quinta-feira, 24 de maio de 2012

EMPREENDEDORISMO PARA AS COMUNIDADES CARIOCAS

Chamo a atenção dos empreendedores, especialmente os que atuam na cidade do Rio de Janeiro, para a nova realidade que existe nas áreas que foram resgatadas pelo poder público e onde vivem grandes comunidades, agora interessadas em ter comércio, serviços e facilidades similares as que existem nos demais bairros da cidade. Isto abre um espaço de mercado extraordinário para a implantação de muitos negócios que encontrarão comunidades com características especiais, poder de consumo significativo e que precisa ser atendido. Alguns pioneiros já se anteciparam e estão atuando nessas regiões, como a Light, fornecedora de energia elétrica que já atendia às antigas favelas, mas por meio de irregulares conhecidas como “gatos”. Para legalizar sua atuação nessas comunidades e reconhecendo que o preço da energia é alto para os bolsos da população comunitária, a Light vem construindo alternativas de fornecimento e de recebimento de suas contas. Por exemplo, para reduzir os valores a serem pagos, a Light instituiu um programa de coleta seletiva de lixo para os moradores, comprando o lixo coletado na área, recebendo doações de outros da redondeza e repassando a um parceiro externo que paga pelo material e o recicla, ganhando com o resultado. Os moradores na hora de pagar a conta de luz podem ter um desconto relativo ao lixo coletado, viabilizando o pagamento de sua conta de luz. Os “gatos” vão aos poucos desaparecendo da comunidade. Outros empreendedores estão se apresentando com a disposição de treinar a mão de obra que utilizam abrindo perspectivas para que o pessoal da comunidade tenha emprego e passe a ganhar para sua sobrevivência através de trabalho produtivo, muitas vezes feito no próprio local em que vive. Fico imaginando que em cima desses muitos morros poderiam ser feitas hortas e produzidos alimentos que poderiam ser vendidos nas próprias comunidades. Do mesmo modo, poderiam ser criados pomares, de onde sairiam frutas também para o seu abastecimento. Aparentemente, os sacolões servem para fornecer alimentação barata a partir de produtos agrícolas produzidos na área: claro que não seriam todos os produtos, mas uma parcela considerável. Uma cadeia de supermercados já existente poderia capitanear e coordenar este esforço. Isso também ajudaria os moradores a encontrarem trabalho dentro de suas comunidades. Enfim, imagino que os empreendedores cariocas deveriam parar para pensar em quais as modalidades de negócios poderiam ser viabilizados para povoar as comunidades com os empreendimentos que pudessem atender suas necessidades e anseios.

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