sexta-feira, 1 de abril de 2011

Empresas Juniores

Mal o Carnaval acabou e recebo uma correspondência do Presidente da Empresa Junior da PUC-Rio com alguns relatos e em busca de algumas soluções. Coincidentemente, na semana antes do Carnaval eu havia tratado de Empresas Juniores na sala de aula virtual (estúdio onde apresento minha aula retransmitida aos alunos em diversos locais).

As Empresas Juniores são muito importantes para os alunos das Universidades e devem ser incentivadas e abrigadas pelos núcleos de empreendedorismo, como já fazem muitas Universidades brasileiras.

Mas, o que uma Empresa Junior oferece ou deveria oferecer a um jovem aluno de uma Universidade? Para aquele que ainda está começando a sua vida profissional, terá uma visão panorâmica de todo um processo de uma empresa. Na Empresa Junior ele vai ter de obter o cliente, vender um serviço de consultoria para realizar um determinado objetivo, estabelecer o plano de como vai realizar aquele projeto com a equipe obtida entre os membros da Empresa Junior e depois gerenciar o projeto, buscando a satisfação do cliente com a entrega do resultado.

Convenhamos que, para um jovem universitário, significa uma experiência do ciclo completo de funcionamento de uma empresa de consultoria. Encontrar o cliente, abordá-lo e descobrir o que ele necessita, é uma fase de aprendizagem extraordinária, que traz uma percepção de como funciona a cabeça do cliente, seus objetivos e preocupações: isso não se ensina na Universidade e começar pela Empresa Junior é uma maneira ideal.

Depois de obtido o cliente e de compreendido o desafio a ser enfrentado, é uma segunda etapa da aprendizagem: o membro da Empresa Junior terá de planejar uma solução. Para isso, deve ter acesso a um professor orientador da Universidade e também deve poder consultar projetos análogos que já tenham sido desenvolvidos. A formulação desta proposta de solução para atender ao cliente, com os recursos que serão empregados para esse fim, os preços e formas de seu pagamento é o que o deve ser feito.

Novamente, vem uma fase de negociação com o cliente: ele precisa aceitar a solução, concordar com prazos de execução, preços cobrados e sua forma de pagamento. Somente assim ter-se-á um contrato a ser cumprido.

Com o contrato na mão, o jovem empreendedor da Empresa Junior deverá passar à execução do projeto. Vai compor a equipe de trabalho com o pessoal da Empresa Junior e passará a gerenciar o projeto. Novamente é algo que a Universidade pode ensinar como fazer a gerência do projeto, mas a experiência prática proporcionada pela Empresa Junior é mais uma oportunidade de aprendizagem.

Vencida a etapa de realização do projeto, o jovem da Empresa Junior terá a oportunidade de aprender a manter a expectativa do cliente durante todo o contrato: ajustando estas expectativas quando apresentar soluções intermediárias e satisfazendo o cliente quando chegar aos produtos a serem entregues. Compreender insatisfações, aprender a evitá-las e chegar ao sucesso da realização, com a implantação do que o cliente reconhece como a solução de seu problema são momentos de intenso amadurecimento do universitário.

O movimento de Empresas Juniores precisa ser valorizado e seu crescimento melhora a qualidade dos alunos das Universidades.

Já do ponto de vista de quem contrata uma Empresa Junior, além de ser uma oportunidade para conseguir menores preços com uma boa dose de inventividade, é usado por empresas de maior porte como forma de descobrir talentos numa fase embrionária de sua vida profissional.

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