Estamos vivendo um momento triste. Afinal, três prédios caíram juntos e de repente, felizmente fora do horário padrão de expediente. Mas, ainda sim, as perdas foram muito grandes. Mais de 20 vidas humanas e a paralização da vida normal de muitas empresas e escritórios.
Para o empreendedor minha esperança é que seja possível tirar uma lição: uma velha lição, que repetimos à exaustão faz muito tempo. Planeje antes de fazer e analise todas as possíveis implicações e os riscos que você vai assumir.
Quem age deste modo, costuma ter menos surpresas. Um amigo meu diz que surpresa é uma coisa desagradável. Ele não gosta quando alguém diz em sua presença: que agradável surpresa. Alega que isso é uma mentira ou pelos menos sinal de falta de planejamento.
O planejamento serve para se pensar em diversos aspectos que envolvem o ato de empreender alguma coisa. Quanto mais bem feito o planejamento, menor a possibilidade de ocorrências que não foram imaginadas. As surpresas para o planejador significam que o não desejável ou não imaginado ocorreu. Portanto, não foi previsto ou o risco que trazia foi erradamente avaliado.
Claro que não sei de quem foi a culpa desta terrível catástrofe: mas, certamente devemos procurar algo que foi feito sem planejar ou mal planejado.
Não adianta dizer que estou errado e que foi falta de acompanhamento, falta de fiscalização (controle). Só pode haver acompanhamento ou controle depois que houver o planejamento. A briga pela fiscalização é valida, mas é preciso antecedê-la pelo planejamento.
Evidentemente, cabe aqui também pensar que não há um processo claro para fazer alterações e obras em prédios pré-existentes. O CREA mostrou como deveria funcionar sua burocracia e a Prefeitura compreendeu que falta algo para preencher esta lacuna. E eu pergunto: precisava esperar ruírem por terra três edifícios e matar mais de 20 pessoas para perceber isso? Nem havia necessidade de criatividade: afinal, bastava copiar como fazem as grandes cidades do mundo para resolver esta questão.
Minha conclusão é que ainda nos falta muito para construir um país empreendedor, com hábitos que ajudem a ampliar nosso capital social. Precisamos investir fortemente nisso: não é o dinheiro que irá resolver. Esse é um problema de educação. É preciso que em nossos valores exista uma espécie de alarme que tocaria dentro de nossas cabeças sempre que fizermos alguma coisa sem pensar antes, sem planejar e sem considerar o quanto podem ser nocivas para as pessoas.
Precisamos, nós os professores de empreendedorismo, discutir com nossos alunos um conjunto de valores que são importantes para sua vida inteira. Nossos empreendedores precisam lembrar que não basta o sucesso financeiro: é preciso também criar permanentemente capital social, evitando ações em que não poderemos justificar nossa falta de responsabilidade.
“Prepara com antecedência teu trabalho e torna-o apropriado para ti, no campo; depois, trata de construir tua casa” (Provérbios do Rei Salomão, 24:27).
sábado, 28 de janeiro de 2012
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