sexta-feira, 15 de junho de 2012
Empreendedorismo social visa a autossuficiência
No Brasil o empreendedorismo social veio substituir a politica assistencialista baseada na filantropia. Vamos explicar: o empreendedor social moderno busca fazer empreendimentos que sejam capazes de se sustentar após o período de investimento. Passa a não depender mais dos doadores para sobreviver.
Aprofundando a ideia: suponhamos um empreendimento social que foi criado a partir de um plano de negócios prenedo que ele fosse capaz de gerar rendas para sustentar sua infraestrutura e também os seus beneficiados após o período de sua implantação. Este é um empreendimento social autossustentável.
Em contrapartida, se depender da filantropia, não conseguindo gerar rendas suficientes para atender seus beneficiados e manter sua infraestrutura, ficará sempre “correndo atrás” de doações de seus beneméritos, numa situação de alto risco.
Mas, quem gera renda nos empreendimentos autossustentáveis? A melhor coisa é se os próprios beneficiários fossem seus provedores. Isso é possível? Certamente que sim e temos muitos exemplos de empreendimentos sociais em que isso acontece.
Imaginemos que um conjunto de pessoas de uma comunidade se agrupasse num empreendimento cuja finalidade seria:
- num primeiro momento, recolher lixo e recicla-lo, criando a matéria prima necessária para fabricar seus produtos;
- num segundo momento, essa comunidade criaria os produtos que foram projetados, como roupas, bolsas, cintos, almofadas, etc.;
- a etapa final vai consistir em vender os produtos através de uma cadeia de lojas, gerando renda desta venda. A cadeia de lojas poderia até ser a empreendedora social que planejasse todo o processo, preparando a comunidade do empreendimento para saber executar suas tarefas e coordenar os trabalhos. Em contrapartida, além da realização pessoal de ter conseguido encontrar trabalho e renda para os beneficiados do empreendimento, também teria a possibilidade de vender produtos exclusivos e de design próprio.
Para este tipo de empreendimento, há um investimento inicial para criar os produtos, estabelecer as matérias primas, preparar os processos de trabalho, treinar a comunidade e fabricar as primeiras levas de produto. Depois disso, o funcionamento se torna cíclico, isto é, a comunidade recolhe o lixo, o recicla, fabrica lotes de produtos e estes são vendidos nas lojas associadas.
Na medida em que a comunidade se aperfeiçoa na fabricação – em qualidade e na velocidade de produção – pode produzir mais e ganhar mais pelo seu trabalho. Da mesma forma que também cresce no processo de recolher e reciclar o lixo, também pode ampliar a sua produtividade.
Essa é a perspectiva atual do empreendedorismo social, que consegue fazer mais com menos e ter sua continuidade assegurada pelos próprios méritos de seus participantes.
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