quarta-feira, 18 de maio de 2011

Oportunidade para crescer IV

Em nossos últimos posts, tratamos do comportamento dos atores empreendedores e de anjos negócios e mentores no âmbito do processo de desenvolvimento de empresas. Um de nossos leitores levantou a seguinte questão: mas qual é a diferença entre uma incubadora e uma aceleradora.

Em face disso, vamos aproveitar para responder já mostrando o papel exercido por cada uma no processo de desenvolvimento de novas empresas e avaliando aspectos que devem considerados para determinar uma participação justa de cada uma no processo de desenvolvimento desses empreendimentos.

A incubadora normalmente é o lugar de nascimento da empresa: é lá que ela e o empreendedor têm seu primeiro endereço. Mas, o papel principal da incubadora não é esse: até mesmo podemos dizer que uma empresa nascente pode se incubar virtualmente, isto é, não estar fisicamente dentro de uma incubadora.

Os principais papéis que uma incubadora desempenha são: orientar o empreendedor nos passos que deve dar para viabilizar sua empresa; emprestar o uso de sua marca para que o empreendedor possa entrar no mercado exibindo um nome de credibilidade, enquanto ainda não é conhecido pelos clientes; oferecer mentores que possam ajudar o empreendedor a resolver os problemas de percurso; avaliar o andamento do empreendimento e dar um feedback ao empreendedor sobre os pontos que deve observar com mais cuidado.

É a incubadora que dá suporte ao empreendedor nos momentos difíceis: nos desentendimentos entre sócios, nas escolhas entre opções a serem seguidas e que tenham dificuldades de decisão, e muitas outras situações.

A incubadora atua desde a criação da empresa até o momento em que constata que o empreendimento já tem produtos e serviços para oferecer a seus clientes, que o empreendedor conseguiu os primeiros clientes e estabeleceu os processos internos de gestão, capazes de realizar vendas, entregar o que for vendido e gerir seus recursos humanos e equipamentos, conseguindo minimamente faturar os clientes e pagar seus fornecedores. Outro aspecto que é observado pela incubadora é o faturamento anual da empresa e a maturidade do empreendedor para continuar a fazer sua empresa crescer: quando estes fatores atingem o que a incubadora considera satisfatório ela gradua a empresa incubada. Graduar uma empresa incubada significará que aquela empresa já está em condições de seguir seu caminho de forma autônoma, sem necessidade de supervisão sistemática da incubadora.

Pode-se dizer que a empresa nascente ao se graduar numa incubadora conseguiu vencer o primeiro abismo enfrentado pelo empreendedor: conseguir realizar seu sonho de colocar em operação sua empresa para executar os seus objetivos e conseguir uma aceitação inicial no mercado.

Mas, qual é o faturamento que uma empresa precisa ter para que seja graduada? Essa é uma resposta que vai depender do que o empreendedor projetou em seu plano de negócios, do tipo de atividade da empresa e dos acordos que incubadora e empreendedor fizeram em relação a este ponto.

Em geral, é a partir da graduação que começa o trabalho da aceleradora: para que uma empresa possa ter crescimento acelerado é necessário que ela tenha vencido as etapas iniciais que permitam que o empreendedor tenha confiança de que para os seus produtos e serviços iniciais ele está conseguindo obter mercado e que até poderá ampliar sua clientela desde que prepare um plano competente e consiga recursos para crescer.
O crescimento meramente vegetativo da empresa não interessa a uma aceleradora: para um investimento financeiro inferior ao valor da empresa, ela precisa ter um plano para triplicar seus negócios em dois ou três anos para que possa ser objeto de apoio de uma aceleradora.

Assim, as empresas que mostrem potencial para triplicar de porte em dois ou três anos é que passam a ser consideradas como adequadas para serem aceleradas. É usual que o próprio plano de negócios para que a empresa consiga ter um sucesso tão grande já é preparado em conjunto entre o empreendedor e a aceleradora.

O que uma aceleradora vai aportar ao empreendedor: basicamente mentores capazes de ajudar o empreendedor a vencer a os desafios contidos no plano de negócios objeto da aceleração. A aceleradora também apoia o empreendedor na obtenção dos investidores que vão trazer os recursos para a realização do plano de aceleração.

Como se pode ver, os papéis da incubadora e da aceleradora são de extrema importância e tornam estas entidades merecedoras de uma parcela do resultado positivo que seja conseguido pelas empresas por elas apoiadas.

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