domingo, 26 de agosto de 2012
Caminhando para a inovação
O Ministério de Ciência e Tecnologia lançou o programa TI Maior em busca de obter como resultado a ampliação de oferta de produtos nacionais de TI com inovações que possam ser relevantes para o mercado interno e também para que possamos exportar nossos produtos. Este programa abriria oportunidades para especialistas em informática e fixaria nossos cérebros nessa área em face da possibilidade de desenvolver produtos que possam ter possibilidade de competir e de ocupar um papel relevante no mercado.
Esta ação certamente se comporá com as iniciativas dos empreendedores, posto que suas pesquisas passam a poder transformar em produtos tudo o que puder ajudar as empresas brasileiras a se tornar mais eficazes e a contar com produtos competitivos em relação aos oferecidos no mercado internacional.
Em paralelo, continua a discussão em torno da Política Nacional de Empreendedorismo e Negócios com uma proposta do Ministério de Planejamento de uma primeira versão para ser discutida publicamente entre os interessados (http://www.desenvolvimento.gov.br/empreendedorismo/consulta-publica/), antes de fixar a forma final desta política. Este caminho pode trazer resultados positivos para retirar pelo menos uma parte dos entraves ao empreendedorismo no país.
O cenário se completa com o interesse de muitas megaempresas multinacionais em trazer para o Brasil áreas de pesquisa e desenvolvimento, bem como fazer parcerias que permitam o crescimento de empresas nacionais voltadas a trazer ao mercado soluções capazes de atender a necessidades de países emergentes.
Melhor que este cenário só mesmo sua transformação em realidade! Vamos ajudar para que isso aconteça. Prefeituras, Ministérios e Universidades estão convocados.
terça-feira, 14 de agosto de 2012
Esporte e empreendedorismo
A Olimpíada de Londres terminou e este é um bom momento para refletirmos sobre a situação de nosso esporte e a forma como o empreendedorismo pode ajudar na melhoria dos resultados de nossa participação.
Certamente não podemos considerar que o desempenho das equipes tenha sido bom: o Brasil é um país de 190.732.694 pessoas pelo Censo de 2010 e tem a 5ª maior população do mundo. Se considerássemos que a distribuição de esportistas competindo nas Olimpíadas fosse proporcional a sua população, deveríamos almejar o 5º lugar em medalhas.
Sabemos que não funciona assim, mas podemos estar certos que não é uma boa colocação ter conseguido a 22ª colocação em medalhas. Mas, e daí? Não foi uma surpresa o resultado obtido. É nesse ponto que entram os empreendedores: esporte é muito bom para a saúde e sua prática é recomendável por todos os médicos, mas também é um grande negócio. Podemos dizer que o esporte pode ser uma das situações ganha-ganha: é possível fazer bons negócios pela prática de algo que é bom para a saúde e pode realizar o sonho de muitas pessoas.
Evidentemente podemos olhar o fato de que teremos uma Olimpíada no Brasil em 2016 sob vários ângulos: pensando no legado que pode ser deixado para a cidade-sede, o Rio de Janeiro; imaginando a exploração de negócios que envolvam o esporte, como soluções tecnológicas que possam ser usadas em benefício de um esporte olímpico. Mas, também podemos pensar em aproveitar esta oportunidade para reverter nosso atraso em esporte e ampliar a prática de diversos esportes, inclusive daqueles que poucos conhecem no país.
O custo de se incentivar esta última vertente não é alto: a maior parte do investimento seria feita pelo investidor privado, obtendo resultados financeiros muito favoráveis. O custo para o governo seria o necessário para regular e catalisar o processo. O governo poderia também criar prêmios para os empreendedores nessa área esportiva como forma de estimular sua ação.
