O mundo atual está passando por um dos estágios que já vi jovens empreendedores passarem e conseguirem vencer. Eles aprendem a buscar soluções que atendam a seus interesses, como uma postura de vida. Nas aulas de empreendedorismo ensinamos mais que isso: defendemos que precisamos negociar para encontrar as soluções que servem a todas as partes.
Evidentemente, as duas posturas são diferentes e a que transmitimos aos jovens empreendedores é mais difícil e complexa: mas, certamente é a busca de algo mais duradouro e consistente.
Ao ouvir o discurso da Presidente Dilma na ONU, foi inevitável a lembrança dos momentos que vivenciamos com os alunos. Nossa presidente falou que o caminho para o mundo encontrar uma saída para crise passa por uma maior participação de cada país e que não adianta tentar soluções que resolvem apenas os problemas de uma das partes.
Quando os jovens empreendedores ainda estão em sua fase inicial de formação, procuramos mostrar que não basta identificar seu interesse e lutar por ele. Defendemos que procurem se colocar no lugar das demais partes intervenientes: seus clientes, fornecedores, colaboradores, parceiros. Enfim, é necessário negociar soluções que sejam capazes de equilibrar melhor esses interesses, muitas vezes conflitantes.
Outro aspecto é a busca de soluções que tenham durabilidade, isto é, que sejam capazes de perdurar e ser aplicadas por um período mais longo. No mundo atual, uma das razões de instabilidade, é que a velocidade das mudanças tem sido muito alta. Os interesses de cada parte são afetados pelo ambiente mutável e também se alteram em prazos muito curtos.
Vejam que podemos fazer um paralelo entre o aparentemente pequeno mundo dos negócios com o da alta politica. No fundo estamos tratando de comportamento, com o mesmo personagem principal: o ser humano.
Tem razão nossa presidente quando diz que as soluções precisam ser negociadas para que possam ter a característica de serem aceitáveis por todos e também está correta em pedir que as nações reconheçam que o equilíbrio do mundo está mudado, com a ascensão dos emergentes e a necessidade do respeito das diferenças entre as partes.
Boa estreia das mulheres na abertura da sessão anual de trabalhos das Nações Unidas. Que este nome seja mais verdadeiro do que tem sido: a união das nações é que pode ultrapassar as fronteiras com o encontro de soluções que atendam às pessoas em maior prioridade, reduzindo a importância dos interesses de grupos que comandavam até então o processo decisório.
Agora vivemos o mundo da diversificação, das soluções múltiplas, do respeito às diferenças, das opções serem escolhidas por cada um. Vivemos no mundo das redes sociais que permitem que pessoas que jamais se encontraram dividirem suas percepções.
Esta é a hora de aprendermos mais, muito mais: cada um vai ouvir e entender as perspectivas de cada parte e a inteligência talvez tenha um denominador. Ser inteligente poderá significar, mais que nunca, ser capaz de negociar soluções aceitáveis por todos, implementáveis e, sempre que possível, duradouras. Certamente, esta durabilidade vai se reduzir num mundo de tantas e tão frequentes mudanças, mas, por isso mesmo, vai ser necessário negociar mais.
Podemos imaginar que o mais forte talvez não seja o que tem mais poder de armas e mais dinheiro, mas o que saiba encontrar o melhor equilíbrio através da negociação. Isso também vale no ambiente dos negócios, para os nossos jovens empreendedores.
quinta-feira, 29 de setembro de 2011
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