quinta-feira, 5 de abril de 2012

Acelerando uma empresa I

Uma visão que o empreendedorismo brasileiro desenvolveu foi a incubação de uma empresa. Ideias de empreendedores, com algum amadurecimento e transformadas em planos de negócios, conseguiam ser aprovadas por incubadoras, especialmente as ligadas a Universidades. Essas instituições observavam as características dos sócios da futura empresa e o quanto o plano de negócios estava bem preparado.

Os aprovados neste filtro eram normalmente levados a uma banca que dava o veredicto final, após a apresentação do plano de negócios pelo empreendedor. Os que tivessem sucesso na banca instalavam suas novas empresas na incubadora e tinham cerca de dois anos para mostrar a viabilidade da empresa. As incubadoras estabeleciam metas a serem atingidas para que a nova empresa pudesse concluir com êxito seu período de incubação. Essas metas eram em termos de produtos e serviços oferecidos, a clientela conseguida, o faturamento anual obtido e a montagem da organização da empresa com sua equipe e processos.

Após esta fase, se concluída com sucesso, o empreendedor saia da incubadora e passava a ter novo endereço para sua empresa, assim como outra estrutura de custos. Precisava refazer o plano para seus próximos anos, quando deveria aspirar ao crescimento da empresa e obter recursos para viabilizá-lo. Poucas foram as empresas que conseguiram impressionar investidores: eram ainda bastante pequenas e o risco para os investidores era muito alto.

Algumas conseguiram se desenvolver com recursos próprios, reservando uma parte do dinheiro que conseguiam ganhar para investir em seu projeto de crescimento. Outras poucas conseguiram investidores que nem sempre ajudaram muito para a realização do plano de desenvolvimento da empresa.

O conceito atual de aceleradora significa um repensar de todo este ciclo de criação e desenvolvimento de uma nova empresa: em primeiro lugar, o empreendedor é levado a pensar mais profundamente sobre suas ideias e a testar o seu modelo de negócios no mercado. Isso requer um suporte mais experiente para os empreendedores e também algum recurso para preparar e realizar essa prova. Sem passar por essa etapa, não há como investir tempo e dinheiro num empreendimento. Há inclusive certo exagero de alguns professores ao dizer que o plano de negócios morreu, pois só é necessário fazer e testar o modelo de negócios. Essa modelagem representa o básico para dar prosseguimento ao investimento no empreendimento.

Quando os envolvidos encontrarem um modelo de negócios que indique a possibilidade de sucesso do empreendimento, há a necessidade de fazer um bom plano de negócios. No caso da aceleradora, o empreendedor contará com uma equipe de mentores experientes, familiarizados com o desenvolvimento e organização de empresas.

O termo aceleradora vem exatamente da convicção de que o acompanhamento e o suporte da empresa nascente pode leva-la a um patamar de desenvolvimento bem superior ao que uma incubadora conseguia. É claro que o investimento em cada empresa nascente feito pela aceleradora é muito maior do que o realizado pelas incubadoras, que se limitam a lhes dar apoio na obtenção de recursos de entidades de fomento, orientação de professores e alguma logística, sem interferir em sua administração.

Pode valer a pena para o empreendedor aceitar ceder parte de suas cotas na empresa idealizada para contar com o apoio da aceleradora. Em nosso próximo blog vamos discutir os critérios para o empreendedor avaliar e escolher uma aceleradora.

Um comentário:

  1. Olá Salim

    Realmente as aceleradoras são um exemplo de como o próprio negócio das incubadoras pode ser reinventado de uma maneira mais aderente ao mercado digital.

    Muito inreressante o trabalho que vem sendo feito!

    Abs
    Vabo

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