Foi inaugurada em Fortaleza, em 14 de fevereiro, a “EXPOSIÇÃO PIONEIROS & EMPREENDEDORES”, levando ao Nordeste o que já havia sido apresentado no Museu Histórico Nacional no Rio de Janeiro um ano antes. É bastante feliz a ideia de levar esta exposição por todo o país e, por isso mesmo, acreditamos que em Fortaleza ela terá sucesso igual ou maior do que teve no Rio de Janeiro.
No evento que antecedeu a inauguração da Exposição, um dos temas tratados foi EDUCAÇÃO EMPREENDEDORA e fomos convidados pelo Prof. Jacques Marcovitch, curador da Exposição para tratar desse tema de uma maneira sucinta.
Assim, pudemos inicialmente mostrar o que se almeja obter através da educação empreendedora. Apresentamos os seguintes aspectos:
a. Despertar no aluno sua vertente empreendedora – toda pessoa tem esse lado, que muitas vezes não se manifesta por falta de motivação ou oportunidade;
b. Mostrar a possibilidade de realizar sonhos através de uma atitude proativa e empreendedora;
c. Discutir a realização individual, contextualizando o sonho, a vontade, a recompensa, o dinheiro e a necessidade buscando balancear estes fatores;
d. Tratar da necessidade de instrumentalizar o empreendedor: como planejar, criar cenários e explorá-los, estruturar a realização de um sonho, acompanhar um projeto, como fazer um plano B;
e. Tirar o medo de errar do empreendedor, mostrando que isso é um fato normal, que se deve planejar para reduzir riscos e buscar as lições nos acontecimentos. Errar é parte do caminho.
Em seguida, abordamos alguns exemplos de como as escolas e universidades promovem a cultura do empreendedorismo. Iniciamos por lembrar que o ensino de empreendedorismo começou no Brasil num momento difícil. Havíamos passado pelos fracassos da economia brasileira dos anos 80 (1980), que conduziram a percepção de que o empreendedorismo seria uma boa opção para mudar os rumos. Timidamente se iniciou esse ensino, com alguns conceitos e interesse em apoiar a trajetória de alguns jovens empreendedores que desejavam abrir seus negócios durante ou após a conclusão de seu curso superior.
Mas, esse movimento andou depressa e já no final do século XX, a partir de 1995 começaram a aparecer cursos nas universidades e um movimento para a criação de incubadoras de empresas nas Universidades. Em 2003, uma pesquisa do SEBRAE e do IEL – Instituto Euvaldo Lodi (ligado à CNI), compreendendo 58 IES (Instituições de Ensino Superior) públicas e 78 privadas, constatava que 69% ofereciam algum tipo de ensino de empreendedorismo, de um modo geral inserido em programas de cursos de Administração, Contabilidade, Tecnologia de Informação e Engenharia. Muitas vezes eram tópicos de disciplinas que tratavam do assunto;
Sete anos depois, em 2010, pesquisas de Guerra e Grazziotin, feitas através dos portais da IES mostraram que das 115 IES publicas consultadas, 32% ofereciam disciplinas de ensino de empreendedorismo, e de 410 IES privadas, 11,5% tinham esses cursos.
A distribuição dessas disciplinas abrangia muitas outras áreas não levantadas na pesquisa de 2003, como Comunicação Social, Turismo, Educação Física, Fonoaudiologia, e outras. Cerca de metade das ofertas estão fora de cursos de Administração.
Hoje em dia, sabemos que quase todas as universidades oferecem a seus alunos, com algumas restrições, pelo menos uma disciplina de empreendedorismo, para que o aluno tenha conhecimento do que se trata, como funciona e enfim, os pontos básicos para que o aluno possa buscar os meios para planejar e desenvolver seus futuros projetos empreendedores.
Entretanto, poucas instituições de ensino apresentam programas de educação empreendedora que sejam mais aprofundados: além das disciplinas que constituem seu programa é necessário que a instituição ofereça a possibilidade de incubar empresas nascentes, criadas pelos alunos e proporcionar um ambiente que estimule as trocas de experiências entre os empreendedores e o contato entre estes e os investidores.
É difícil citar quais as universidades que tem um programa de educação empreendedora sem esquecer algumas importantes, mas as principais que mencionamos foram: Universidade Federal de Pernambuco com o CESAR e o Porto Digital; Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro com o Instituto Genesis; Universidade Federal do Rio de Janeiro com as suas incubadoras Biorio e a da Coppe e o parque tecnológico do Fundão; Fundação Getulio Vargas em São Paulo com um exemplar Centro de Empreendedorismo; SENAC, com um programa que está produzindo resultados muito interessantes; Universidade Federal de Santa Catarina, com sua incubadora Celta em evolução para se constituir em excelente parque tecnológico; Universidade Católica do Rio Grande do Sul, com seu parque TECNOPUC; Universidade de São Paulo com a incubadora CRIATEC.
Na próxima semana continuaremos a tratar desse tema.
quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012
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