Alguns empreendedores têm me perguntado se vale a pena para sua empresa fazer fusão com outra ou adquirir algum concorrente. Por isso, resolvi tratar desse assunto neste blog.
Vamos começar do fim: vale a pena ter uma empresa grande ou é melhor ter duas pequenas para realizar o mesmo objetivo? Embora a resposta pareça óbvia para alguns, acreditamos que é preciso refletir.
Em primeiro lugar, se pensarmos na máquina gestora de uma empresa e o custo em relação ao seu faturamento, observamos que é proporcional ao seu tamanho, com áreas de recursos humanos, treinamento, benefícios, contabilidade, e outras. Mas, em termos relativos, o custo administrativo por empregado vai ficando menor à medida que a empresa cresce. Claro que em estabelecimentos muito pequenos como uma loja de comércio isso pode não ser verdade, pois os próprios donos fazem estas tarefas diluídas entre tantas outras. Para empresas com mais de 20 empregados, isso já passa a ser verdade em quase todos os casos.
Em segundo lugar, vamos pensar em como as grandes empresas costumam comprar. Geralmente, elas buscam fornecedores de maior porte, com um portfólio ou histórico de vendas, clientes e casos de sucesso que possam sugerir que adquirir produtos e serviços deles será algo mais seguro. Fornecedores com bom currículo costumam zelar para manter seu histórico. Nesse ponto, as pequenas empresas costumam ter dificuldade de vender para as grandes, onde muitas vezes há uma parcela maior do mercado.
Em terceiro lugar, obter escala é um objetivo da maioria das empresas. Elas querem vender o mesmo produto já testado em um mercado em todos os outros. Desse modo pretende alcançar ganhos de escala. Para isso, precisa atuar em praças diferentes e atingir os muitos mercados.
Em função disso, a resposta à pergunta inicial seria que vale a pena que a nossa empresa cresça e que se torne um empreendimento maior para conseguir estes resultados.
Mas, a segunda pergunta seria: o que é melhor, desenvolver minha empresa para que possa explorar mais mercados e poder ser fornecedora de grandes empresas ou eu devo atingir esse mesmo objetivo através da aquisição ou da fusão com outras, atualmente minhas concorrentes?
Essa resposta depende das circunstâncias: será que encontrarei uma concorrente que possa se fundir com a minha com ganhos para ambas? E para comprar, trazendo vantagens em termos de complementaridade de clientes, de produtos e serviços, que tenha processos internos compatíveis com os de minha? Vai ser possível esperar o desenvolvimento da minha empresa sem perder as oportunidades de mercado? E as personalidades dos diversos donos dessas candidatas a "casamento" – serão compatíveis, complementares, confiáveis?
Conforme sejam estas respostas, será tomada a decisão se vale a pena fazer uma fusão, uma aquisição ou o desenvolvimento da nossa própria empresa. É bom lembrar que podemos não ter uma resposta única e a decisão poderia ser uma combinação: por exemplo, desenvolver mais um pouco nossa empresa e adquirir outra que já tem o mercado que desejamos e ainda não penetramos e, ainda, fundir com uma terceira concorrente que tem muita sinergia com a nossa.
Como se pode ver, é importante estar de olho em como crescer: há quem diga que quem não cresce começa a morrer. Mas, também podemos perceber que é preciso ir bem fundo no conhecimento de nosso negócio e dos concorrentes para decidir sobre uma eventual aquisição, ou possível fusão ou até mesmo escolher um desenvolvimento próprio.
domingo, 23 de janeiro de 2011
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