Meus amigos, quem for distraído pode não se dar conta da evolução do ensino à distância. Hoje em dia há inúmeros cursos de graduação que são total ou parcialmente nessa modalidade.
Em algumas Universidades que tem se dedicado a desenvolver esta área, a quantidade de alunos matriculados em cursos à distância cresce mais a cada ano do que em cursos presenciais.
Dentro de pouco tempo teremos algumas Universidade brasileiras com mais matriculas em cursos à distância do que nos presenciais.
Muitas reflexões são cabíveis: talvez a primeira seja sobre a qualidade. O material didático que tenho visto em ensino a distancia é em geral melhor do que o apresentado pelos professores no presencial. Estou me referindo ao usado na aula e naquele distribuído aos alunos.
Posso me enganar, mas pelo que vi os alunos matriculados em cursos à distância costumam ser mais estimulados a ler do que os nos presenciais. A leitura de livros, elemento indispensável para a aprendizagem, está mais bem contemplada nos cursos a distância do que nos presenciais: os “tablets” podem até ajudar na sua ampliação.
Outro aspecto que pode ser levantado no quesito qualidade, diz respeito ao atendimento ao aluno: eu tenho experimentado exercer a função denominada “professor online” e tenho percebido que os alunos mais interessados chegam a se comunicar comigo mais de três vezes por semana, com suas perguntas, textos postados em fóruns e questionamentos durante o estudo do material didático. Não os percebo distantes e acho que eles não me percebem ausente.
Muitos trazem questionamentos que mostram seu pouco preparo para enfrentar a disciplina e outros fazem perguntas de um nível bastante alto. Numa sala de aula, um ou outro acabaria por se intimidar em fazer suas perguntas.
Não me parece incomum que um aluno que começa o curso com menos base do que a média consiga, pelo seu esforço, se recuperar e ultrapassar as barreiras e se posicionar entre os melhores da turma. Será que nos cursos presenciais isso é comum? Creio que não: o mais provável é aquele que está mais atrás desistir.
Vocês devem estar pensando que sou um entusiasta do ensino pela Internet e que por isso só vejo os lados positivos desta modalidade. Francamente, isso é parcialmente a verdade: acredito nesta forma de aprendizagem e creio que o progresso do ensino a distância até hoje já o fez ficar em pé de igualdade com o presencial, em termos de qualidade.
A questão é que, graças ao progresso tecnológico, o ensino a distância ainda vai evoluir muito, enquanto que o presencial cada vez mais encontra barreiras, até mesmo fora de seu escopo: por exemplo, a dificuldade de locomoção nas cidades, praticamente gera uma equação em que se gasta mais tempo no trânsito do que em sala de aula!
Enquanto isso, o ensino a distância já está se preparando para colocar os alunos e professores se comunicando ao vivo, a um custo baixo e com uma qualidade elevada. A experiência de bons profissionais pode ganhar uma roupagem didática por especialistas em educação, produzindo programas adequados a essa modalidade de transmissão e acesso ao conhecimento.
Não entendo que o ensino presencial vá acabar ou que os alunos não mais irão à escola ou à universidade. A solução do ensino tende a compatibilizar as duas modalidades, reservando à parte presencial o que realmente ela possa trazer de melhor. Talvez se torne comum, nesse ambiente hibrido para o qual imagino estarmos caminhando, que os alunos compareçam a escola para se reunir com o professor e debater soluções com os colegas para um estudo de caso ou para fazer trabalhos práticos que requerem o diálogo.
Os empreendedores que cuidam da educação e do planejamento de escolas e universidades devem aprofundar sua maneira de ver a forma como serão usados os recursos para o processo de aprendizagem dos seus alunos. Este pode ser o diferencial que está faltando.
sábado, 13 de agosto de 2011
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