sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Crowdfunding

Os empreendedores estão muito interessados em entender e saber mais sobre crowdfunding. Conseguir pequenas quantias de muita gente como forma de obter recursos para um empreendimento promete crescer no Brasil e se tornar uma maneira importante para conseguir criar ou desenvolver projetos.

Imaginem que eu quisesse tornar o meu blog semanal numa maneira de discutir com amplitude aspectos do empreendedorismo e levar essas conversas a uma plateia mais ampla. Aspectos polêmicos seriam trazidos e pessoas seriam chamadas para tratar de pontos importantes para regulamentações governamentais, políticas públicas e práticas vencedoras para empreender.

Eu poderia lançar uma campanha pela Internet para arrecadar recursos para viabilizar esta ideia: caso eu conseguisse motivar pessoas a doarem recursos financeiros para este projeto, estaríamos diante de um caso de sucesso de crowdfunding,

Seria discutível chamar de crowdfunding se eu fosse constituir uma empresa para explorar este tipo de negócio e transformasse os doadores em meus sócios. Setores do empreendedorismo consideram que isso não seria mais crowdfunding uma vez que os investidores poderiam estar aderindo pela possibilidade de obter uma recompensa financeira em troca de sua doação, tirando a característica de idealismo que o crowdfunding carrega.

Você acredita que poderia dar certo este modo de conseguir os fundos para iniciar sua empresa? E a sua empresa, como poderia se beneficiar do crowdfunding? Pense bem e fique sabendo que o crowdfunding tem tido mais resultado para o trabalho criativo como blogging, jornalismo, carreiras musicais e realização de filmes, embora também existam exemplos de empresas startup que foram geradas a partir de recursos obtidos por esse processo.

Outras correntes não associam o crowdfunding à questão societária, isto é, consideram apenas a forma de obter os recursos para erigir o empreendimento, podendo aceitar que haja apenas a doação como também a participação acionária, passando os doadores a serem acionistas do empreendimento.

O crowdfunding não é algo tão novo assim: em 1997, fãs americanos do grupo inglês de rock Marillion financiaram inicialmente uma excursão do conjunto e depois a edição e publicação de seus primeiros álbuns. Desde então tem havido outros casos que mostram uma tendência de que as pessoas adeptas de alguma ideia, de algum artista ou grupo musical ou diretor cinematográfico estão dispostas a financiar o trabalho dos seus ídolos.

Para empreendimentos direcionados a realizar ações que sensibilizam as pessoas e que podem ter grande alcance social podem ser também viabilizados pelas contribuições de milhares de pessoas através da divulgação do empreendimento através da Internet. Teremos aí mais um caso de crowdfunding.

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Empreendedor bom está sempre bisbilhotando

A criatividade é uma característica muito desejável em um empreendedor. Mas, esta criatividade só fica aguçada na medida em que é posta em prática. As ideias que os empreendedores têm ao redor do mundo e que saem publicadas nos livros e artigos dessa área é que servem de informação básica e ao mesmo de tempo de desafio para o empreendedor que pretende ser criativo.

Assim sendo, não basta ao empreendedor ficar pensando e tentar imaginar inovações para que consiga gerá-las. Ele precisa se manter atualizado sobre o que os demais estão fazendo e conhecer quais as ideias que estão sendo experimentadas para que se sinta desafiado a colocar sua criatividade em ação e conseguir ser inovador.
Por isso mesmo dizemos que o empreendedor é um sujeito ligado e atento, que busca avidamente saber o que está sendo criado em sua volta para que possa imaginar a próxima inovação. O empreendedor deve ser um leitor, assíduo e que obedece a uma disciplina de leituras continuas: livros, blogs, artigos e filmes sobre os temas do empreendedorismo.


Vamos ver como você está nestes aspectos:
- Você foi ver o filme sobre a criação do Facebook?
- Você leu algo sobre a forma de levantamento de fundos chamada crowdfunding?
- Você leu quantos livros este ano?
- Você já leu alguma coisa sobre as oportunidades para as pequenas e médias empresas crescerem em 2011?

