quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

EDUCAÇÃO EM CRISE: UMA OPORTUNIDADE IMPORTANTE

Muitos são os fatores que podem ser alinhados para mostrar a crise na Educação que parece mais profunda no Brasil que nos países mais ricos e também entre os demais componentes do BRIC.

O assunto EDUCAÇÂO ganhou a primeira página das preocupações dos planejadores até porque a própria Presidente da Republica, Dilma Roussef, apresenta como prioridade de seu governo a diz com clareza em artigo publicado na Folha de São Paulo de domingo, dia 20/02/2011: “Como a tecnologia irá modificar o espaço físico das escolas? Como será a relação professor-aluno? São questões sem respostas claras”

Acrescenta ainda: “Ao longo do século 21, todas as formas de distribuição do conhecimento serão ainda mais complexas e rápidas do que hoje.”

Na agenda da visita do Presidente Obama ao Brasil, a EDUCAÇÂO é um dos temas prioritários e há propostas de colaboração entre os dois países.

Os empresários brasileiros estão reclamando da falta de mão de obra qualificada para atender às necessidades de suas empresas e as mega empresas cada vez mais inauguram Universidades Corporativas e Escolas de Negócios.

Os alunos não estão satisfeitos com a maneira como o conhecimento lhes é apresentado: nem com a qualidade ou a forma e saem dos cursos sem saber empregar o que deveriam ter aprendido.

Os professores, além de se queixarem de ganhar pouco, o que é uma verdade inquestionável, estão muito distanciados do uso da tecnologia em prol da criação de mecanismos inovadores para a aprendizagem.

Os analistas da realidade do ensino, no Brasil e no mundo, estão afirmando que a educação à distancia vai ampliar sua aplicação e os alunos tenderão cada vez mais a utilizá-la, especialmente se considerarmos que em dez anos os meninos de hoje cursarão as Universidades e estarão muito acostumados a usar o computador, facilitando a criação de comunidades transmídia, capazes de jogar, aprender e se divertir em seus pequenos telefones celulares, “netbooks” e “tablets”. Aliás, quem sabe se todos esses instrumentos não estarão reunidos em um só?

Evidentemente a educação é um tema importante sob o ponto de vista social, econômico, tecnológico e de realização do ser humano. Enfrentar os desafios que agora se apresentam para melhorar a educação de maneira disruptiva é o que os empreendedores certamente já estão buscando e continuarão a fazer por alguns anos, pelo menos.

A oportunidade é imensa e não deve ser imaginada com uma abrangência reduzida, é um problema global, a ser enfrentado pelos que tem ainda viva a esperança num futuro para cada país e para o mundo em geral.

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Empreendedorismo social

As ações sociais no Brasil são muitas, mas poucas têm o caráter típico do empreendedorismo. Elas tiveram origem na caridade e depois, políticos tomaram a si a maioria dessas atividades, com a intenção de ganhar votos. Tanto pela linha da caridade como pela do assistencialismo, não estamos seguindo pelo caminho do empreendedorismo.

O empreendedorismo social na sua visão moderna requer a busca da autossuficiência: os recursos necessários para começar o empreendimento social são conseguidos através de doações, mas sua sobrevivência depende da continuidade da geração dos recursos necessários para se manter.

É possível que esta seja uma situação aplicável em muitos empreendimentos sociais, mas em alguns há de fato a necessidade da continuidade de receber doações. Podemos entender isso em situações-limite, em que não há como gerar renda através do empreendimento social. Felizmente estes não são a maioria dos casos e geralmente se enquadram na hipótese de cobertura social pelo Estado.

Vamos trocar em miúdos: consideremos uma ação social empreendedora, que apoia uma comunidade carente em algum aspecto especifico. Geralmente o trabalho da ação social é direcionado a ensinar pessoas a gerar renda para melhoria de suas condições de vida. Desses recursos, é possível tirar uma parcela para manter o sistema de geração de renda criado em pleno funcionamento, sem necessidade de receber novas doações. O aporte inicial deve ser suficiente para criar este sistema contínuo de geração de renda.

Por exemplo, no caso da aposentadoria, claramente temos uma situação em que a geração de renda através de uma ação social é possível, mas incerta e em muitos casos, impossível. Daí o seguro social cobrir esta necessidade com o pagamento da aposentadoria. Mas, ainda assim, é possível ajudar a gerar renda complementar para muitos aposentados, especialmente aqueles cuja condição física permite trabalhar pelo menos algumas horas por dia, melhorando não só a condição financeira, mas também sua socialização e saúde mental.

Por vezes, o ciclo de vida dos empreendimentos sociais que podem ser autossuficientes é longo, isto é, requer um prazo grande para que ela seja atingida. Para esse tipo de empreendimento, seus patrocinadores devem prever isso em seus planos e tratar desse aspecto com os doadores, para que consigam doações seguidas em prazos de tempo. Este pode ser o caso dos empreendimentos sociais que envolvem as crianças, geralmente com grande espaço de tempo para que possam ser autossuficientes.

