sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Inovação – filha do casamento do pesquisador com o empreendedor

Temos uma preocupação muito forte no Brasil em tornar melhores os nossos indicadores no que diz respeito à inovação.

Em primeiro lugar, é preciso compreender que nossos pesquisadores estão preocupados com atingir resultados positivos em suas pesquisas, mas isso não significa a criação de novos produtos e nem a aplicação dos resultados obtidos para atender a alguma demanda percebida que venha a ser importante para a vida das pessoas.

Este comportamento não representa uma insensibilidade por parte dos pesquisadores: sua motivação está na busca, dando passos importantes no conhecimento do funcionamento daquilo que existe na natureza.

No entanto, muitos pesquisadores conseguem colaborar com pessoas empenhadas em criar novos produtos usando seu conhecimento adquirido ao longo das pesquisas.

Uma situação similar ocorre com os inventores: seu prazer está em criar um novo produto ou uma nova utilidade para produtos existentes. Formatar esses objetos de sua criação para que sejam consumidos e comercializados não é necessariamente motivador para eles.

A inovação requer que as fronteiras da pesquisa e da invenção sejam ultrapassadas e que a sociedade seja beneficiada por algum novo produto, outra aplicação de produtos existentes ou ainda uma maneira diferente de comercializar o que existe permitindo o acesso de um grupo maior de pessoas.

A obtenção do resultado decorrente da inovação inclui o empreendedor no processo: ele vai buscar a maneira de ultrapassar a fronteira que limita pesquisadores e inventores, trazendo para a sociedade algum valor.

Evidentemente nem todo empreendedor vai gerar inovação e aqueles que chegam a um resultado positivo nesta direção precisam ser apoiados, por incubadoras e aceleradoras, capazes de fazer a aproximação entre os empreendedores e pessoal de pesquisa e também ajudar a levantar no mercado qual a repercussão de cada possível inovação.

Este é o caminho básico de ampliar nosso indicador de sucesso na área de inovação. É um papel que precisa ser considerado pelo nosso empreendedor. A inovação é muito compensadora quando gera um negócio: constitui-se em um diferencial importante para o sucesso do empreendimento.

Já fizemos a campanha do Bota Pra Fazer, e, com isso, muitos novos empreendedores se encorajaram a tentar seus negócios. Chegou a hora de lançarmos a campanha do Bota Pra Inovar e fazer o casamento do empreendedor com o pesquisador.

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Empreendedorismo nas universidades brasileiras

Acaba de chegar a minhas mãos o resultado da pesquisa realizada pela Endeavor cujo titulo é EMPREENDEDORISMO NAS UNIVERSIDADES BRASILEIRAS.

A pesquisa, realizada neste ano de 2011, está inserida no contexto da “The Entrepreneurship Education Project” que compreende mais de 80 universidades em 40 países. Na seção brasileira participaram 12 universidades e mais de 600 estudantes.

O documento mostra alguns aspectos dos perfis do estudante e das universidades brasileiras no que diz respeito ao ensino de empreendedorismo. Talvez o ponto mais importante seja a constatação do interesse do estudante brasileiro em estudar empreendedorismo. O percentual dos alunos que se mostraram interessados pelos cursos de empreendedorismo foi de 52,8%, o que é bastante animador, até porque nem sempre as universidades oferecem essas disciplinas.

Outro ponto interessante foi a impressão que os estudantes manifestaram de que o ensino de empreendedorismo no Brasil é muito teórico: certamente, há muitos movimentos de ensino de empreendedorismo que incluem jogos e trabalhos práticos nas disciplinas e que fogem a esta impressão, mas certamente existem universidades que não trazem empreendedores para serem entrevistados e apresentam as disciplinas sem a preocupação de fazer o empreendedor praticar aquilo que ele aprende no curso.

Um ponto fraco que ficou exposto é que nossos estudantes leem pouco sobre o tema empreendedorismo: ainda não se acostumaram a ler livros sobre o assunto e ter a disciplina de planejar seus negócios a partir dessas leituras.

A Universidade brasileira não consegue ou tem muita dificuldade de captar apoio, na forma de doações, para desenvolver seus programas de empreendedorismo e é importante vencer esse problema. Talvez esteja faltando às Universidades conseguir mostrar às empresas que vale a pena investir no empreendedorismo como uma maneira de valorizar sua marca, associando-a a uma aspiração dos estudantes.

Um aspecto positivo que a pesquisa identificou foi que 43,8% das Universidades brasileiras fazem programas para estudantes do ensino fundamental e médio. Isso mostra que o ensino de empreendedorismo está sendo trazido para o ensino médio e isso é muito positivo.

A pesquisa teve uma maior participação de estudantes do sexo masculino (52,2%) e isso pode representar uma pequena distorção, pois em nosso país temos mais mulheres que homens. Ela também aponta que somente 7,6% dos entrevistados já possuem um negócio próprio, mas entendemos que não é um dado desanimador. A maioria dos estudantes tem a preocupação de terminar seu curso universitário antes de se dedicar a montar um negocio próprio: em algumas incubadoras das universidades esta é uma exigência.

Enfim, a pesquisa apresenta conclusões interessantes, como a necessidade de projetar cursos mais práticos e mais conectados ao mercado e que os estudantes esperam receber maior ajuda para empreender. Há espaço e necessidade para ampliar os cursos de empreendedorismo.

Recebemos a pesquisa através da Endevor, mas ainda não encontramos no seu site para que seja visto em detalhe pelos interessados.