Um aluno me perguntou o que eu acho da proposta do Senador Cristóvão Buarque de criar um PAC da Felicidade. Para ser sincero, não conheço o referido projeto e acho até que não consigo imaginá-lo. Mas, este ponto levantado pelo aluno me inspirou a fazer algumas reflexões que agora publico neste blog.
O ser humano, em cada momento de sua vida, pode imaginar qual é o seu PAC da Felicidade. Este Plano ou Programa deveria incluir os seus sonhos, as suas necessidades materiais e de realização e até mesmo os desejos de obter um determinado padrão de vida.
Entretanto, desenhar seu PAC da Felicidade é apenas um primeiro passo: ele não passa de um rol de desejos e isso não basta para chegarmos onde queremos. É necessário estabelecer um plano para atingir o que queremos, a partir daquela lista. Antes mesmo de criar o plano de realização, devemos avaliar se o que queremos é viável de ser alcançado num prazo razoável e se dispomos dos meios para tal. Assim, vamos necessitar priorizar os elementos do PAC da Felicidade e definir o seu conteúdo num intervalo de tempo.
Depois disso é que vamos cuidar do planejamento de como conseguir realizar os itens eleitos como prioridades do período.
Mas, não vai bastar planejar: é necessário esforço e persistência para implantar o planejado, viabilizar os recursos para isso e adquirir competência suficiente para gerenciar o projeto de implantação, que consiste em um conjunto de tarefas ordenadas a serem feitas numa ordem estabelecida pelo plano.
Mas, é exatamente isso que o empreendedor faz quando resolve criar um novo empreendimento. Nesse ponto, temos um ponto em comum entre o empreendedor e uma pessoa qualquer que queira tornar realidade seu PAC da Felicidade.
Entretanto, precisamos refletir que, mesmo que seja seguido este caminho com acerto total, a felicidade é algo que muda com o passar do tempo. Ao realizar a implantação de seu PAC da Felicidade, cada um de nós vai ter novos desejos e necessidades e sonhará novos sonhos, havendo a necessidade de preparar um novo PAC. Aliás, é isso que também ocorre com o empreendedor: quando seu empreendimento consegue realizar um plano de negócios, ele necessita preparar um novo em que contemplará as necessidades e desafios que a empresa vai enfrentar em seu caminho de desenvolvimento.
Um ser humano, empreendedor ou não, tem características comuns que não diferem muito. O PAC do Empreendedor é o seu empreendimento e talvez ele seja também seu PAC da Felicidade.
sexta-feira, 26 de agosto de 2011
sexta-feira, 19 de agosto de 2011
Como motivar empreendedores
Meus amigos, vocês talvez estejam pensando que me enganei no título do blog. Vivemos sempre louvando a capacidade dos empreendedores de motivar colaboradores, sócios, empregados, investidores, clientes para seu sonho ou sua ideia de negócio. Mas, estou me referindo ao momento atual em que o mundo está vivendo, com crise em quase toda parte e nos lugares que parecem menos ameaçados como o nosso Brasil, ainda assim há perspectivas de perdas e de problemas de desaceleração do desenvolvimento, com riscos de problemas gerados pela situação do mundo globalizado, onde se tem o fenômeno de irradiação de crises e de desaceleração da economia.
Vou buscar minha inspiração para aconselhar aos empreendedores e tentar lhes recuperar o ânimo no nosso físico maior: Albert Einstein. Dizia Einstein aos jovens: "É na crise que nascem as invenções, os descobrimentos e as grandes estratégias. Acabemos de uma vez com a única crise ameaçadora, que é a tragédia de não querer lutar para superá-la".
Frases de efeito podem muitas vezes nos levar a crer que são apenas palavras para gerar um ambiente mais para cima. Mas, essa reflete de modo mais profundo a realidade. O ser humano parece que tem uma bateria carregada com energia extra que é para ser usada somente em momentos difíceis. É quando dizemos que o ser humano se supera e faz o que normalmente ele não costuma conseguir: isso é muito comum em atletas que rendem em competições muito mais que em todos os seus treinamentos.
Mas, no caso do empreendedor ele tem uma razão a mais para se superar: o empreendedor conhece a inovação e sabe que este é o caminho onde encontramos o diferencial que irá separar do Oceano Vermelho e conduzir nossa empresa pelo Oceano Azul.
