Muitos de vocês, caros leitores, já ouviram um mantra pessimista dizendo que cultura no Brasil não dá dinheiro. Nós temos feito tudo que podemos para exorcizar esta terrível maldição.
Mas, a resposta convincente está chegando através dos empreendedores culturais brasileiros: vejamos a razão de meu entusiasmo! Na semana passada, muitos assistiram pela TV a um vídeo do show do Roberto Carlos em Jerusalém. Não discuto gosto, eu sou louco pelo rei, mas admito que alguns de vocês possam não ter o mesmo entusiasmo, mas certamente todos irão reconhecer que a ideia de fazer aquele espetáculo, com um grande público e fazer a transmissão para diversos países é no mínimo uma inovação para os padrões do show business e resultou num sucesso que certamente nos fez esquecer a crise por algumas horas.
Quando ligo a TV e vejo o anúncio do RockInRio, já tão próximo e com Roberto Medina expressamente combatendo a maldição ao empreendedorismo cultural, fico feliz por perceber que se trata de um espetáculo criado pela cabeça tupiniquim e aprimorado ao longo dos anos, transformando-se em um evento que vai deixar os amantes de seu tipo de música muito felizes em poder assistir a seus ídolos em grandiosos espetáculos.
Mas, eu não paro por aqui: o congestionamento neste final de semana na região da Barra e Recreio foi causado pela cultura: o sucesso de mais uma Feira do Livro no Rio de Janeiro encheu de alegria a garotada que pode comprar seus livrinhos, ver seus autores e curtir com eles as histórias infantis que tinham para contar.
Querem mais? Estamos com a crise da Orquestra Sinfônica Brasileira superada e com mais uma temporada em andamento, com concertos de sucesso inquestionável, sob a condução de seus novos e antigos, mas brilhantes músicos e maestros.
Aliás, no teatro estilo Broadway, acabamos de mostrar nossa competência: quem viu o “Violinista no telhado” sabe disso e quem não viu ainda não deve perder, saiu do Rio, lotado até a última apresentação, tomara que reapareça. Também temos o musical sobre o nosso Tim Maia que espero fique mais tempo no Rio, pois eu não consegui entrada e estou esperando um grande espetáculo.
Quem disse que empreendedorismo cultural não é bom negócio? Olha que eu nem disse tudo: o cinema brasileiro vem produzindo bons filmes e com sucesso de bilheteria. Está chegando uma safra que até acho que vou escrever um blog específico sobre o nosso cinema.
Muitos dirão que temos de descontar os incentivos culturais que alguns desses espetáculos recebem: eu pergunto se o Estado brasileiro não deveria incentivar nossos empreendedores culturais para que possam derramar seus empreendimentos de sucesso? Será que esses incentivos não acabarão voltando através de mais empregos, um povo capaz de acariciar seus valores culturais e até mesmo através de impostos sobre o consumo gerado? Ouço as vozes de nossos ícones concordando comigo: que saudades de Vinicius, de Tom, de Boal, de Eleazar de Carvalho, de Cacilda Becker. Certamente eles estão abençoando nossos empreendedores culturais e dizendo que lhes cabe uma enorme responsabilidade em usar bem os incentivos recebidos, em nome da arte!
Parabéns aos empreendedores culturais brasileiros que estão dando um tapa na crise! Cultura é um grande negócio no Brasil! Podemos fornecer para o mercado interno que é bem grande e também oferecer ao mercado externo, exportar a nossa arte e nosso jeito de fazer as pessoas terem prazer e alegria.
quarta-feira, 14 de setembro de 2011
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O cinema brasileiro vem ganhando cada vez mais espaço e visibilidade no mercado internacional. Moro em Londres e tenho visto nos grandes festivais de cinema, não só aqui de Londres, como em outras grandes cidades européias, a exibição e premiação de filmes brasileiros. Professor, acho que o cinema brasileiro merece um espaço no seu blog. Parabéns pelo post.
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