Bem, conforme suas respostas a essas perguntas, vamos aconselhá-lo a repensar seus planos para 2011 e mudar o direcionamento que vem dando a sua vida de empreendedor. Mas, se suas respostas mostraram que você está sendo pelo menos um empreendedor bisbilhoteiro, curioso em saber tudo o que se passa em sua volta, vamos lhe dizer para planejar mantendo suas características.

É importante cruzar o novo ano tendo feito o seu planejamento: aplique a velha analise SWOT para relacionar seus pontos fortes e fracos e para identificar as oportunidades e ameaças. Não esqueça de nosso conselho: Empreendedor bom está sempre bisbilhotando.


Para todos os leitores nossos votos de boas festas e muita saúde.

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

A FINEP anuncia os presentes de Natal do empreendedor

A notícia da FINEP foi entusiasmante para milhares de empreendedores da área tecnológica em todo o país: “Uma nova edição do PRIME (Primeira Empresa Inovadora) será lançada até o final deste ano. Incubadoras que atuarão como operadoras descentralizadas em todo o País serão selecionadas por meio de carta-convite.” Esta notícia, publicada em nove de dezembro, não foi a única que a FINEP nos guardou para este Natal. Também anunciou, no mesmo dia, que promoveu, na semana de 22 a 26 de novembro de 2010, o 2º Seminário de Avaliação do Programa de Subvenção Econômica. O objetivo era avaliar a contribuição do Programa, que começou em 2006, a partir do resultado observado.

Ficou claro que os projetos de subvenção induziram as empresas a desenvolver a cultura da inovação, mas, de modo geral, ainda há falta de Recursos Humanos especializados no mercado.

Este aspecto final salta aos olhos de todos que acompanharam os projetos, mas é muito importante que as agencias governamentais tenham chamado a atenção em seus relatórios para este ponto fraco de nossas empresas que querem desenvolver a inovação tecnológica. Precisamos formar mais e melhores recursos para poder concorrer no difícil objetivo de recuperar o tempo perdido na inovação.

Os jovens empreendedores estão encontrando dificuldade para suprir suas empresas de gente com preparo para inovar e as universidades precisam tomar providências urgentes para reverter este quadro.

Mas, os empreendedores que atuam na área tecnológica estão trabalhando em seus planos de negócios, de tal forma a que estejam prontos a responder a oportunidade dada nesta segunda edição do Programa PRIME, quando irão disputar os recursos importantes oferecidos pela FINEP.

As estatísticas do empreendedorismo brasileiro melhoram muito com o Programa PRIME, não apenas pela ampliação da quantidade de empresas geradas no ano, mas pela qualidade que estas empresas terão, havendo recursos para viabilizá-las e pelo acompanhamento que terão pelas melhores incubadoras do país.

Por isso, estamos considerando que a FINEP saiu na frente e deu o presente de Natal para nossos empreendedores.

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Um parque tecnológico requer sinergia e integração

Estamos vivendo um momento em nosso país em que o empreendedorismo está dando mais um importante passo: trata-se do fortalecimento de seu compromisso com a inovação e, simultaneamente, do desenvolvimento de empresas que nasceram nas incubadoras de tal forma que alcancem um patamar superior ao que possuíam quando se graduaram em pouco tempo.

Vamos explicar melhor: de um lado, a percepção de que o diferencial maior que a empresa pode almejar é obtido através da inovação. Isso leva a uma estratégia de associação aos laboratórios de pesquisa e de busca de mercados capazes de valorizar este tipo de diferença.

De outro lado, a preparação das empresas nascentes para vencer seus dois abismos iniciais, de um modo integrado e sequencial: o primeiro é o da sobrevivência, quando ela mostra que é capaz de superar o desafio inicial e se estabelecer no mercado. O segundo abismo é passar imediatamente deste estágio para o próximo desafio, que é ganhar escala e musculatura para enfrentar uma concorrência maior.