Vejam os exemplos que estão aí para confirmar essa afirmação: enquanto tantas empresas sofrem com a redução dos seus mercados, a Apple amplia suas vendas com o iPad e o iPod. O Google é outro exemplo: chegou depois na luta pelos “tablets” e poderia por isso ter que ficar no Oceano Vermelho, mas soube fazer seu caminho para o Oceano Azul através da inovação tecnológica, com o seu software Android, que em pouco tempo ultrapassou a liderança da Apple nas vendas. Com a aquisição da divisão Mobility da Motorola, responsável pela fabricação de celulares e “tablets”, por US$ 12,5 bilhões, a inovação tecnológica foi também complementada pela do modelo de negócios: a tecnologia foi colocada no mercado como software aberto e conquistou parceiros cujo objetivo é ganhar na fabricação do hardware, onde o Android estará instalado.
Talvez alguns de meus amigos empreendedores possam estar pensando que essas ideias se aplicam exclusivamente a engenhos tecnológicos e que nos empreendimentos menos sofisticados não há saída por esse caminho. Eu até concordo que essa possa ser uma afirmação parcialmente correta. Mas, em negócios chamados simples também há espaço para inovar: estava vendo TV num momento de lazer e um programa mostrava uma empresa que conseguira fazer uma economia de 10% no custo pela inovação na embalagem de um produto alimentício, desses vendidos em todos os supermercados e que tem dezenas de concorrentes. Com isso, o consumidor poderá comprar o produto em uma embalagem que parece ser superior que a anterior, custando mais barato e, portanto, poderá competir em melhores condições.
É muito importante observarmos o momento, entendermos seus efeitos e riscos, e, depois, colocarmos a crise de lado e usarmos nossa energia para encontrar saídas para direcionar nosso empreendimento no caminho do sucesso, apesar do ambiente aparentemente adverso.
Vou buscar minha inspiração para aconselhar aos empreendedores e tentar lhes recuperar o ânimo no nosso físico maior: Albert Einstein. Dizia Einstein aos jovens: "É na crise que nascem as invenções, os descobrimentos e as grandes estratégias. Acabemos de uma vez com a única crise ameaçadora, que é a tragédia de não querer lutar para superá-la".
Frases de efeito podem muitas vezes nos levar a crer que são apenas palavras para gerar um ambiente mais para cima. Mas, essa reflete de modo mais profundo a realidade. O ser humano parece que tem uma bateria carregada com energia extra que é para ser usada somente em momentos difíceis. É quando dizemos que o ser humano se supera e faz o que normalmente ele não costuma conseguir: isso é muito comum em atletas que rendem em competições muito mais que em todos os seus treinamentos.
Mas, no caso do empreendedor ele tem uma razão a mais para se superar: o empreendedor conhece a inovação e sabe que este é o caminho onde encontramos o diferencial que irá separar do Oceano Vermelho e conduzir nossa empresa pelo Oceano Azul.
Vejam os exemplos que estão aí para confirmar essa afirmação: enquanto tantas empresas sofrem com a redução dos seus mercados, a Apple amplia suas vendas com o iPad e o iPod. O Google é outro exemplo: chegou depois na luta pelos “tablets” e poderia por isso ter que ficar no Oceano Vermelho, mas soube fazer seu caminho para o Oceano Azul através da inovação tecnológica, com o seu software Android, que em pouco tempo ultrapassou a liderança da Apple nas vendas. Com a aquisição da divisão Mobility da Motorola, responsável pela fabricação de celulares e “tablets”, por US$ 12,5 bilhões, a inovação tecnológica foi também complementada pela do modelo de negócios: a tecnologia foi colocada no mercado como software aberto e conquistou parceiros cujo objetivo é ganhar na fabricação do hardware, onde o Android estará instalado.
Talvez alguns de meus amigos empreendedores possam estar pensando que essas ideias se aplicam exclusivamente a engenhos tecnológicos e que nos empreendimentos menos sofisticados não há saída por esse caminho. Eu até concordo que essa possa ser uma afirmação parcialmente correta. Mas, em negócios chamados simples também há espaço para inovar: estava vendo TV num momento de lazer e um programa mostrava uma empresa que conseguira fazer uma economia de 10% no custo pela inovação na embalagem de um produto alimentício, desses vendidos em todos os supermercados e que tem dezenas de concorrentes. Com isso, o consumidor poderá comprar o produto em uma embalagem que parece ser superior que a anterior, custando mais barato e, portanto, poderá competir em melhores condições.
