quinta-feira, 24 de março de 2011

Investidores Anjos no Brasil

Uma reflexão a ser feita: por que no Brasil temos tão poucos investidores anjos? De modo mais proativo: o que devemos fazer para reverter este quadro?

Em primeiro lugar, devemos responder a uma pergunta central: qual o papel mais importante exercido pelos anjos de negócios? Creio que alguns podem ter respondido que é o aporte financeiro que trazem para as empresas em adotam. Certamente, esta resposta não coincide com a nossa vivência junto a empresas nascentes.

O que estamos observando é que o papel mais importante para o destino de uma empresa nascente que pode ser exercido pelos anjos é o de mentor dos empreendedores. Consiste na transformação da experiência dos anjos, geralmente obtida em grandes empresas, em uma solução que seja adequada para a empresa nascente. Num momento seguinte, passa a ser o aconselhamento na forma de implantar as soluções, ponto em que os jovens empreendedores não costumam ter experiência suficiente para planejar e onde encontram as cascas de banana pelo caminho que precisam ser removidas ou evitadas.

De um modo geral, os empreendedores aprenderam algum campo do conhecimento na Universidade e depois tiveram a ideia de fazer um empreendimento. Ocorre que este necessita de uma prática de gestão para a qual o empreendedor ainda não está preparado. Nesse ponto o anjo pode ser de imensa valia.

Em segundo lugar, entendido o que é o principal aporte que um anjo pode trazer para uma empresa nascente, vamos analisar quais as dificuldades que os anjos encontram para que exerçam seu potencial e se aproximem dos empreendedores.

A primeira questão nos parece ser a descoberta de que papel ele poderá exercer: a compreensão do que faz um mentor é algo que requer reflexão e até mesmo algumas conversas para mostrar como passar do universo da grande empresa para aquele das empresas nascentes.

A segunda questão é compreender quem é o jovem empreendedor da empresa nascente: que conhecimentos ele tem e os que ainda não tem, mas que serão necessários para viabilizar seu empreendimento. Ao entender isso, o anjo poderá estabelecer a agenda de pontos que deve abordar e de onde partir para chegar ao ponto necessário do conhecimento que o empreendedor vai precisar ter.

Um aspecto que facilita o diálogo inicial entre anjo e empreendedor é quando eles têm interesses em comum: por exemplo, um empreendedor de uma empresa que trabalha com tecnologia de telecomunicações costuma apresentar maior empatia por conversar com anjo que tenha trabalhado em empresas desta área.

Mas, ainda que essas reflexões sejam feitas é necessário criar um ambiente controlado em que anjos e empreendedores tenham a oportunidade de se conhecerem e de experimentar trabalhar juntos. Para isso, uma boa ideia seria a constituição de COMUNIDADES em que este relacionamento poderia ocorrer. Estas COMUNIDADES precisam ser controladas para que possam preparar os seus atores para os trabalhos conjuntos e que observem os resultados parciais que vão sendo obtidos, para corrigir rumos e estimular os próximos passos.

O aspecto de investimento deve ser o último a ser tratado, se todos os demais fatores estiverem bem ajustados entre anjos e empreendedores, a solução vai aparecer com naturalidade.

A contribuição dos anjos é muito forte e precisa ser conquistada aqui no Brasil em escala maior. Para isso vale o esforço de estudar as melhores formas de obter este importante apoio ao empreendedor brasileiro e de ampliar o sucesso das nossas empresas nascentes.

quarta-feira, 16 de março de 2011

PLANO B

A tragédia que infelizmente abalou o Japão e que deve ter toda a solidariedade de todos os países passa, também, a se constituir num estudo de caso bastante complexo, onde podem ser analisados vários ângulos.

Podemos imaginar como se planejar um país e preparar seu povo para enfrentar terremotos, podemos pensar nas maneiras preventivas para evitar desastres nucleares, como se consegue especular o que fazer para que os tsunamis não acabem com toda uma cidade.

Certamente, observamos que medidas preventivas, para quem já conhecia os riscos de terremotos e tsunamis, foram tomadas no Japão: regras para a construção de edifícios que os protejam dos terremotos e até uma parede de concreto de quatro metros de altura na borda do mar, em local que havia risco de tsunami.

Nesses dois casos exemplificados, nem sempre as medidas foram suficientes para evitar a catástrofe. E é nesse ponto que nos vem à mente a questão do Plano B.

O plano principal para se atingir a um objetivo considera como requisitos que ocorram eventos de um modo similar ao que seria o comportamento até então observado, podendo até ser dadas margens de segurança. Por exemplo, se o mar jamais teve tsunamis superiores a três metros de altura, construir o muro com quatro metros de altura seria razoável para evitar problemas se tudo ocorresse no mesmo padrão até então registrado.

No plano B, já poderíamos pensar em como resolver situações excepcionais: imaginar eventos que jamais ocorreram e criar um plano para enfrentar essas situações. Claro que, na hipótese de ocorrer uma emergência que tenha sido a acionadora do plano B, os resultados que vamos obter não serão os mesmos que os conseguidos em caso de uma situação normal, a que deu origem ao Plano A.

Se pensarmos na situação nuclear que estamos vendo acontecer no Japão, podemos até dizer que para um futuro plano A que seja feito mudaram os parâmetros considerados normais: os reatores deverão ser revistos, não só no Japão, mas em todo mundo, para que sejam imaginadas medidas que evitem o que está se passando agora.
Para o planejador, a mudança das medidas de segurança de uma usina nuclear, com gastos cada vez maiores em segurança, mas sempre seguidos de novas constatações de riscos, pode levar a mudar a perspectiva nas decisões sobre a construção dessas usinas.

