Uma reflexão a ser feita: por que no Brasil temos tão poucos investidores anjos? De modo mais proativo: o que devemos fazer para reverter este quadro?
Em primeiro lugar, devemos responder a uma pergunta central: qual o papel mais importante exercido pelos anjos de negócios? Creio que alguns podem ter respondido que é o aporte financeiro que trazem para as empresas em adotam. Certamente, esta resposta não coincide com a nossa vivência junto a empresas nascentes.
O que estamos observando é que o papel mais importante para o destino de uma empresa nascente que pode ser exercido pelos anjos é o de mentor dos empreendedores. Consiste na transformação da experiência dos anjos, geralmente obtida em grandes empresas, em uma solução que seja adequada para a empresa nascente. Num momento seguinte, passa a ser o aconselhamento na forma de implantar as soluções, ponto em que os jovens empreendedores não costumam ter experiência suficiente para planejar e onde encontram as cascas de banana pelo caminho que precisam ser removidas ou evitadas.
De um modo geral, os empreendedores aprenderam algum campo do conhecimento na Universidade e depois tiveram a ideia de fazer um empreendimento. Ocorre que este necessita de uma prática de gestão para a qual o empreendedor ainda não está preparado. Nesse ponto o anjo pode ser de imensa valia.
Em segundo lugar, entendido o que é o principal aporte que um anjo pode trazer para uma empresa nascente, vamos analisar quais as dificuldades que os anjos encontram para que exerçam seu potencial e se aproximem dos empreendedores.
A primeira questão nos parece ser a descoberta de que papel ele poderá exercer: a compreensão do que faz um mentor é algo que requer reflexão e até mesmo algumas conversas para mostrar como passar do universo da grande empresa para aquele das empresas nascentes.
A segunda questão é compreender quem é o jovem empreendedor da empresa nascente: que conhecimentos ele tem e os que ainda não tem, mas que serão necessários para viabilizar seu empreendimento. Ao entender isso, o anjo poderá estabelecer a agenda de pontos que deve abordar e de onde partir para chegar ao ponto necessário do conhecimento que o empreendedor vai precisar ter.
Um aspecto que facilita o diálogo inicial entre anjo e empreendedor é quando eles têm interesses em comum: por exemplo, um empreendedor de uma empresa que trabalha com tecnologia de telecomunicações costuma apresentar maior empatia por conversar com anjo que tenha trabalhado em empresas desta área.
Mas, ainda que essas reflexões sejam feitas é necessário criar um ambiente controlado em que anjos e empreendedores tenham a oportunidade de se conhecerem e de experimentar trabalhar juntos. Para isso, uma boa ideia seria a constituição de COMUNIDADES em que este relacionamento poderia ocorrer. Estas COMUNIDADES precisam ser controladas para que possam preparar os seus atores para os trabalhos conjuntos e que observem os resultados parciais que vão sendo obtidos, para corrigir rumos e estimular os próximos passos.
O aspecto de investimento deve ser o último a ser tratado, se todos os demais fatores estiverem bem ajustados entre anjos e empreendedores, a solução vai aparecer com naturalidade.
A contribuição dos anjos é muito forte e precisa ser conquistada aqui no Brasil em escala maior. Para isso vale o esforço de estudar as melhores formas de obter este importante apoio ao empreendedor brasileiro e de ampliar o sucesso das nossas empresas nascentes.
quinta-feira, 24 de março de 2011
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