É muito importante observarmos o momento, entendermos seus efeitos e riscos, e, depois, colocarmos a crise de lado e usarmos nossa energia para encontrar saídas para direcionar nosso empreendimento no caminho do sucesso, apesar do ambiente aparentemente adverso.
sábado, 13 de agosto de 2011
Onde estamos em Educação à Distância
Meus amigos, quem for distraído pode não se dar conta da evolução do ensino à distância. Hoje em dia há inúmeros cursos de graduação que são total ou parcialmente nessa modalidade.
Em algumas Universidades que tem se dedicado a desenvolver esta área, a quantidade de alunos matriculados em cursos à distância cresce mais a cada ano do que em cursos presenciais.
Dentro de pouco tempo teremos algumas Universidade brasileiras com mais matriculas em cursos à distância do que nos presenciais.
Muitas reflexões são cabíveis: talvez a primeira seja sobre a qualidade. O material didático que tenho visto em ensino a distancia é em geral melhor do que o apresentado pelos professores no presencial. Estou me referindo ao usado na aula e naquele distribuído aos alunos.
Posso me enganar, mas pelo que vi os alunos matriculados em cursos à distância costumam ser mais estimulados a ler do que os nos presenciais. A leitura de livros, elemento indispensável para a aprendizagem, está mais bem contemplada nos cursos a distância do que nos presenciais: os “tablets” podem até ajudar na sua ampliação.
Outro aspecto que pode ser levantado no quesito qualidade, diz respeito ao atendimento ao aluno: eu tenho experimentado exercer a função denominada “professor online” e tenho percebido que os alunos mais interessados chegam a se comunicar comigo mais de três vezes por semana, com suas perguntas, textos postados em fóruns e questionamentos durante o estudo do material didático. Não os percebo distantes e acho que eles não me percebem ausente.
Muitos trazem questionamentos que mostram seu pouco preparo para enfrentar a disciplina e outros fazem perguntas de um nível bastante alto. Numa sala de aula, um ou outro acabaria por se intimidar em fazer suas perguntas.
Não me parece incomum que um aluno que começa o curso com menos base do que a média consiga, pelo seu esforço, se recuperar e ultrapassar as barreiras e se posicionar entre os melhores da turma. Será que nos cursos presenciais isso é comum? Creio que não: o mais provável é aquele que está mais atrás desistir.
Vocês devem estar pensando que sou um entusiasta do ensino pela Internet e que por isso só vejo os lados positivos desta modalidade. Francamente, isso é parcialmente a verdade: acredito nesta forma de aprendizagem e creio que o progresso do ensino a distância até hoje já o fez ficar em pé de igualdade com o presencial, em termos de qualidade.
A questão é que, graças ao progresso tecnológico, o ensino a distância ainda vai evoluir muito, enquanto que o presencial cada vez mais encontra barreiras, até mesmo fora de seu escopo: por exemplo, a dificuldade de locomoção nas cidades, praticamente gera uma equação em que se gasta mais tempo no trânsito do que em sala de aula!
Enquanto isso, o ensino a distância já está se preparando para colocar os alunos e professores se comunicando ao vivo, a um custo baixo e com uma qualidade elevada. A experiência de bons profissionais pode ganhar uma roupagem didática por especialistas em educação, produzindo programas adequados a essa modalidade de transmissão e acesso ao conhecimento.
Não entendo que o ensino presencial vá acabar ou que os alunos não mais irão à escola ou à universidade. A solução do ensino tende a compatibilizar as duas modalidades, reservando à parte presencial o que realmente ela possa trazer de melhor. Talvez se torne comum, nesse ambiente hibrido para o qual imagino estarmos caminhando, que os alunos compareçam a escola para se reunir com o professor e debater soluções com os colegas para um estudo de caso ou para fazer trabalhos práticos que requerem o diálogo.
Os empreendedores que cuidam da educação e do planejamento de escolas e universidades devem aprofundar sua maneira de ver a forma como serão usados os recursos para o processo de aprendizagem dos seus alunos. Este pode ser o diferencial que está faltando.
Em algumas Universidades que tem se dedicado a desenvolver esta área, a quantidade de alunos matriculados em cursos à distância cresce mais a cada ano do que em cursos presenciais.
Dentro de pouco tempo teremos algumas Universidade brasileiras com mais matriculas em cursos à distância do que nos presenciais.
