Existe uma corrente de pessoas que insiste que cultura no Brasil não é um negócio, isto é, acreditam que, na cabeça do brasileiro, cultura é função de governo e as pessoas não estão dispostas a gastar seu dinheiro com esse objetivo.
Este modo de pensar está sendo revisto pela maioria dos empreendedores brasileiros: sem duvida, há necessidade de leis especificas e de patrocínio, mas nem sempre esses recursos vêm do governo: diversas empresas já compreenderam que sua imagem fica favorecida se estiver associada a empreendimentos culturais.
O ponto que é relevante é que a renda obtida com empreendimentos da área de cultura tem sido muito grande e vem crescendo ultimamente. Isso significa que os empreendimentos culturais de boa qualidade e bem planejados vem recebendo a apreciação do público, que não tem dúvida em pagar, dentro de suas possibilidades, para ter acesso a esses acontecimentos.
Por outro lado, levantamentos feitos no Estado do Rio de Janeiro mostram que 8% da economia do Estado está representada por atividades culturais. Isso é bastante significativo em termos econômicos.
Há empreendimentos que ao nascerem foram considerados inviáveis e depois demonstraram ser um sucesso: este foi o caso dos teatros construídos ou reformados na Avenida Brigadeiro Luis Antonio em São Paulo para levar as peças da Broadway. Quando foram inaugurados, dizia-se que jamais poderiam ser mantidos cheios, posto que tinham 900 lugares e não haveria público para tanto. Pois as versões brasileiras daqueles espetáculos, realizadas com capricho e competência, com atores nacionais, estiveram sempre com a casa lotada e renderam bom resultados para seus investidores.
Sempre se dizia que o cinema brasileiro não dava boas bilheterias: nem preciso falar muito disso, pois agora está mais que provado que são muito boas as rendas dos filmes bem feitos no Brasil.
Até mesmo os museus, que ouvíamos dizer que "brasileiro não gosta de ir a museu", estão cheios de gente quando são bem feitos, como o Museu da Língua Portuguesa ou o do Futebol, ambos na capital paulista. Recentemente, no Museu Histórico Nacional no Rio de Janeiro, tivemos uma mostra sobre Pioneiros e Empreendedores que atraiu multidões.
Assim sendo, fica claro que quando são bons empreendimentos culturais, o que implica em bom planejamento e gestão competente, além de conteúdo de valor para o público, ainda que apenas de entretenimento, temos visitação e renda. Os empreendimentos culturais tendem a ampliar o seu público, uma vez que, nos últimos 15 anos, tem aumentado o nível de instrução e a renda per capita de nosso povo.
sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011
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Olá Salim
ResponderExcluirSem dúvida que a cultura é um ótimo negócio!
Basta observar a excelente iniciativa da Secretaria de Cultura do Estado do Rio de Janeiro que contratou o Instituto Gênesis da PUC-Rio para assessorá-la na criação da Incubadora Rio Criativo, voltada para empreendimentos culturais.
Eles obtiveram mais de 2500 inscrições em cursos de planejamento de empreendimentos e consultorias individuais!
Sucesso absoluto!
Abraços
Vabo
Salim,
ResponderExcluiré importante levantar esses questionamentos pois a realidade é outra. Ou para os mais realistas, está se transformando em outra.
Percebemos isso nas incubadoras de empresa, nos cursos de empreendedorismo mas principalmente na vida, na realidade do profissional brasileiro. Viver de cultura tem que deixar de ser um sonho e se tornar realidade. Ainda há muito a ser feito, tanto no campo governamental, burocrático mas principalmente no comportamento desse empreendedor cultural. E é para isso que estamos aqui, juntos, coma essa bandeira empreendedora e em busca de transformações e realizações.
Continue com este espaço, não desanime não...
Forte abraço
Luiz Cezar Marinho