O local mais apropriado para que estes acontecimentos floresçam é um parque tecnológico: ali é possível encontrar todos os atores que fazem sentido para se conseguir chegar a estes resultados. O parque abriga laboratórios de pesquisa, muitas vezes ligados à Universidade, recebe empresas do mercado interessadas em desenvolver suas pesquisas nesse ambiente, possui incubadoras capazes de apoiar a criação de novas empresas, cria empresas nascentes com alto potencial de rápido desenvolvimento e que buscam a inovação e, ainda, tem relacionamento próximo aos agentes investidores, que procuram bons projetos e empresas de maturação rápida.

Este elenco de atores do Parque Tecnológico é certamente capaz de criar sinergia e conseguir uma integração entre seus interesses de forma a gerar resultados surpreendentes e extremamente superiores à mera soma de suas contribuições individuais.

Isso é o que estamos assistindo no Brasil, especialmente em 10/12/2010, data em que está sendo inaugurado em Porto Alegre o Portal TECNOPUC, constituindo-se em belo exemplo para todos os que pretendem criar inovação e integrar competências de agentes fundamentais habilitados a obter resultados brilhantes.

Parabéns aos que estão vivendo esta experiência vencedora no TECNOPUC: vamos ter certamente muitos frutos dessa união.

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Não basta o casamento da Pesquisa com a Inovação

Recebemos do José Alberto Aranha, diretor do Instituto Genesis, uma mensagem que nos faz revisitar o tema de nosso ultimo blog. Diz Aranha: “Só acrescentaria ao artigo que a ligação da empresa com a universidade tem que ser feita por um personagem que é o empreendedor”.

Meu caro leitor, o Aranha está corretíssimo: sem o empreendedor o casamento não vai acontecer, quando muito haverá um namoro que não se traduzirá em produtos ou serviços inovadores para a sociedade.

Como atrair o empreendedor para o ambiente em que se encontra a Pesquisa? Como construir enfim um ambiente de Inovação?

Muitas vezes, o pesquisador que está no ambiente de Pesquisa se transforma no empreendedor: como isso acontece? Na verdade, as Universidades têm incluído cursos de empreendedorismo em seus currículos: inicialmente visam despertar o empreendedor que existe em cada um de nós. Caso haja um interesse maior, são oferecidos mais cursos e até mesmo podem ser construídos domínios adicionais à formação de origem do aluno.
Isso significa que o empreendedorismo faz parte da formação do aluno universitário e isso pode significar que ele poderá mais adiante ter um olhar típico do empreendedor: vai observar a realidade pensando em como aproveitar as oportunidades que surgem e como fazer com que efetivamente aconteçam.

Os laboratórios e os centros de pesquisa são locais extremamente propícios para se encontrar oportunidades, para quem tem o olhar do empreendedor: enquanto o pesquisador puro está em busca da compreensão de como funcionam as coisas, para depois entender porque funcionam daquela maneira, o empreendedor parte do mesmo ponto, mas quer saber o que podemos fazer com aquelas revelações para mudar a vida das pessoas.

É nesse ponto que vai nascer o empreendimento inovador: a busca da oportunidade de modificar a vida das pessoas é uma preocupação do empreendedor. Ele precisa da ajuda do pesquisador para ir além da busca do como e porque: pretende dar utilidade ao que aprendemos, para que as pessoas incorporem esse conhecimento que adquirimos às suas vidas.

Há mais um aspecto que requer formação e perfil – a gestão do projeto e do negócio a ser implantado. O empreendimento terá sucesso com uma boa ideia, a percepção da viabilidade de sua aplicação e a administração de sua construção, negociação e gerenciamento.

Nem de longe é fácil fazer isso acontecer: por isso mesmo, se reconhece que existe algo mais além da pesquisa. É esse o sentido da inovação. Para que este casamento entre a Pesquisa e a Inovação seja bem sucedido, são essenciais as figuras do empreendedor e do gestor: obrigado Aranha por nos ajudar a compreender mais esse aspecto do processo da inovação.