Muitas reflexões são cabíveis: talvez a primeira seja sobre a qualidade. O material didático que tenho visto em ensino a distancia é em geral melhor do que o apresentado pelos professores no presencial. Estou me referindo ao usado na aula e naquele distribuído aos alunos.
Posso me enganar, mas pelo que vi os alunos matriculados em cursos à distância costumam ser mais estimulados a ler do que os nos presenciais. A leitura de livros, elemento indispensável para a aprendizagem, está mais bem contemplada nos cursos a distância do que nos presenciais: os “tablets” podem até ajudar na sua ampliação.
Outro aspecto que pode ser levantado no quesito qualidade, diz respeito ao atendimento ao aluno: eu tenho experimentado exercer a função denominada “professor online” e tenho percebido que os alunos mais interessados chegam a se comunicar comigo mais de três vezes por semana, com suas perguntas, textos postados em fóruns e questionamentos durante o estudo do material didático. Não os percebo distantes e acho que eles não me percebem ausente.
Muitos trazem questionamentos que mostram seu pouco preparo para enfrentar a disciplina e outros fazem perguntas de um nível bastante alto. Numa sala de aula, um ou outro acabaria por se intimidar em fazer suas perguntas.
Não me parece incomum que um aluno que começa o curso com menos base do que a média consiga, pelo seu esforço, se recuperar e ultrapassar as barreiras e se posicionar entre os melhores da turma. Será que nos cursos presenciais isso é comum? Creio que não: o mais provável é aquele que está mais atrás desistir.
Vocês devem estar pensando que sou um entusiasta do ensino pela Internet e que por isso só vejo os lados positivos desta modalidade. Francamente, isso é parcialmente a verdade: acredito nesta forma de aprendizagem e creio que o progresso do ensino a distância até hoje já o fez ficar em pé de igualdade com o presencial, em termos de qualidade.
A questão é que, graças ao progresso tecnológico, o ensino a distância ainda vai evoluir muito, enquanto que o presencial cada vez mais encontra barreiras, até mesmo fora de seu escopo: por exemplo, a dificuldade de locomoção nas cidades, praticamente gera uma equação em que se gasta mais tempo no trânsito do que em sala de aula!
Enquanto isso, o ensino a distância já está se preparando para colocar os alunos e professores se comunicando ao vivo, a um custo baixo e com uma qualidade elevada. A experiência de bons profissionais pode ganhar uma roupagem didática por especialistas em educação, produzindo programas adequados a essa modalidade de transmissão e acesso ao conhecimento.
Não entendo que o ensino presencial vá acabar ou que os alunos não mais irão à escola ou à universidade. A solução do ensino tende a compatibilizar as duas modalidades, reservando à parte presencial o que realmente ela possa trazer de melhor. Talvez se torne comum, nesse ambiente hibrido para o qual imagino estarmos caminhando, que os alunos compareçam a escola para se reunir com o professor e debater soluções com os colegas para um estudo de caso ou para fazer trabalhos práticos que requerem o diálogo.
Os empreendedores que cuidam da educação e do planejamento de escolas e universidades devem aprofundar sua maneira de ver a forma como serão usados os recursos para o processo de aprendizagem dos seus alunos. Este pode ser o diferencial que está faltando.
sexta-feira, 5 de agosto de 2011
Crise, Descontinuidade e Inovação
Sem dúvida estamos em uma crise que não é somente devida a um fator. Trata-se de um contexto em que as pessoas esperam que se chegue a um novo equilíbrio mundial, com lideranças que representem melhor as aspirações relativas à vida das pessoas e ao meio ambiente, contemplando consequências nos hábitos de consumo em todos os níveis, mas, ao mesmo tempo, trazendo à luz uma partilha mais democrática do trabalho, dos bens e dos benefícios que a tecnologia pode proporcionar. Vejam que este ambiente inclui fatores como maior longevidade das pessoas, requerendo revisão dos critérios de aposentadorias.
Enfim, uma grande mudança, em muitas dimensões de difícil compatibilização, isto é, abrangendo variados aspectos ou ângulos, cada um deles com seus conceitos, regras e níveis de aceitação em cada país, compondo um quadro complexo e que necessita formar um todo viável para que possa funcionar.
Este é o ambiente mais rico para empreender. Ao mesmo tempo, ele prenuncia que estamos diante de uma descontinuidade no conjunto de valores e regras da sociedade, abrindo uma nova visão de soluções onde existem muitas possibilidades. Praticamente, poderíamos pensar em uma espécie de revolução social, na qual os ferimentos talvez não venham a ser produzidos por armas, mas pelas dificuldades das pessoas e das instituições de se adaptarem a um novo referencial para suas vidas. Perdas e ganhos vão coexistir nessa nova sociedade em formação.