O empreendedorismo social cria uma nova visão para as ações sociais: planejar antes de realizar, buscar encontrar soluções em que o empreendimento tenha autossuficiência e verificar o tempo necessário para atingir esta condição. Nesse caso, o plano deve pedir as doações para cobrir este horizonte ou dividir o recolhimento de doações em etapas, de tal forma a poder mostrar aos doadores os progressos obtidos na direção da autossuficiência.

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Empreendedorismo para desenvolvimento local

Muita gente pensa que o empreendedorismo para desenvolvimento local requer apenas vontade e persistência do político que apoia o empreendimento.

Entretanto, podemos compreender que os empreendimentos para desenvolvimento local têm longo período de maturação. É muito comum que atravessem uma gestão. Assim sendo, conseguir a continuidade do empreendimento requer apoio popular e contínuo trabalho de valorização do projeto pelos seus apoiadores.

Outro ponto importante é o planejamento: o plano deste tipo de empreendimento deve ser revisto e as vitórias parciais – os resultados intermediários – devem ser comemoradas. Projetos com maior chance de sucesso duradouro são aqueles que prevêem a autossuficiência ao final de algum tempo, ou seja, aqueles que têm previsão de gerar trabalho e renda para seus beneficiários.

Quais os pontos importantes que devem ser acompanhados? Em primeiro lugar devemos zelar para que sempre haja verba para o próximo passo; em segundo, devemos cuidar para que os resultados intermediários sejam significativos para a melhoria de vida das populações locais.

Os benefícios obtidos devem ser sempre ressaltados e mostrar que sua realização é um ponto relevante para aquela população. As vitórias são conseguidas passo a passo e, cada uma, precisa ser devidamente valorizada.

Geralmente, o pessoal que planeja um empreendimento de desenvolvimento local, só com o tempo se apercebe de resultados que aparecem da sinergia entre as partes. Muitas vezes esses resultados mais relevantes, são visíveis apenas com o tempo. O vulgar "atirou no que viu, acertou no que não viu...".

Outro ponto consiste na importância de apoiadores acompanharem de perto os projetos. Essa participação é um ponto que faz a população local se sentir dona do empreendimento, especialmente quando seu resultado implica numa independência econômica parcial ou total de seus participantes.

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Cultura é um bom negócio

Existe uma corrente de pessoas que insiste que cultura no Brasil não é um negócio, isto é, acreditam que, na cabeça do brasileiro, cultura é função de governo e as pessoas não estão dispostas a gastar seu dinheiro com esse objetivo.

Este modo de pensar está sendo revisto pela maioria dos empreendedores brasileiros: sem duvida, há necessidade de leis especificas e de patrocínio, mas nem sempre esses recursos vêm do governo: diversas empresas já compreenderam que sua imagem fica favorecida se estiver associada a empreendimentos culturais.

O ponto que é relevante é que a renda obtida com empreendimentos da área de cultura tem sido muito grande e vem crescendo ultimamente. Isso significa que os empreendimentos culturais de boa qualidade e bem planejados vem recebendo a apreciação do público, que não tem dúvida em pagar, dentro de suas possibilidades, para ter acesso a esses acontecimentos.

Por outro lado, levantamentos feitos no Estado do Rio de Janeiro mostram que 8% da economia do Estado está representada por atividades culturais. Isso é bastante significativo em termos econômicos.

Há empreendimentos que ao nascerem foram considerados inviáveis e depois demonstraram ser um sucesso: este foi o caso dos teatros construídos ou reformados na Avenida Brigadeiro Luis Antonio em São Paulo para levar as peças da Broadway. Quando foram inaugurados, dizia-se que jamais poderiam ser mantidos cheios, posto que tinham 900 lugares e não haveria público para tanto. Pois as versões brasileiras daqueles espetáculos, realizadas com capricho e competência, com atores nacionais, estiveram sempre com a casa lotada e renderam bom resultados para seus investidores.
Sempre se dizia que o cinema brasileiro não dava boas bilheterias: nem preciso falar muito disso, pois agora está mais que provado que são muito boas as rendas dos filmes bem feitos no Brasil.

Até mesmo os museus, que ouvíamos dizer que "brasileiro não gosta de ir a museu", estão cheios de gente quando são bem feitos, como o Museu da Língua Portuguesa ou o do Futebol, ambos na capital paulista. Recentemente, no Museu Histórico Nacional no Rio de Janeiro, tivemos uma mostra sobre Pioneiros e Empreendedores que atraiu multidões.

Assim sendo, fica claro que quando são bons empreendimentos culturais, o que implica em bom planejamento e gestão competente, além de conteúdo de valor para o público, ainda que apenas de entretenimento, temos visitação e renda. Os empreendimentos culturais tendem a ampliar o seu público, uma vez que, nos últimos 15 anos, tem aumentado o nível de instrução e a renda per capita de nosso povo.