Há cerca de trinta anos atrás, a Itália decidiu desativar todas suas usinas nucleares, pela incerteza de quais as medidas de segurança pudessem evitar catástrofes e sem poder prever o custo que estas medidas poderiam gerar, com a perda de vidas humanas, prejuízo inadmissível para os italianos. Na época, essa decisão foi considerada extrema, mas que tinha um fundamento, embora fosse uma decisão difícil, até porque havia muito investimento feito e usinas quase prontas para serem comissionadas e que não chegaram a operar, com a perda de muito investimento.

quinta-feira, 10 de março de 2011

EDUCAÇÃO EM CRISE 2: HORA E VEZ DA EDUCAÇÃO A DISTANCIA

A tecnologia tem sido um aliado importante para criar e implementar soluções mais eficazes para a nossa vida. Esta afirmativa tem sido verdadeira em praticamente todas as atividades do ser humano.

No caso da educação, soluções para que os interessados possam conhecer, discutir e exercitar novos conhecimentos vem sendo apresentadas a cada dia, usando essencialmente tecnologias de informação e de comunicações.

A compatibilização da necessidade de aprender mais em menos tempo, com as opções de instrumentos que facilitam o acesso aos conteúdos em qualquer lugar e a qualquer tempo, tem aberto uma nova visão para o ensino a distância.

O e-learning que era limitado a dar acesso a conteúdos na Internet por meio de computadores, ganha hoje novo espaço com os telefones celulares, os tablets, a TV Digital, os WebRadios e com o desenvolvimento adiantado dos recursos para a Web3.

Há até os que já decretaram morto o antigo e-learning, mas certamente isso quer dizer que ele se renovou tanto e oferece tantas possibilidades a mais que seria justo achar um novo nome para designá-lo. Esta é uma oportunidade a mais para os especialistas em marketing.

Mas, esta revolução trazida pela tecnologia de informação (TI), não deve vir desacompanhada da equivalente reviravolta que a tecnologia de educação (TE) precisa nos trazer.

Esta ideia consiste em: a maneira como se processa o aprendizado humano é estudada na TE e é possível encontrar opções para tornar o aprendizado mais eficiente e eficaz utilizando as ofertas da TI. Isso não seria feito para atender o objetivo de utilizar os avançados recursos da TI, mas para melhorar a compreensão dos estudantes dos conteúdos, tornar mais atraentes os momentos de estudo e para que o tempo de aprendizagem seja bem aproveitado e mais lúdico.

O ensino a distância é estrategicamente muito importante para o Brasil: temos gente espalhada em uma área de dimensão continental e com profundas desigualdades. Isso se agrava pelo fato de que não temos recursos humanos para apresentar os conteúdos aos alunos de modo presencial, em salas de aula, com alto nível de qualidade. É possível dizer que também teríamos salas de aula equipadas com os recursos para um ensino moderno. Resta usar o ensino a distância baseado na Internet e com os recursos que a TI nos oferece.

Os programas das escolas e universidades devem ser pensados, de modo bastante generoso e inteligente, para acolher alguma modalidade do ensino a distância e utilizá-lo como uma arma poderosa para melhorar a qualidade, a eficácia e a atratividade da aprendizagem e mesmo para reduzir os custos totais da oferta de ensino.

sexta-feira, 4 de março de 2011

Os pesquisadores, professores e estudantes de empreendedorismo se associam para ganhar um espaço para intercambio de ideias.

Em final de fevereiro, foi publicada a noticia de que professores de empreendedorismo fundaram a ANEGEPE - ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE PESQUISADORES EM EMPREENDEDORISMO E GESTÃO DE PEQUENAS EMPRESAS.

A frente do empreendimento está uma desbravadora do empreendedorismo, a professora Rose Mary Almeida Lopes, autora do livro EDUCAÇÃO EMPREENDEDORA: CONCEITOS, MODELOS E PRÁTICAS.

O site da ANEGEPE está em http://anegepe.wordpress.com/. Nele, podemos encontrar o estatuto da ANEGEPE e também uma janela para os associados beneméritos, onde aparece o Professor Louis Jacques Filion.

A ANEGEPE, segundo seu estatuto “é uma associação sem fins econômicos, de direito privado, com autonomia administrativa e financeira, regendo-se pelo presente estatuto e pela legislação que lhe for aplicável. Essa associação congrega professores, pesquisadores, estudantes e profissionais interessados nas áreas do empreendedorismo e da gestão de micro, pequenas e médias empresas”.

Vamos aguardar a receptividade dos professores, pesquisadores e estudantes de empreendedorismo para a nova entidade, que é necessária e que precisa desde seus primeiros passos organizar uma agenda capaz de empolgar a comunidade empreendedora.
No seu artigo o estatuto diz que “A finalidade da ANEGEPE consiste em promover o estudo e melhores práticas de empreendedorismo e de gestão de micro, pequenas e médias empresas mediante” e em seguida lista uma serie de ações que se empreendidas podem ajudar bastante a desenvolver o empreendedorismo no Brasil.

Vamos ficar atentos e apoiar na medida em que se desenvolva esta iniciativa. E tem gente que diz o ano no Brasil só começa depois do Carnaval: no Brasil empreendedor trabalha-se todo o tempo.