O centro do poder vai estar na capacidade de inovar e encontrar as soluções viáveis e implantáveis na vida das pessoas. Por exemplo, um novo referencial vai ser necessário para o atendimento de saúde: deverá levar em conta as opções oferecidas pelo progresso da ciência e da tecnologia, com as limitações de custo que deverão ser compatibilizados. Por outro lado, deverá levar em conta valores éticos e religiosos que poderão se confrontar com a evolução cientifica; do mesmo modo, a indústria farmacêutica terá que se remodelar para este novo cenário, em que a exploração de uma solução medicamentosa não poderá ser mantida por tempo muito longo.
No campo da alimentação humana já se percebe uma movimentação intensa nos Estados Unidos pela modificação da dieta das pessoas, com vistas a evitar os temíveis males da obesidade e das doenças resultantes do excesso de gordura, sal e açúcar.
Em educação, a escola terá de renovar com a perspectiva de uso das novas tecnologias de aprendizagem e dos recursos que a mídia pode aportar. Nas comunicações não podemos deixar de perceber que a informação chega a cada momento, por diversas vias: o jornal diário é apenas mais uma fonte, mas ainda pode ser um espaço para reflexões e para discussão dos temas de interesse das comunidades.
Não há mais o ambiente que vínhamos vivendo até agora. Precisamos reinventar um novo mundo. A crise é essa e não apenas da limitação da dívida de uma nação rica ou da solução da inadimplência de um país de bloco que une economias desiguais, nem mesmo de um continente que sofre com a falta de recursos mínimos para a vida de sua população. É uma crise maior, talvez até superior àquela que tivemos na passagem do mundo da idade média para a época moderna.
Enfim, uma grande mudança, em muitas dimensões de difícil compatibilização, isto é, abrangendo variados aspectos ou ângulos, cada um deles com seus conceitos, regras e níveis de aceitação em cada país, compondo um quadro complexo e que necessita formar um todo viável para que possa funcionar.
Este é o ambiente mais rico para empreender. Ao mesmo tempo, ele prenuncia que estamos diante de uma descontinuidade no conjunto de valores e regras da sociedade, abrindo uma nova visão de soluções onde existem muitas possibilidades. Praticamente, poderíamos pensar em uma espécie de revolução social, na qual os ferimentos talvez não venham a ser produzidos por armas, mas pelas dificuldades das pessoas e das instituições de se adaptarem a um novo referencial para suas vidas. Perdas e ganhos vão coexistir nessa nova sociedade em formação.
O centro do poder vai estar na capacidade de inovar e encontrar as soluções viáveis e implantáveis na vida das pessoas. Por exemplo, um novo referencial vai ser necessário para o atendimento de saúde: deverá levar em conta as opções oferecidas pelo progresso da ciência e da tecnologia, com as limitações de custo que deverão ser compatibilizados. Por outro lado, deverá levar em conta valores éticos e religiosos que poderão se confrontar com a evolução cientifica; do mesmo modo, a indústria farmacêutica terá que se remodelar para este novo cenário, em que a exploração de uma solução medicamentosa não poderá ser mantida por tempo muito longo.
No campo da alimentação humana já se percebe uma movimentação intensa nos Estados Unidos pela modificação da dieta das pessoas, com vistas a evitar os temíveis males da obesidade e das doenças resultantes do excesso de gordura, sal e açúcar.
Em educação, a escola terá de renovar com a perspectiva de uso das novas tecnologias de aprendizagem e dos recursos que a mídia pode aportar. Nas comunicações não podemos deixar de perceber que a informação chega a cada momento, por diversas vias: o jornal diário é apenas mais uma fonte, mas ainda pode ser um espaço para reflexões e para discussão dos temas de interesse das comunidades.
Não há mais o ambiente que vínhamos vivendo até agora. Precisamos reinventar um novo mundo. A crise é essa e não apenas da limitação da dívida de uma nação rica ou da solução da inadimplência de um país de bloco que une economias desiguais, nem mesmo de um continente que sofre com a falta de recursos mínimos para a vida de sua população. É uma crise maior, talvez até superior àquela que tivemos na passagem do mundo da idade média para a época moderna.
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