Não faltam empresários para diversas modalidades de esporte. Estariam eles preparados para ampliar os horizontes dessa oportunidade, atuando fora das áreas comuns, como futebol, vôlei, basquete, natação? Os empreendedores esportivos têm conhecimentos formais sobre empreendedorismo, comportamento do empreendedor, planejamento de negócios e de projetos para utilizar em seus futuros empreendimentos? E as Universidades, estão prontas para atendê-los com tudo o que precisam nessa área de conhecimento?
Capital Social
Sociedades aonde o conhecimento é bem distribuído e há alto nível de escolarização tem tendência de desenvolver alto Capital Social. Neste blog, pretendemos analisar esta afirmação que estamos fazendo.
O que é o Capital Social de um grupo de pessoas? É o conjunto de valores, de crenças, de conhecimentos compartilhados e de comportamentos coerentes com esses valores e com uma ética aceita pelo grupo. Note que não se limita à escolaridade formal, se assim fosse, como a maior parte de nossos representantes nos diversos poderes é composta por pessoas com bom nível escolar, não teríamos ao problemas que todos conhecemos...
O Capital Social de um grupo permite estabelecer relações de confiança entre seus membros, por haver uma expectativa de comportamento de cada um. Por exemplo, é possível combinar alguma coisa entre dois membros do grupo. Se ambos confiarem que o outro vai cumprir o combinado pode nem ser necessário firmar um contrato para servir de garantia às partes, o velho “fio do bigode”. Certamente, em grupos de alto Capital Social é possível substituir garantias legais por pessoais, cujo crédito está no fato das partes conhecerem o comportamento mutuo e os valores esperados de cada um.
Precisamos desenvolver mais nosso Capital Social no Brasil: já fizemos grandes progressos através da criação de órgãos como o PROCON, que passou a arbitrar as questões entre comprador e fornecedor, implantando padrões de comportamento para as partes que evitam abusos no relacionamento entre elas. Quando se reduzirem bastante as necessidades de procurar o PROCON para resolver essas questões, vai significar que o Capital Social neste tipo de relacionamento chegou a um ponto adequado e elevado em seu resultado, com maior justiça para as partes.
Não podemos dizer o mesmo em outras relações entre pessoas componentes de grupos sociais no Brasil: por exemplo, as entidades públicas não costumam tratar os cidadãos com a consideração e o respeito que deveriam. Vejam o tratamento dos hospitais dados àqueles cidadãos que os procuram em busca de um atendimento: falta muito em consideração e qualidade.
Muitos exemplos podem mostrar grupos que conseguiram no Brasil ampliar o Capital Social e que nos colocam em posição de melhor relacionamento entre as pessoas, mas infelizmente há ainda muitos onde ele não foi desenvolvido impedindo a sociedade de funcionar bem.
Não conhecemos na historia da humanidade nenhuma civilização que tenha tido sucesso sem que existisse um alto Capital Social entre seus componentes.
Daí a importância em desenvolver o Capital Social no Brasil, pouco mencionado devido ao problema maior, a escolaridade e o analfabetismo funcional e político.
Para onde vai o desenvolvimento sustentável
A imprensa nos diz que “A Rio+20 só não é um fracasso porque a expectativa em torno dos resultados da conferencia sempre foram muito baixos” (Valor Econômico).
Por essa versão o Brasil teria conseguido o que queria com o documento-base, uma vez que seu objetivo era de evitar o retrocesso em pontos importantes já acertados na Rio92. O texto-base "O Futuro que Queremos" não deverá ser modificado, imaginam os que acompanham a reunião.
Sob o ponto de vista das organizações ambientalistas, a reunião foi um fracasso e nenhum ponto importante foi conseguido: não ficou estabelecido um plano de ação com as metas e os responsáveis e com a destinação clara de verbas para sua execução.
Como se vê, há leituras diferentes do que foi obtido ou deixou de ser no mesmo evento que atraiu uma quantidade de pessoas muito grande. Além disso, vieram dirigentes da maioria dos estados nacionais que compõe a ONU.
