da Universidade. Em geral, as empresas, especialmente as grandes, têm assumido uma posição refratária à aproximação com a Universidade e esta tem aceitado como natural esta situação.
Entendemos a dificuldade da grande empresa: ela mobiliza toda a sua competência gerencial para cumprir metas difíceis de venda dos produtos e serviços que ela já dispõe. Não sobra fôlego para se abstrair dessa luta pelo mercado, para pensar no futuro e colaborar com os pesquisadores mostrando a eles como pensa e de que necessita seu cliente. Em alguns casos, monta áreas próprias de pesquisa e desenvolvimento muito específicos.
Mas, sem esse esforço por parte das empresas, somente por acaso é que a Inovação irá ocorrer. Vai ser necessário que a empresa compreenda o que o laboratório está estudando e que imagine a possibilidade de se utilizar aquela pesquisa para gerar um novo produto ou serviço.
É a sistematização desse tipo de relacionamento, em que a empresa acompanha o que os laboratórios estão pesquisando e estes avaliam o que as empresas trazem como desejo ou necessidade de seus consumidores. Assim é que se alcançam as condições para construir o ambiente de inovação.
Nesse ambiente, espaços de informalidade em que as pessoas conversam e pensam em alternativas, que parecem sonhos num primeiro momento, é que acontecem as inovações. Na maioria, estas ideias são passos iniciais, em que produtos e serviços sofrem modificações relativamente pequenas e que se constituem em inovações incrementais. Muitas vezes só se lança no mercado um novo produto depois de juntar várias dessas inovações incrementais agregadas.
A inovação disruptiva gera produtos realmente novos, que alteram a maneira como as pessoas vivem, se relacionam e resolvem problemas: ela ocorre mais raramente, mas tem um caráter radical. Quando acontece, abre um espaço muito grande para novas inovações complementares.
Mas, voltando ao casamento da Pesquisa com a Inovação: vale a pena tentar a criação desses ambientes de inovação, compostos de laboratórios de pesquisa, de empresas e seus departamentos de criação, alimentando as incubadoras de empresas. Não podemos continuar olhando a inovação de longe, precisamos chegar perto e exercê-la mesmo que no início tenhamos dificuldades e fracassos. Este talvez seja o preço de aprender.
domingo, 28 de novembro de 2010
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só tem uma pessoa que nunca erra na vida: a pessoa que ta morta.
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