Queremos fazer algumas considerações:
- A primeira é que houve uma significativa mobilização que atraiu a atenção mundial para a importância do tema desenvolvimento sustentável e isso certamente em temas complexos e de interesse global parece ser uma vitória;
- Prefeitos das cidades que representam 21% do PIB mundial se reuniram e produziram um documento que define ações importantes e metas a serem atingidas por suas cidades. Isso é um resultado expressivo do evento;
- Das conclusões que constam do documento aprovado, uma delas encaminha a criação de uma agencia mundial, ligada à ONU, similar a outras agencias importantes como a que trata da Propriedade Intelectual (OMPI) ou a responsável por Energia Atômica. Na medida em que, nos próximos três anos, se concretize o estabelecimento desta agencia estaremos diante de um mecanismo importante para regulamentar as ações voltadas ao desenvolvimento sustentável, cuidando entretanto de não criar um “governo supranacional” com poderes para legislar acima dos interesses de cada país ou região.
Creio que há muitos passos que precisam ser dados de modo gradativo para uma mudança de atitude cultural, sobretudo em face de um tema da magnitude do desenvolvimento sustentável. Um documento que fosse “mais avançado” poderia significar apenas uma declaração de objetivos que não seriam cumpridos e iriam frustrar seus defensores.
Isso me fez lembrar uma característica dos chineses: “é preciso andar na direção correta, aquela que resultará em atingir um objetivo pretendido em um ponto futuro, mas a velocidade a ser adotada nesse caminho será aquela que for possível” (Confúcio).
Planejar é essencial
Pode parecer que estamos tratando de um assunto óbvio: de fato, trata-se de algo evidente, mas em que nós empreendedores brasileiros estamos continuando a errar. Estamos falando de planejamento!
Não temos o cacoete e muito menos o vício de planejar: precisamos adquirir estas qualidades. Sempre ouvimos as desculpas lamentáveis: mas tudo é muito instável aqui no Brasil ou na minha área de negócios, por isso não vale a pena planejar.
Quem não planeja está permanentemente perdido, sem saber para onde está indo: quem planeja deve estar sempre observando a evolução do ambiente para poder atualizar seu plano, refletindo os fatores de mudança que sejam necessários. Quem tiver a atitude de planejar instalada em seu sangue, saberá sempre para onde está indo e conhecerá quais os riscos que está correndo.
Eu tenho a impressão que, parte das pessoas que resistem a planejar e que não colocam em suas prioridades manter seus planos em dia, agem desta maneira porque não sabem planejar. Caros empreendedores, pode até ser que você esteja nesta categoria de pessoas, mas posso lhe afirmar que você terá muitos livros, cursos e pessoas preparadas que poderão ajuda-lo a aprender e se preparar para traçar melhor seus objetivos e formas para alcançá-los.
Podemos fazer um retrato do Brasil em termos de planejamento e ele não refletirá uma imagem favorável: não temos planos de desenvolvimento como país que aponte para onde estamos indo, quais as nossas mais importantes metas e objetivos. Fala-se todo o tempo que educação, saúde e infraestrutura são as nossas prioridades: mas, onde estão os planos que mostram o que pretendemos em cada uma dessas áreas e que objetivos vamos buscar nos próximos 5 ou 10 anos?
A maior parte de nossas empresas também sofre desse mesmo mal, mas muitas com um modo de agir hipócrita, em que faz planejamento estratégico, mas não prepara as ações para cumpri-lo e não acompanha sua execução. Não podemos avaliar aquilo que não medimos: planos declarados precisam ser detalhados, mostrando como vão ser cumpridos e depois devem ser acompanhados. As dificuldades encontradas no caminho precisam ser vencidas e serem feitas as revisões do plano quando mudam os seus pressupostos ou sua execução não conseguiu cumprir seus objetivos intermediários.
Eu temo que nosso país e que muitas de nossas empresas venham a perder a oportunidade histórica que estamos vivendo, em que o Brasil e suas empresas têm a possibilidade de se projetar como uma potência e exercer uma nova liderança no mundo.
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